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Imaginem-se a conduzir um triciclo com uma relação potência / peso, melhor que a de um Golf GTI. Uma Rewaco actual “RF1 GT” tem 4,5 quilos por cavalo, enquanto o modelo GTI da VW de 2019 regista 6 quilos por cavalo. Mas conduzir um Rewaco – um triciclo ‘convencional’ de duas rodas traseiras e um rodado frontal que se designa por ‘trike’ – é simplesmente sinónimo de diversão. Perfeitamente adaptado aos amantes de condução em países como nos EE.UU. que não obrigam à utilização de capacete em determinadas circunstâncias. Ao contrário do que seria expectável e pela sua relativa imponência – 3,650 metros de comprimento e uma largura de 1,810 metros – o Rewaco é um veículo extraordinariamente confortável, com boa mobilidade associada a uma visibilidade aceitável, atendendo ao seu desenho e dimensão. Consideramos a versão experimentada de 2016 que oferece a possibilidade de transportar condutor mais 2 passageiros ao invés das versões actuais que também admitem versões para dois ocupantes como a demais concorrência, da Honda e das célebres “BRP Can-Am”, maraca austríaca que apresenta os mais audazes triciclos invertidos. Rewaco é muito pouco alemão na estética, mas já o é na crença em fazer bem feito.
De Bjoern escreveu em “Auto Hub” algo muito simples e muito mais que politicamente correcto: “A semelhança entre um motociclo convencional e um triciclo confina-se apenas à compartilha do prazer, da liberdade em desfrutar da paisagem e, em ambos se deve utilizar o capacete…”. O triciclo não é a moto para os aposentados, para os maiores de idade. Mas é para todos os que tão-só possuem carta de condução para veículos ligeiros de passageiros e querem fazer quase tudo o que se faz com a moto convencional. E vai mais longe: Permite percorrer muitos mais quilómetros com muito menor nível de cansaço; apenas comparável aos motociclos da série da Honda Gold Wing.
Obviamente que conduzir um triciclo é mais rodar a favor da natureza da paisagem do que correr por ela. Nestes veículos não podemos jogar com o traçado de uma estrada como o fazemos com um ciclomotor convencional, antes fazer tudo tal qual fazemos com um automóvel e onde as estradas rectilineas são as maiores amigas.
É assim sob todos os pontos de vista da mobilidade: mas em países com clima ameno é muito mais desafiante ir às compras ou para o trabalho num Rewaco que num automóvel. Ainda que isso nos custe, à miude, olhares indiscretos ou murmúrios de espanto (por vezes, pirosos) dos mais novos e dos avozinhos, mesmo daqueles que aqui no arquipélago, se deslocam nas suas luxuosas Harley-Davidson… naturalmente, a imponência do triciclo alemão, a sua própria arquitectura e o exuberante equipamento – muitos faróis – e os cromados desta versão não passam desapercebidos. Até se podem considerar inestéticos. Há quem lhe aponte detalhes “americanizados”, mas diria que é a decoração ao jeito de quem gosta da diferença e da nostalgia de tempos idos que parecem jamais voltarem, quanto mais não seja ao centrarmo-nos nos veículos que se produzem, demasiado uniformes, plastificados, com cores apáticas e sem carácter. O Rewaco tem a sua personalidade própria. Também as suas vantagens em ser construído de forma pensada, com qualidade e com bons materiais. O construtor faz jus a 30 anos de experiência.
O modelo que apresentamos incorpora um motor Volkswagen de quatro cilindros opostos de 1,6 litros, com 100 cavalos, e injecção electrónica, mas mais recentemente a marca apostou nos propulsores da PSA também de 4 cilindros, com 110, 140 e 177 cavalos, equipados com caixa de 7 marchas automáticas e de 8 marchas para a versão mais potente.
Presentemente a sua joia é o PUR3 Gran Turismo disponível em dois ou três lugares. E o seu slogan mantém-se: “Renove a sua vida“, pois associa-se à diversão de conduzir um veículo destas características semi-automático ou automático, mas teremos de considerar o preço ao nível de um automóvel de gama média e mesmo com alguns topos de gama: entre os 26 e os 34.000 euros sem aplicação de IVA, dependendo da versão e do equipamento. Poderemos afirmar que em alguns países europeus um Rewaco na sua expressão máxima pode ultrapassar a fasquia dos 40.000 euros.
A empresa Rewaco já produziu 21 modelos de motociclos e veículos automóveis.
Principais características dos modelos actuais
- ATM 1,5 LTR. (110 HP)
Motor em linha de 4 cilindros e sistema de injeção multiponto
Cilindrada: 1499 cm³; Potência máxima kW a RPM: 81 kW / 6000; Binário máximo do motor a RPM: 145 Nm / 4000.
- ATM 1,5 LTR. TURBO (140 CV)
Motor em linha de 4 cilindros e sistema de injeção multiponto com turbocompressor
Cilindrada: 1499 cm³; Potência máxima kW a RPM: 103 kW / 6000; Binário máximo do motor a RPM: 210 Nm / 3500.
- ATM 1,5 LTR. TURBO + (177 HP)
Motor em linha de 4 cilindros e sistema de injeção multiponto com turbocompressor
Cilindrada: 1499 cm³; Potência máxima kW a RPM: 130 kW / 5180; Binário máximo do motor a RPM: 246 Nm / 5100.
Todos dispõe de sistema de purificação de gases de escape por Conversor catalítico com sensor lambda. As velocidades máximas variam entre os 165 Km/h e os 182 Km/h, neste último caso é a indicação que a marca dá para a versão turbo alimentada de 177 cavalos. Para a versão com 140 CV indicam-se 175 Km/h como velocidade máxima. Com a Rewaco é possível obter consumos médios entre os 4,9 e os 6,5 no intervalo entre velocidades médias de 90 e 120 Km/h.
Eixo dianteiro é um Garfo dianteiro com amortecedor central a gás, enquanto o eixo traseiro se trata de uma suspensão de roda única com amortecedores a gás. Travões de disco e pneumáticos (dianteiro) de 180/55 ZR 17 na jante de alumínio 5 J x 17 (opcional 200/50 ZR 17 na jante de alumínio 5 J x 17) ▪ Pneus traseiros, 255/45 ZR 17 em jantes de alumínio 8,5 J x 17 (opcional 295/35 ZR 18 em jantes de alumínio 11 J x 18 ou 335/30 ZR 18 em jantes de alumínio 12 J x 18 ou 305/30 ZR 19 em jantes de alumínio 11 J x 19).
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)