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António Costa é Primeiro-Ministro de Portugal, há mais de 6 anos, tendo iniciado o cargo pouco tempo após ter conduzido o PS a uma derrota nas eleições legislativas de outubro de 2015.
O Primeiro-Ministro tem um largo currículo político governamental, tendo anteriormente desempenhado, em vários governos, num total de cerca de 9 anos, funções de Secretário de Estado e de Ministro dos Assuntos Parlamentares, bem como de Ministro da Justiça e de Ministro da Administração Interna.
O Primeiro-Ministro, também apresenta currículo em termos autárquicos, tendo sido Vereador na Câmara Municipal de Loures e membro da Assembleia Municipal de Lisboa e Presidente da Câmara Municipal igualmente de Lisboa.
Em termos parlamentares António Costa foi deputado à Assembleia da República durante 13 anos, tendo também tido uma passagem fugaz pelo Parlamento Europeu.
António Costa tem uma longa carreira essencialmente dedicada à política e ao PS, não se conhecendo currículo noutras atividades da economia, a não ser a de advogado ligado a escritórios de outros políticos da área socialista (Jorge Sampaio e Vera Jardim).
Face ao currículo de António Costa e à sua longa dedicação exclusiva à política, da qual sempre dependeu, compreende-se o seu grande empenhamento e entusiasmo em iniciar, em finais de 2015, a época dos governos da geringonça, a fim de assegurar a sua própria sobrevivência política, após ter perdido eleições, relegando para segundo plano, não só o interesse nacional, mas também a práxis parlamentar do partido vencedor das legislativas formar governo.
Em 2015, só a desmedida ambição do Primeiro-Ministro permitiu que pusesse a sua carreira política à frente dos superiores interesses de Portugal, aceitando o apoio parlamentar lhe foi dado pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda, partidos claramente de contrapoder e do quanto pior melhor, após o nosso país ter sobrevivido, com imensa dificuldade e esforço coletivo dos portugueses, à bancarrota socialista e aos desmandos dos governos de José Sócrates, de que, aliás, António Costa, fez parte.
Como já era visível nos anteriores governos da geringonça, a atual maioria absoluta do PS veio realçar a completa ausência de uma visão de futuro e de uma ideia para Portugal, de que António Costa há muito padece, estando somente rotinado e treinado para fazer falsas promessas e correr atrás das agendas impostas pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda e para zurzir na oposição, principalmente naquela que estoicamente o afrontava, sendo o Chega o exemplo paradigmático dessa situação.
Agora que finalmente António Costa conseguiu descartar-se dos seus camaradas da geringonça e com a maioria absoluta que lhe caiu nas mãos, ficam mais evidentes as suas debilidades como Primeiro-Ministro, bem como a incompetência, de alguns dos seus Ministros que não hesitou em reconduzir, sendo Marta Temido o exemplo paradigmático dessa situação.
A indisfarçável e incontida ambição europeia de António Costa que passa cada vez mais tempo fora de Portugal, o que conjugado com as suas próprias debilidades como líder do Governo, ao que acrescem os erros de casting na escolha ou manutenção de alguns dos seus Ministros, bem como, no facto, inédito na nossa democracia, de Marcelo Rebelo de Sousa ter permitido que a luta para a sucessão no PS fosse oficialmente transferida para o Conselho de Ministros, são tudo fatores para uma tempestade perfeita no Governo de Portugal.
Os primeiros sintomas dessa tempestade perfeita já são visíveis, nomeadamente, com os colapsos do SNS e do SEF, bem como a trapalhada sobre o aeroporto internacional de Lisboa.
O Presidente da República ao permitir tudo isto, parece não ser capaz de estancar a degradação da ação governativa, continuando a entreter-se com as suas múltiplas viagens ao estrangeiro e a exportar uma nova marca portuguesa, denominada as selfies à moda de Marcelo Rebelo de Sousa, como se estas fossem um produto gerador de riqueza em Portugal.
Convém que alguém com acesso a Marcelo Rebelo de Sousa lhe demonstre e explique que as suas selfies no estrangeiro, não trazem qualquer valor acrescentado a Portugal, e em países evoluídos, não raras vezes, são consideradas uma autêntica e bacoca parolice.
Contudo, percebe-se o ímpeto avassalador das selfies recentes de Marcelo Rebelo de Sousa, no Brasil, para disfarçar o seu incómodo pelo imbróglio diplomático que causou, ao entrar levianamente na pré-campanha eleitoral de um país amigo e irmão, obrigando o seu legítimo Presidente em funções, a cancelar um almoço de Estado, para evitar males maiores.
Tudo é permitido a Marcelo Rebelo de Sousa em Portugal, mas convém que no estrangeiro assuma a contenção própria de um Chefe de Estado, de forma a não prejudicar internacionalmente o nosso país.
Alguns dos pseudointelectuais que pululam na política portuguesa quando acusam pejorativamente, por exemplo, André Ventura, de ser um perigoso populista, deveriam primeiro olhar para o comportamento de Marcelo Rebelo de Sousa para perceberem o que de facto é um político populista que a todos quer agradar, não hostilizando ninguém e deixando que o governo de Portugal ande à deriva e vá levando o nosso país para a cauda da Europa.
Marcelo Rebelo de Sousa ao ter recentemente evocado a arraia-miúda, imortalizada por Fernão Lopes, deveria ter em atenção as lições da História de Portugal.
O Primeiro-Ministro e o Presidente da República são os principais responsáveis pelo facto de Portugal estar, por ora, adiado, restando saber até quando a arraia-miúda o permitirá …
– Fernando Pedroso
Deputado Municipal do CHEGA na AMO