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Como já foi dito a História de Odivelas entrelaça-se com a História do convento que D.Dinis mandou erguer no local.
A história do mosteiro tem o seu inicio no reinado de D.Dinis que governou de 1279 a 1325.
Quais os motivos que levaram o monarca a edificar o mais opulento dos mosteiros das freiras bernardas?
À semelhança do nome da vila também a edificação do convento tem uma explicação popular/mítica e uma histórica.
Segundo a lenda …”andando um dia o rei em montaria junto a A-da-Beja foi atacado por um enorme urso que o deitou abaixo do cavalo ficando o real monteiro à mercê da fera. Apelou então ele aos céus, aos seus santos protectores S. Dinis e S. Luís, jurando fundar um mosteiro se saísse vivo dali, o que aconteceu. Com uma punhalada certeira no coração da besta deixou-a logo ali morta, saindo ele ileso e grato de maneira tal que pouco tempo depois dava cumprimento a seu voto, vindo a nascer o Convento de S. Dinis. ”
In “Ode a Loures (Monografia Histórica) por Vítor Manuel Adrião
Historicamente … ” No século XIII – XIV o rei D.Dinis, sob inspiração de sua santa esposa Isabel de Aragão decide dar habitação mais condigna às “tempreiras” do Templo “(Ordem do Templo- que já habitavam as casas do rei) “e, encomenda aos arquitectos Antão e Afonso Martins a construção de um Mosteiro, demorando as obras de 1295 a 1305″…
In Obra citada
No entanto haverá uma outra explicação histórica
” o monarca construiu este edifício para nele acolher a sua filha natural, D. Maria Afonso, cuja família materna possuía paço no Lumiar” e cujo tumulo se poderá ver na Capela Mor do mosteiro.
In “Mosteiro de S. Dinis de Odivelas” – Maria Máxima Vaz
Colecção Património Hoje, Amanhã
O Mosteiro começou a ser habitado pelas monjas em 1296, e …”ficou afamado pela sua magnificência, pelo grande número de religiosas que aí tinham clausura, cerca de 300.”
In “Guia de Portugal I – Generalidades “Lisboa e Arredores” – Sant’anna Dionisio 1924
Ordem de Cister Instalação da Ordem em Odivelas” Sendo o isolamento condição essencial para a escolha do local de edição de cada Abadia Cisterciense, Odivelas, que agradava muito ao Rei, é o lugar escolhido com a aprovação do abade de Alcobaça, redigindo este uma carta para o Abade-Geral de Cister em França, participando a intenção do monarca português.
Em Setembro de 1294, veio a necessária licença, acompanhada de uma carta de agradecimento a D. Dinis.”
A Regra de S. Bento estipulava que:
* se repartisse o tempo entre o trabalho
manual, o trabalho intelectual e a oração
* os monges vivessem em clausura perpétua
* que repartissem o silêncio
* as Abadias Cistercienses deveriam ficar isoladas.
* deveriam ser edifícios modestos, pouco ornamentados
* as monjas e a Abadessa não poderiam sair do mosteiro onde só entravam monges de Cister, para administrar sacramentos, visitadores da Ordem, o rei, que poderia fazer-se acompanhar de 3 pessoas idóneas, o Infante, o Bispo e o Abade de Alcobaça, podendo um destes levar consigo duas pessoas honestas, e o médico e artífices, mas sempre acompanhados de 2 religiosos.
* dormir no chão
* alimentar-se apenas de meio quilo de pão e dois pratos de legumes
* nunca deveriam comer carne, peixe ou lacticínios
* obrigatoriedade de se vestirem com um simples hábito branco de tecido áspero.
* obrigatoriedade de ir ao coro e de manter o silêncio e perfeição de vida nas cerimónias.
Refira-se desde já que muitas destas prescrições … não foram aplicadas no Mosteiro de Odivelas.
In “Mosteiro de S. Dinis de Odivelas” Colecção património Hoje, amanhã