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    Histórias d’África – Um conto de fadas com flores

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    É pena ser tudo em plástico!”, eis a exclamação que ouvi de quem se fixava numa montra nova, diferente, colorida, mas muito bem enfeitada com flores e artefactos que nos habituámos a ver num conto de fadas. De repente, escutámos do lado de dentro: “Não, não, as flores são todas naturais… Entrem, vejam o que fazemos”.

    Considero-me uma pessoa diferente, chamemos-lhe assim, raro, adoro mergulhar nos detalhes e divertir-me com eles, ver que algo tão delicado com uma flor é tão forte como bonito, chamo-lhe arte da natureza, penso que o talento se aprende com técnica, estudos…

    Um piscar de olho para o relógio; a tempo das minhas obrigações e não hesitei: iniciava uma pequena viagem ao imaginário das festas com que qualquer um de nós sonha. Era o segundo dia de vida da “Félix Diaz Creaciones”, a loja que faltava na vila de San Isidro, o maior bairro do comercio tradicional no Sul da ilha de Tenerife; o espaço digno de qualquer lugar das cidades mais cosmopolitas.

    Adoro flores, o seu cheiro, a textura, apaixona-me a sua delicadeza e, ao mesmo tempo, a sua forma de se adaptarem ao ambiente”, disse Félix Diaz, um cubano de 32 anos (6 de abril de 1990) que, em 2009 com a sua mãe, escolheu Espanha para conseguir qualidade de vida e estabilidade económica. Félix chegou com bacharelato, sempre com um sonho em poder criar e expressar-se artisticamente sempre no contexto do trabalho manual independentemente das tecnologias adaptadas ao mundo da decoração. Acrescentou aos estudos outros cursos de preparação, formação e capacitação no mundo das flores e suas composições florais.

    Notícias LXFélix Diaz Creaciones faz-nos imergir num conto de fadas; parece um espaço saído de uma película de fantasias…. Somos deslumbrados pela arte de trabalhar as flores enquanto matéria-prima de decorações, muito mais que a recreação de um florista comum. Como nasceu este fascínio? O que é que foi preciso adicionar ao talento?

    Félix DiazConsidero-me uma pessoa diferente, chamemos-lhe assim, raro, adoro mergulhar nos detalhes e divertir-me com eles, ver que algo tão delicado com uma flor é tão forte como bonito, chamo-lhe arte da natureza, penso que o talento se aprende com técnica, estudos… Mas a ARTE, não sei eu. Pegar em duas rosas um ramo seco um vaso simples e criar um arranjo floral do nada… Esse é o talento que nasce connosco.

    Notícias LX – Atravessamos um período de crise global, primeiro pela pandemia de SARS-CoV-2; e mais recentemente pelo conflito entre russos e ucranianos. Esta arte encanta qualquer um, melhora a nossa espiritualidade e dará um brilho inquestionável a todos os momentos que queiramos festejar. Mas não se trata de um bem essencial. Qual é o risco em iniciar um projecto destes?

    F. DiazTodos sabemos que o mundo muda em cada dia, crises, alterações climáticas, conflitos, pandemias. Temos de pensar que somos parte do futuro, sou um pedacinho desse futuro e que nossas decisões importam. O meu grão de areia é poder expressar-se através de minhas mãos, deixar um sorriso e dar um motivo de felicidade através da minha arte floral.

    ¡Cheguei para ficar!

    Notícias LX – Estamos perante um negócio que viverá essencialmente do passa-palavra?

    F. DiazÉ um grande sonho; é um repto. Preparo-me dia após dia, aprendo, expresso-me e dou o melhor de mim. Depois, é essencial utilizar produtos de qualidade reutilizáveis; ser competitivo; praticar preços aceitáveis para a maioria das pessoas; manter um serviço personalizado, o essencial para conquistar corações, gerar emoções e fazer perceber que este é o lado bom da vida, mesmo do ponto de vista espiritual.

    Comecei este negócio com alguma perspectiva de grandeza, investimento e naturalmente risco. ¡Mas cheguei para ficar!

    Notícias LX – Deparamo-nos com flores fabulosas. São importadas? Ou a maioria cultivam-se nas Canárias? Há tradição em cultivar flores em alguma das ilhas?

    F. DiazSim, geralmente utilizamos produtos importados principalmente do Equador, embora não seja menos verdade que também nos servimos da grande variedade de produtos florais canários.

    Notícias LX – E como se escolhem os acessórios? Há alguma lógica na escolha e combinações de cores? Manda mais a vontade dos clientes ou a sua capacidade em persuadir os compradores?

    F. DiazGosto que os acessórios sejam multifuncionais, quer isto dizer que o cliente pode reutilizá-los em muitas outras decorações. Portanto, faço questão de oferecer produtos de qualidade que façam a diferença, como, por exemplo, possam ser divertidos manuseá-los. Imponho-me a mim mesmo criar peças únicas e que as texturas e formas associadas às flores transformem o dia do meu cliente no melhor da sua vida naquele preciso momento.

    Notícias LX – Este é um negócio mais virado ao lado feminino ou também há muitos homens a gostarem destas fantasias?F. DiazNão entendo de géneros, entendo de pessoas. Cada pessoa é um mundo e dono das suas emoções. Só entendo o mundo das flores como arte, forma de expressão, e criação.

    – por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)

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