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Na linha das propostas de reformas, depois da transparência, esta semana o tema é a “Reforma do Mérito”.
A par da transparência, o mérito é condição primeira para uma sociedade justa em que cada um na sua função, para além da retribuição base, tem de ser discriminado positivamente em função do mérito.
Nada pior para uma estrutura que um lugar ocupado por alguém que não tem mérito – desmotiva os demais e, quando exerce uma função executiva, cultiva outros critérios como a troca de favores ou a subordinação a outros interesses que não servem obviamente a estrutura em que está inserido.
Mais do que reconhecer a necessidade de premiar o mérito, o grande desafio coloca-se na forma como se pode premiá-lo sem intervenção das chefias e por critérios objetivos, públicos e mesuráveis. Mais uma vez, a estrutura informática da organização, tem de estar preparada para, definidos os critérios, auditar as tarefas e os objetivos e produzir relatórios periódicos listando todos os que em função dos resultados terão de ser discriminados positivamente seja com prémios de produção ou com qualquer outra figura que premeie o mérito.
Para além dos lugares de confiança pessoal, não há razões para que nomeações de diretores dos quadros médios e superiores não sejam baseados em critérios rigorosos de mérito demonstrado em funções anteriores. Um quadro tem de ser alguém que persegue a excelência e é uma referência para os que o rodeiam e isso, só está ao alcance dos que têm mérito.
O que é facto é que vulgarmente, muito vulgarmente, nos deparamos com pessoas que todos reconhecem que não têm perfil para o cargo o que é uma forma simpática de evitarmos dizer que são incompetentes para o cargo que ocupam. O peso da inercia que estas pessoas representam nas engrenagens, explica, em grande parte, a realidade Portuguesa onde muito do que se faz não é o melhor nem para lá caminha e, as exceções, são os casos de sucesso com dimensão europeia mas que têm na sua génese critérios de excelência baseados no mérito.
Uma Sociedade que não cultiva o mérito é uma Sociedade condenada ao campeonato dos últimos, impondo a todos os Cidadãos e sobretudo aos que mais precisam um País sem futuro.