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Há quem defenda que a Ferrai Dino não se deve considerar uma Ferrari verdadeiramente. Mas sim! Dino é uma Ferrari e das mais belas e sóbrias que se construíram. Quer se goste ou não integram as colecções mais importantes e encontram-se entre os veículos da marca mais desejados pelos automobilistas mais nostálgicos.
Encerra também uma faceta mais circunspecta. Foi o desportivo que Enzo Ferrari mandou construir para homenagear o filho, Alfredo Ferrari, conhecido por muitos como Alfredino Ferrari ou Dino Ferrari, que morreu aos 24 anos vítima de uma sombria distrofia muscular. Alfredo foi engenheiro mecânico e insistia na construção de um Ferrari mais acessível, mecanicamente mais “excepcional” e concordante como o que o futuro poderia exigir, principalmente nas corridas de fórmulas: que tivesse um motor de 6 cilindros em V, de 2,0 litros colocado centralmente… E que mais tarde se pudesse arquitectar um propulsor V6 DOHC 1,5 litros para equipar os monolugares de Fórmula 2 para a temporada de 1958.
Pouco antes da sua morte, Alfredo Ferrari manteve acesas discussões com o então braço direito do seu pai, Vittorio Jano, sobre o futuro dos motores ligeiros e com muitos cilindros. Mal saberia “Alfredino Ferrari” que a Fórmula 1 encerraria das suas épocas mais loucas com monolugares precisamente equipados com motores V6 de 1.500 cc turbo alimentados que conseguiam potências máximas de 1.350 cavalos (1.010 kW) para o desempenho dos treinos cronometrados… E que hoje, competem equipados com motores V6 a 90 graus de 1,6 litros, naturalmente sobrealimentados.
Lamentavelmente, Alfredo Ferrari não viveu para ver o Ferrari Dino.
O V6 com o inédito ângulo de 65 graus foi mostrado no início da década de 60’ e voltaria em 1966 com o famoso Fiat Dino. Mas em 1967, no Salão de Paris, o motor ganharia o seu vestido mais célebre: a Ferrari Dino 206 GT, desenhada por Pininfarina.
Dois anos depois – em 1969 – a versão 206 GT (de que se venderam 150 exemplares) foi substituída pela Dino 246 GT e o motor foi amplificado de 2 para 2,4 litros e a potencia cresceu dos 180 para os 195 cavalos. Inesperadamente, o bloco do motor de alumínio foi substituído pelo ferro fundido, enquanto a carroçaria passou a ser gradualmente construída em aço aligeirado. De qualquer modo, a velocidade de ponta aumentou para 245 Km/h. A partir de 1971 passaram a construir-se invariavelmente 3 unidades por dia. A produção da Dino 246 GT manteve-se até 1974 e venderam-se 3.700 exemplares, incluindo a versão GTS (carroçaria Targa).
O modelo foi substituído pela Dino 308 GT4, com design mais rectilíneo, em modo coupé 2+2 e que se distinguiu pela estreia dos motores V8 na Ferrari.
Recordar que o primeiro motor V6 do Mundo foi produzido pela Lancia em 1950.
Características
Modelo: Dino ▪ Versão: 246 GT ▪ Potência: 195 cv (144 kw – 193 hp) ▪ Motor: 6 cilindros (motor em V) ▪ Cilindrada: 2.418 cm3 ▪ Distribuição: 12 válvulas ▪ Binário: 225 Nm (5500 tr/min) ▪ Transmissão: Tração traseira, caixa de velocidades manual 5 velocidades ▪ Peso médio: 1303 kg ▪ Pneus: 185/70/14 (pneus a preços baixos) ▪ Relação potência / peso: 6.7 kg/cv ▪ Alimentação: 3 carburadores Weber 40 DCF▪ Travóes dianteiros: Discos (270 mm) ▪ Travões traseiras: Discos (254 mm) ▪ Velocidade máx. 245 Km/h ▪ Comprimento: 423.4 cm ▪ Largura: 170.7 cm ▪Altura: 114.3 cm.
Medições: 0-100 km/h: 7.6 s; 0-120 km/h: 10.2 s; 0-130 km/h: 10.4 s; 0-140 km/h: 13.0 s; 0-160 km/h: 17.5 s; 0-180 km/h: 23.0 s; 0-200 km/h : 31.6 s; 0-220 km/h : 46.6 s
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)