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Os rankings entre os diferentes países têm a grande vantagem de possibilitar às opiniões públicas a aferição, do grau de desenvolvimento das diferentes economias nacionais, entre si, especialmente no âmbito da mesma zona de influência geoestratégica.
Vem isto a propósito de dados recentemente compilados pelo Eurostat (Gabinete de Estatística da Comissão Europeia), ao nível do Produto Interno Bruto (PIB), per capita, em que Portugal, comparativamente com os outros 27 Estados-Membros, baixou de 78% da média da União Europeia, em 2015, quando António Costa, assumiu o cargo de primeiro-ministro, para 74% em 2021, após 6 anos de governos da geringonça.
Diga-se, desde já, que o Eurostat é um gabinete de estatística que está fora do jogo da política partidária e os seus dados devem merecer a nossa melhor atenção e credibilidade.
Mas se fizermos essa comparação com os dados deste século, verificamos que, em 2001, Portugal registava 84,1% da média da União Europeia, considerando os mesmos 27 Estados-Membros, ou seja, não considerando o Reino Unido que, entretanto, saiu da família europeia.
Portugal está desde 2001 a perder posições neste rankingdo PIB, per capita, e isso tem sido olimpicamente omitido pelo nosso governo.
A famosa máquina de marketing político do PS é completamente omissa a este respeito, o que até se compreende numa perspetiva sectária, característica do ADN socialista.
O que já não se compreende é que alguma comunicação social, perfeitamente engajada com o sistema, não dê ao assunto a relevância adequada, o que legitimamente nos leva a cogitar que não quer perder os favores de subsídios a fundo perdido que o governo vai soltando, de quando em vez, exatamente para condicionar a independência do chamado quarto poder, no sentido deste não ser um incómodo para o PS e para o seu processo hegemónico de poder em Portugal.
Esta falta de independência de alguma comunicação social é bem elucidativa da falta de qualidade da nossa democracia, sendo uma das razões para estarmos atrás de países como, a Noruega; a Finlândia; a Suécia; a Irlanda e a Suíça, no ranking que a revista “The Economist” publica anualmente sobre o índice de democracia de cada país.
Mas voltando ao tema do ranking do PIB, per capita, Portugal em 2021 já foi ultrapassado pela Eslovénia, por Malta, pela República Checa, pela Hungria, pela Polónia e pela Lituânia.
Considerando o crescimento constante, desde 2019, da Roménia e da Letónia, ao contrário de Portugal, é provável que, em pouco tempo, estes dois países também nos ultrapassem.
Com este ritmo de crescimento da economia portuguesa arriscamo-nos a rivalizar com a Grécia e a Bulgária, e mesmo aí não haverá garantias de não sermos ultrapassados, nos próximos anos, por estes dois países.
A questão que se põe é a de saber se estes indicadores são uma inevitabilidade de um determinado fatalismo português, ou se, pelo contrário, poderiam ser bem diferentes, do que efetivamente são, pela positiva.
Portugal está a pagar a ambição desmedida de António Costa que apesar dos resultados poucochinhos que obteve nas eleições legislativas de outubro de 2015, pretendeu formar o governo da geringonça, ficando na mão do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, o que condicionou a governação de Portugal até 2021, com uma ausência de reformas e com a estagnação da economia, o que nos remeteu para a cauda da Europa em termos de desenvolvimento económico e social.
Embora António Costa já não necessite da geringonça para se manter no poder, a situação em Portugal não se afigura muito diferente, apesar da oportunidade que poderia advir dos investimentos, a fundo perdido, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
No período de 2014-2020, Portugal, um dos países da coesão, não aproveitou devidamente os fundos europeus para o seu desenvolvimento económico e sustentado e tudo leva a crer que, desta vez, com o PRR e a nova política de coesão de 2021-2027, infelizmente, seja mais do mesmo.
Portugal é beneficiário líquido do orçamento europeu, desde a sua adesão à União Europeia, em 1986, e apesar disso deixou-se ultrapassar por alguns países que apenas aderiram em 2004, o que não abona a favor da nossa capacidade de inverter o atual estado anémico de desenvolvimento económico em comparação com os países mais dinâmicos e desenvolvidos da União Europeia.
Outra questão é a de saber até quando os países contribuintes líquidos do orçamento europeu estão dispostos a pagar a incapacidade crónica e endémica de Portugal reverter o estado da sua economia, entrando definitivamente no grupo dos países que se bastam a si próprios.
Há demasiado tempo que Portugal depende economicamente de outros países e isso não parece preocupar o governo e sua clientela partidária que gostam de estar de mão estendida, à porta dos bancos, havendo até um episódio a este respeito que envergonhou Portugal, em contexto europeu, com uma infeliz e inoportuna graçola de António Costa que em matéria de humor também deixa muito a desejar.
De acordo com previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), até 2027, entre os países da coesão, Portugal continuará a divergir da União Europeia, com um desenvolvimento medíocre, em que só a Espanha terá um crescimento menor que o do nosso país.
Uma das razões para a previsão pessimista do FMI para o crescimento económico de Portugal, até 2027, com certeza que terá a ver com a obsessão de António Costa em desviar as verbas do PRR em cerca de 70% para o setor público em detrimento do setor privado.
Triste sina a dos portugueses. Até quando a forte gente de Portugal será governada por tão fraca gente.
Fernando Pedroso
Deputado Municipal do CHEGA na AMO