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Odivelas é uma cidade situada a norte de Lisboa, num território ocupado por povos muçulmanos, depois da reconquista cristã da Lisboa, em 1148.
Talvez tenham sido eles a dar o nome a este povoado, pois é formado por duas palavras árabes – “Odi” (rio), a primeira, e “belaa”, (remoinho) a segunda. As duas unidas, formaram “Odibelaa”, que evoluiu para “Odivelas”. Traduzindo à letra, será, “Rio do remoinho”.
A sua existência é anterior a 1183, pois nessa data já era paróquia eclesiástica.
Distava nessa altura, cerca de 15 Km de Lisboa, mas actualmente apenas escassos metros as separam, sendo uma das povoações da chamada “Grande Lisboa”.
Está ligada à capital por vias rápidas e pelo metropolitano.
A maior parte do seu solo foi em recuadas épocas inundado pelos esteiros do Tejo, por onde navegaram embarcações, que foram os seus melhores meios de transporte para Lisboa.
Durante toda a Idade Média, foi zona de veraneio da Corte, havendo aqui um paço real de que há notícias já no século XIII.
Na propriedade real onde se situava esse paço, mandou o Rei D. Dinis, (6.º monarca português), construir um Mosteiro para freiras da Ordem de Cister. As obras começaram em 1295 e esse mosteiro ainda existe hoje, sendo um monumento do nosso património a visitar. Conserva ainda algumas partes da primitiva construção, mas a maior parte do edifício é o resultado de sucessivas reconstruções feitas ao logo dos séculos, depois de abalos sísmicos que nele causaram danos, sobretudo nos séculos XIV, XVI e mais que todos, o grande sismo de 1755.
Muitas famílias nobres tinham na área do território de Odivelas, as suas quintas, que abasteciam os seus palácios de tudo quanto necessitavam para alimentar os comensais que neles viviam ou os frequentavam e ainda o numeroso séquito de servos que neles trabalhavam.
As quintas de que chegaram memórias até nós foram a Quinta da Memória, de que se reconstruiu a casa senhorial, ocupada agora com a sede da Câmara Municipal, a Quinta de D. Gil Vaz Lobo, (governador de armas da província da Beira), onde se instalou a Biblioteca e a Quinta de Vale de Flores, propriedade da Coroa.
Os campos de Odivelas sempre produziram alimentos para a população da cidade de Lisboa – cereais, carne, azeite, vinho, frutos, leite e seus derivados (queijo e manteiga), hortaliça e legumes secos (feijão e grão).
Com o crescimento da cidade de Lisboa a distância diminuiu e os habitantes de Odivelas, na sua grande maioria, trabalham na capital.
Maria Máxima Vaz
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