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Antes do mais a maioria absoluta do PS surpreendeu tudo e todos inclusive o próprio PS. Uma primeira consequência – As Autarquias PS vão ter todas as condições, com mais descentralização, para apresentar trabalho e, tal como as Autárquicas se ganham nas Freguesias, as Legislativas ganham-se nos Concelhos. Assim o PS não se vislumbre com o resultado.
Depois, a decisiva afirmação do CHEGA com 12 deputados na AR e a ascensão do IL para 8 deputados.CHEGA e IL vão ter 4 anos para construir uma estrutura nacional com sustentação e uma comunicação clara dos seus projetos e, perante a maioria absoluta do PS, os seus deputados serão vozes da oposição mas sem o valor que poderiam ter numa maioria de direita mas, também sem o efeito tóxico que tal apoio poderia ter no futuro. Estes são os dois partidos que mais tempo vão ter para construir-se e preparar-se sem stress para 2026.
Do BE e PCP, a esperada queda no abismo, aliás o PEV, o tal partido que nunca foi a votos, deixou de ter representação. O voto contra o Orçamento foi crucial e os Eleitores castigaram-nos ainda mais do que estávamos à espera. A haver coerência, os líderes destes partidos deviam ter anunciado, ali mesmo, a sua demissão mas, como habitualmente, não o farão, continuando na direção e com os seus lugares de deputados aliás, é por esta mesma incoerência entre as palavras e os atos, que a sua representação vem diminuindo ano após ano.
Do “Livre” que conseguiu eleger um deputado, se poderá dizer com todo o rigor que é um partido de um homem só. Rui Tavares ganhou um prémio pessoal e para além dele não se conhece ninguém ao mesmo nível do “Livre” e, com o que se passou com a sua anterior representante, porventura isso até será uma vantagem para o deputado eleito.
O PAN cai para um deputado apenas na AR e aqui, mais uma vez, impunha-se que a sua líder tivesse assumido a sua demissão na noite eleitoral. Razões para a queda do PAN podem encontrar-se nas polémicas em que a sua líder esteve envolvida e na transferência de algum voto útil para o PS.
Do CDS esperava-se a redução de deputados na bancada da AR mas, ao não eleger um único representante, só restava a Francisco dos Santos apresentar a demissão. Como é normal nestes casos ninguém vai querer saber em que condições FRS recebeu o partido ou o desgaste constante por parte dos corsários do partido. “Vítima” da erosão provocada pelo CHEGA e pelo IL e do comportamento de Rui Rio que prometeu uma coisa nas Autárquicas e fez outra nas Legislativas, FRS foi também, num certo sentido, um homem só e as suas circunstâncias.
Quanto às Sondagens
Na verdade as empresas de sondagens precisam de reformular os modelos matemáticos e aumentar muito mais as suas amostras – a sua credibilidade está perto do zero e apenas conseguem aproximar-se dos resultados nas sondagens à boca da urna. Vão ficar com esta marca e dificilmente as pessoas voltarão a acreditar.