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David, treze anos, fã de automóveis e orgulhoso do seu avô Afonso relata o novo Lexus ES como um dos automóveis das suas fantasias, aquele que todos os avós do Mundo deviam possuir. “É um pequeno luxo, espaçoso com as coisas todas com que sonho”, eis a afirmação decidida do David que só se queixa de o avô não ter escolhido a versão F-Sport para ouvir maior bramido do motor.
Mas o avô Afonso, um gestor de empresas reformado, comunga da opinião de centenas de milhares de automobilistas que garantem que quem entra no Universo Toyota não sai dele. O construtor japonês – por enquanto o maior do planeta – não troca a grandeza pela qualidade e consequente fidelização dos seus utilizadores. Fundamental à sobrevivência e naturalmente modela-se aos mercados. Isso significa modelos e ou versões distintas, num esforço que vale a justeza de considerarem o construtor como dos globalmente melhores a fabricar em série e em modo mais artesanal, jamais dispensando a intervenção da mão-de-obra humana, numa conjugação que se pretende perfeita entre o homem e a robótica numa óptica mais avançada na indústria da automação.
Façamos uma pausa sobre a nossa apreciação do ES do avô Afonso para dar espaço à minha posição pessoal, agora que passam dois anos que entrei no universo dos clientes do grupo Toyota. Gosto de algumas opções tecnológicas, principalmente da manutenção dos motores de combustão e das soluções quase globalizadas da conjugação destes com o auxílio de motores eléctricos. Aprecio o esforço no desenvolvimento dos automóveis totalmente eléctricos e com célula de hidrogénio, ainda que os considere pouco ou quase nada ecológicos: São uma praga da indústria da exclusiva responsabilidade do marketing político que o Mundo pagará se arrependerá a médio prazo e pagará um preço alto por isso mesmo. Os construtores veem-se obrigados a aceitar a demagogia e a avançar para uma espécie de precipício. Basta ter sentido comum e interrogarmo-nos: quem são os clientes dos futuros carros eléctricos usados? Quantos de nós estarão dispostos a comprar um automóvel eléctrico com três ou quatro anos e com 80.000, 100.000 ou mais quilómetros? Qual é o fabricante que pode garantir a longevidade das baterias e o custo exacto da sua substituição total ou parcial?
Imerge os premium alemães
O mais espantoso na gama ES destinada ao mercado europeu é a homogeneidade do equipamento de série entre as três versões nivelada por cima, ou seja, o comum dos fãs dos automóveis familiares tradicionais – e foi o caso do avô do David – aceitará facilmente ajustar-se à compra de um ‘Plus’ em vez do ‘Luxury’.
A família – e com justeza – avaliará sempre que usufrui de um veículo luxuoso, porque o Lexus ES 300h Plus é isso mesmo: tem tudo o que se pode exigir de um topo de gama na actualidade. Essa certeza é-nos dada à entrada: primeiro, com um ambiente forrado a pele, incluindo um tablier com a perícia artesanal takumi; segundo, quando ajustamos o banco do condutor e nos deparamos com a comoda possibilidade de regularmos um apoio de pernas articulado do próprio assento, tudo em modo eléctrico e com 12 vias. Os bancos são aquecidos e têm um novo sistema de ventilação, mais célere e eficiente, que advém diretamente do apetrechamento do ar condicionado.
Depois, despercebidamente, podemos fruir de todas as tecnologias e inúmeros equipamentos. E os detalhes desta versão ‘Plus’ percepcionam solidez, conforto e segurança, precisamente o que o David nos contou previamente sobre o carro do avô Afonso:
- A iluminação interior indirecta nocturna é uma das minúcias mais criativas que faz sobressair o design das portas e com opções de coloração dos leeds contínuos;
- O head-up display, sistema que permite ao condutor manter a visão na direcção da estrada, é opcional e – segundo informação do construtor – é o maior no segmento de automóveis de luxo. Este sistema da Lexus, além das informações habituais, como a velocidade, o nível de combustível e a informação dos limites de velocidade, avisa sobre as instruções do sistema de navegação, os avisos de manutenção na faixa de rodagem.
O recente modelo ES é uma aposta para o mercado europeu: mais do que teorizar sobre o conceito ‘premium’, este Lexus soçobra modelos como o A6 da Audi, série 5 da BMW, o Mercedes-Benz classe E ou os Jaguar XF e XE. O sucesso continua garantido nos Estados Unidos: tara-se da sétima geração de um modelo que foi lançado em 1989.
Surpreendentes: nova plataforma
e tecnologia híbrida de quarta geração
Optámos por explorar atributos verdadeiramente novos: a estreia da plataforma de tracção dianteira “Global Arquitecture – K (GA-K)”, que se encontra ao nível da utilizada nos modelos maiores e com tracção traseira. A base GA-K proporciona que as rodas estejam mais aproximadas às extremidades facilitando a estabilidade. O david tem razão: conduzimos um automóvel que parece que desliza e leva ‘pantufas calçadas’.
Travar fundo; percorrer estrada sinuosa; fazer uma mudança de direcção mais ríspida ou uma ultrapassagem mais rápida; acelerar fundo em modo sport na auto estrada, permitiu verificarmos melhoras substanciais nos níveis de segurança e na dinâmica por causa da distribuição de peso e rigidez… Também se sente muito menos o peso das baterias agora colocadas debaixo do banco traseiro. Este ES cresceu 6,5 centímetros relativamente ao anterior; é mais largo 4,5 cm e tem mais 5 cm na distância entre eixos.
Do ponto de vista ‘mecânico’, sobressai o sistema electrificado “Self Charging Hybrid” de quarta geração: motor eléctrico mais leve e bateria de hidretos metálicos de níquel colocada debaixo do banco traseiro, que melhora a distribuição do peso – dá-nos aquela sensação de que falava atrás, de conduzirmos um carro mais leve particularmente em circuitos mais sinuosos – e junta o útil ao agradável em ter mais espaço na bagageira.
O ES 300h está equipado com o motor 2,5 litros de 4 cilindros do ciclo Atkinson, que utiliza tecnologia de combustão de queima rápida, colocando o modelo entre os carros de série equipados com motor termicamente mais eficiente, sem aumento de consumos ou emissões. A potência combinada é de 160 Kw/ 218 cv, enquanto as emissões de CO2 em ciclo misto WLTP (g/km) são apenas de 119 g/km. Como quase todos os modelos da marca, o ES 300h não foge à condição de ter limitador para velocidade máxima que acontece no intervalo dos 180 a 200 Km/h. Os consumos anunciados para o ES são de 5,3l/100 km em ciclo WLTP.
Relativamente aos preços e em virtude da crise, os automóveis nas Canárias com emissões de CO2 superiores às 110g/Km – última decisão política muito questionável que abre uma janela de oportunidades à receita fiscal visto que os híbridos estavam isentos de impostos em 2019 – pagam um IGIC avantajado de 15% (substituto do IVA que não subsiste no arquipélago por estar sujeito a regime de excepção relativamente às normativas da União Europeia), 8% mais alto que o IGIC convencionado para os restantes produtos, e um imposto de matriculação de 3,75%. Temos um total de impostos sobre o automóvel de 18,75%.
Assim, os preços praticados são de: 63.228,00€ para a versão Plus (a que conduzimos) mas com um preço final, pós desconto, de 58.181,00€; F-Sport tem um PVP de 65.053,00€ para um preço final de 61.295,00€; enquanto para o Luxury se apresenta um PVP de 71.74,00€ para um preço após desconto de 65.580,00€.
– por José Maria Pignatelli
(Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)