Verdade em certa medida, principalmente para os mais antigos que nos habituámos a vê-lo jogar ao lingo de uma carreira no Brasil, numa altura em que o futebol Sul americano ombreava perfeitamente com o futebol europeu, porventura suplantando-o em muitas ocasiões.
Dia 29 de dezembro de 2022 encerra um capítulo da modalidade desportiva ‘futebol’ com o falecimento do Rei Edson Arantes do Nascimento, o tal Senhor que conhecemos por Pelé.
Por direito à opinião – comungando de milhares de adeptos desinteressados em serem muito pouco ou nada opinion makers – a morte de Pelé encerrou um ciclo de onde se juntam indubitavelmente Eusébio, Di Stéfano (Alfredo Stéfano Laulhé), o eterno esquecido László Kubala e Johan Cruijff (Hendrik Johannes Cruijff). Faleceu o último de uma geração que não conheceram a contemporaneidade da ciência e tecnologia ao serviço do desporto; tão pouco pontapeavam bolas praticamente impermeáveis, antes aquelas que quase pesavam o dobro quando circulavam em terrenos encharcados; e tantas vezes, a solução clinica imediata para as lesões era uma infiltração porque não havia tempo para pieguices.

Ontem, dia 29 de dezembro, partiu o último guerreiro da nova era do futebol, do futebol espectáculo; do futebol vontade de triunfar; de fazer bem feito. Tudo, a troco de muito pouco.
Recordo cada passo de Pelé e dos seus companheiros no célebre Mundial de 1970, no México, o treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, juntou maestros da arte do futebol: Pelé, Carlos Alberto, Tostão, Gerson, Rivellino, Jairzinho, Clodoaldo, e de jovens como o então o guarda-redes do Palmeiras, Emerson Leão, que se juntou aos colegas de posição Félix (titular) e Ado.
No México venceram 6 partidas a seis jogos. E o Brasil conseguiu definitivamente a posse da taça Jules Rimet, apenas entregue a quem vença pela primeira vez três edições do Mundial, e ensinou o mundo a magia de como jogar bonito, com velocidade, ocupação de espaços, transições quase perfeitas, com alternância de posicionamentos, sempre capazes de surpreender os adversários. Há quem defenda que Zagallo inspirou a equipa para dar uma aula de competência em como se jogar futebol que serve até nos dias de hoje.

O “Mundial de 1970” fez esquecer a humilhação sofrida 4 anos antes na Inglaterra, onde a “Canarinha” perdeu na fase de grupos (Gr. C) com a a Hungria e Portugal pelo mesmo resultado, 3 x 1. António Simões (aos 15’) e Eusébio (aos 26’ e 86’) foram os ‘carrascos’ da equipa de Pelé.
O ‘Onze’ base da selecção do Brasil de 1970 era:
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Rivellino; Jairzinho, Pelé e Tostão.
E os 22 eleitos do treinador Zagallo foram:
Guarda-redes: Félix, Ado e Leão
Laterais direitos: Carlos Alberto, Zé Maria;
Defesas-centrais: Brito, Baldocchi, Fontana, Joel Camargo;
Laterais esquerdos: Marco António, Everaldo;
Trinco: Piazza que acabaria por jogar a defesa-central;
Meio-campo: Clodoaldo, Gérson, Rivellino, Paulo Cézar
Atacantes: Jairzinho, Tostão, Pelé, Roberto, Edu e Dario.
Para memória futura deixo aqui os jogos e resultados da selecção do Brasil no Mundial 70’
Grupo 3
Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia (3 de junho de 1970);
Brasil 1 x 0 Inglaterra (7 de Junho);
Brasil 3 x 2 Romênia (10 de Junho);
Quartos-de-final, Brasil defrontou o Perú e venceu por 4 x 2, em 14 de junho;
Meia-final, Brasil jogou contra o Uruguai e triunfou por 3 x1, a 17 de junho;
Na final – 21 de Junho -, o Brasil derrotou a Itália por 4 x 1 com golos de Pelé, Gérson, Jairzinho, Carlos Alberto
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)