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Um concelho de futuro deve estar alinhado com a “sociedade do conhecimento”, conciliando novas perspetivas para o seu território, apoiando as empresas e potenciando um paradigma voltado para a competitividade, assente na inovação, criatividade e sustentabilidade, que contribua para o crescimento económico do território e para a criação de empregos mais qualificados e mais bem remunerados.
Tenho a convicção que qualquer político local deseja isto no seu concelho, mas em Odivelas o que se verifica é que ou não há medidas que potenciem o desenvolvimento económico ou as medidas que se pretendem implementar não são adequadas, revelando uma subjugação às ideias do Partido Socialista a nível nacional e que mais parecem revelar uma agenda de interesses acima dos do concelho.
Como já referi em artigos anteriores, Odivelas não tem uma estratégia para o desenvolvimento empresarial e do emprego qualificado, pois tem sido incapaz de implementar medidas que, verdadeiramente, promovam a criação de empresas e de emprego suportadas no conhecimento, na tecnologia e na inovação, pilares fundamentais para o progresso do Concelho. Parece-me que mais 20 anos de governação socialista são suficientes para constatar esta inércia!
Face a este contexto de marasmo e sendo a inovação um impulsionador fundamental para o desenvolvimento económico, é tempo de inverter esta apatia, devendo ser agregadas vontades para implementar projetos âncora que coloquem o concelho na senda do crescimento e da melhoria generalizada da qualidade de vida dos odivelenses. E o concelho goza de todas as condições favoráveis para implementação de um Parque de Ciência e Tecnologia.
A zona da Paiã, para além de se assumir como um verdadeiro pulmão, que deve ser garantido, preservado e expandido de forma a constituir um espaço verde de excelência disponível à população, tem condições para, também, promover o desenvolvimento empresarial e de emprego qualificado académico, concretizado através de uma infraestrutura âncora no concelho.
Esta proposta, que já figurava no programa autárquico da Iniciativa Liberal em Odivelas, cria um ambiente de inovação e permite ser um canal aglutinador de profissionais qualificados, professores, alunos, empresas, instituições privadas, públicas e sociedade civil, que coabitam num espaço de colaboração, inovação, pesquisa e desenvolvimento.
O projeto deverá ser implementado através de parcerias público-privadas, devendo ser selecionadas as melhores empresas nacionais ou internacionais com experiência neste domínio, tendo como pilares o conhecimento, com as seguintes etapas:
- Criação de Campus Universitário de Ciências Agrárias, Pecuárias e Florestais e Ambientais, com edificações nos terrenos adjacentes ao Bairro do Menino de Deus e à várzea da Paiã, agora pouco explorados pela Escola Profissional Agrícola Dom Dinis;
- A Escola Profissional Agrícola Dom Dinis, reconhecida pela qualidade formativa de regentes agrícolas no século passado, deve ser dinamizada, com o aumento da oferta letiva e melhoria na articulação com o tecido empresarial;
- A Mata da Paiã deverá ser reordenada, dando origem ao novo Parque Ambiental da Paiã, com mais área disponível para usufruto pela população e ao serviço da ciência, como espaço experimental para estudos florestais e ambientais, à semelhança do que ocorre nos jardins botânicos, em Lisboa ou Coimbra;
- Criação de uma grande incubadora de empresas do setor agroalimentar, permitindo desenvolver e/ou criar empresas agroindustriais de base tecnológica, através da transferência de conhecimento para as empresas, a partir de centros de investigação e/ou do Campus Universitário;
- Promover a criação de um hotel-escola e um espaço coliving, nas imediações da Zona Industrial da Paiã, estrutura fundamental de apoio à incubadora e ao Campus Universitário;
- Requalificação e expansão da Zona Industrial e Comercial da Paiã, que nasceu de forma espontânea, sem qualidade urbanística, e a sua integração no Parque de Ciência e Tecnologia de Odivelas, com beneficiação das vias rodoviárias e criação de acessos diretos;
- Residências Universitárias integradas no Campus Universitário, através da requalificação de bairros da vertente sul.
Mas outras componentes devem ser valorizadas para que o Parque possa competir com outras infraestruturas semelhantes, já existentes na captação de talento.
A mobilidade sustentável também deverá estar presente com a criação de vias ciclo pedonais de acesso e de circulação neste novo parque, com ligação aos aglomerados habitacionais próximos, e com circuitos de transportes urbanos regulares que façam a ligação às estações de metro da Pontinha, do Senhor Roubado e de Odivelas.
O desporto, o lazer e os serviços para a população devem ter uma componente forte neste conceito, que deve passar, também, pela renovação do parque desportivo do Centro Escolar Republicano Tenente Valdez, ainda com mais investimento e novas valências desportivas; o desenvolvimento e promoção do Centro Hípico da Paiã, que preveja também a reabilitação e tratamento de pessoas com incapacidades, em articulação com associações do concelho; a reativação da Quinta Pedagógica da Paiã; e a integração dos serviços veterinários municipais e do canil municipal nos terrenos da Escola Profissional Agrícola Dom Dinis.
Como demonstrado, há oportunidades em Odivelas que podem e devem ser aproveitadas, desde que se tenha uma visão estratégica e interessada nas reais necessidades de Odivelas, características que parecem ter faltado ao executivo socialista local.
O conhecimento, o desenvolvimento económico e a sustentabilidade estão presentes neste Parque de Ciência e Tecnologia, estrutura âncora que beneficiará Odivelas e os seus habitantes, apresentando-se como uma proposta de progresso e de futuro, assim haja vontade de a concretizar!
– Filipe Martins
Iniciativa Liberal de Odivelas