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Esta semana assistiu-se a mais um episódio do sensacionalismo nos media.
Fruto da busca constante da liderança das audiências, as TVs, tal como os Media em geral, procuram oferecer o que mais vende e com isso dar suporte aos seus comerciais que precisam de argumentos para vender a sua publicidade, tal como certos jornais precisam de publicitar a tiragem como se isso justificasse uma pretensa penetração junto dos Cidadãos e o seu poder de formadores de opinião…
Neste jogo do “faz de conta” que temos um papel de informação, quando para além do flash do momento, não há tempo sequer para esclarecer os fundamentos da situação, o sensacionalismo continua a mandar sem muitas vezes se perceber até onde é que irá o “escarafunchanço” no modelo de informação “à porta de…”.
Na realidade os números que viabilizam os projetos de informação assentam nas receitas de publicidade e tudo o mais “vai para o inferno”. A questão de sempre é de que modo os media podem assegurar um patamar de qualidade superior quando dependem das audiências e, portanto, das receitas de publicidade…
É aqui que entra a necessidade, que muitos defendem, do apoio à Comunicação Social pelo Poder Central e Local. O futuro da Comunicação Social Livre depende do que vier a ser definido pelo Parlamento Nacional e pelas boas práticas do Poder Local. Em muitos fóruns se tem debatido os vários modelos de apoio aos media e desde o Presidente da República ao PM todos já tomaram posição pela necessidade de apoio aos OCS tendo inclusive o Governo atribuído, há uns anos atrás, um apoio em publicidade institucional de vários milhões em que uma migalhas chegaram aos OCS Locais e Regionais. Como é costume, não se vai ao âmago do problema e ficam-se por umas aspirinas.
É necessário que sejam assumidos os tais custos da Democracia e se assuma como Boa Prática, dos poderes Local e Nacional, o apoio aos Media como garante do funcionamento da Democracia. Programas de apoio COM CRITÉRIOS MUITO CLAROS que não façam depender o apoio, da boa vontade de quem decide.
Os OCS são ou não uma necessidade para o funcionamento do Poder Democrático? Todos nos garantem que sim e, assim sendo, porque não se instituem boas práticas e se definem critérios?
Todos sabemos que uma comunicação social forte e independente é o garante da transparência e do salutar debate de ideias, sabemos também que de futuro os que optarem por um APOIO COM CRITÉRIOS UNIVERSAIS serão referenciados como bons exemplos a seguir e farão “jurisprudência” e, por isso, é com expetativa que aguardamos pelo novo ano de 2023 onde muita coisa estará em jogo e nomeadamente o futuro de alguma comunicação social local e regional.
Aqueles que no futuro persistirem em não querer apoiar a Comunicação Social Local, e estou-me a lembrar de Odivelas, onde ainda no passado mês de Setembro foi chumbada uma moção de atribuição de apoios, em publicidade institucional, aos OCS Locais, com o voto contra do PS e abstenções do PSD e PAN, deixarão claro que não é de sua vontade um sistema Democrático de amplo debate de ideias e que cultivam outros valores que nada têm a ver com a Transparência e a prestação de contas aos Cidadãos – Assim o Povo entenda e lhes dê a resposta que merecem em 2025. Venha 2023!