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Pegasus é a palavra das mais ouvidas nas últimas semanas e tema de enormes polémicas particularmente em Espanha.
Simplifiquemos:
- Pegasus é um ‘software’ de espionagem invisível que, ao contrário da maioria, não necessita de nenhuma acção do utilizador, como abrir um anexo, para poder aceder a todos os conteúdos dos nossos telemóveis ou computadores. Entra em smartphones – com software Android ou iPhone – de forma totalmente invisível para o usuário. Acede e extrai todos os ficheiros e aplicações mesmo gravações encriptadas. Entra e sai sem deixar rasto.
- Em Espanha, por ordem judicial (portanto rastreou, não espiou) , o CNI, Centro Nacional de Inteligência investigou os equipamentos de 18 lideres independentistas da Catalunha por causa da tentativa de separatismo e golpe de estado. A polémica abre o precedente de se ter de revelar os conteúdos que assumem particular gravidade atentando contra a segurança de Estado, à sua Constituição, a pessoas e bens e revela uso indevido de dinheiros públicos. Carles Puigdemont – eurodeputado eleito pelo partido unilateralista e republicano Junts per Catalunya – e fugido à Justiça de Espanha. Já a suposta espionagem aos equipamentos do presidente do governo e outros ministros terá sido realizada por serviços de inteligência de países terceiros.
Pegasus foi criado pela empresa israelita NSO e, subjectivamente, só é vendido a agências de serviços de inteligência de países governados por democracias. Mas quem compra este e outros software semelhantes são todos os países que não desenvolvem programas próprios neste domínio. De qualquer modo, conhecem-se países dirigidos por autocratas a quem foi vendido Pegasus, caso do reino de Marrocos. Também se sabe da existência de várias versões do Pegasus e que o projecto informático se conheceu há seis anos quando foi revelada a sua utilização no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Rafael Fernández-Calvo, informático especialista em segurança e membro da Internet Society, explicou à cadena SER a sua dupla perigosidade: “Simplesmente ao recebê-lo, já está infectado e pode aceder a todos os dados, inclusivamente ligar e activar os microfones ou os vídeo dos nossos smartphone“.
Mas também, desde que instalado, pode activar a geolocalização e ler os conteúdos de todas as mensagens, mesmo as criptografadas das aplicações do WhatsApp e Telegram.
Este software espião – “spyware” na língua inglesa – recolhe toda a informação da pessoa vigiada e transmite os dados a uma entidade externa sem conhecimento do usuário. Presentemente e que se conheçam não existem ferramentas que eliminem a instalação do Pegasus a não ser programas informáticos desenvolvidos pelos serviços de inteligência dae alguns países. Mas podemos ter presente que as melhores versões do Pegasus se desinstalam automaticamente e não deixam rasto as chamadas impressões digitais do próprio ‘software.
Quase certo é que as secretas do Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Israel, Austrália, Nova Zelândia e eventualmente Rússia e China não adquiriram este programa da NSO, porque investem no desenvolvimento dos seus próprios software de espionagem. Acredita-se que neste grupo se encontra também a Noruega e a Alemanha.
Seguem-se links com trechos de programas televisivos a propósito do tema: Por exemplo, poder assistir, em directo, à intrusão de um telemóvel, durante o programa televisivo:
Depois, às explicações:
https://www.cuatro.com/todo-es-verdad/como-actua-pegasus-sistema-espia-movil_18_3320895008.html
E em ‘Horizonte’, entre os mais interessantes e explicativos:
E como se faz na guerra…
https://www.cuatro.com/todo-es-verdad/documental-guerra-espias-kgb-ucrania-rusia_18_3302525480.html
Uma outra face da história sobre Elon Musk, teoricamente o mais rico do Mundo.
https://www.cuatro.com/todo-es-verdad/elon-musk-vida-personal-infancia-bullying_18_3324570019.html