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Quando em 2020, o Governo, deu inicio às obras da Linha Circular do Metropolitano de Lisboa, não desrespeitando clara e intencionalmente o disposto nos artigos 282.º e 283.º da Lei do Orçamento de Estado de 2020, não o fez sem acusar de irresponsabilidade o Movimento de Cidadãos Contra o Fim da Linha Amarela, todos os cidadãos que se opõem a este malfadado projecto, bem como os restantes partidos políticos, por terem visado a suspensão das empreitadas em causa, pois tal levaria o país perder fundos comunitários.
Algo que então não foi dito pelo Governo é que o país perderia 80 milhões de euros, mas não gastaria o remanescente dos 210 milhões de euros preconizados para executar esta obra, i.e., o país não gastaria numa má obra 130 milhões de euros dos contribuintes nacionais.
O Movimento de Cidadãos Contra o Fim da Linha Amarela em diversos fóruns, nomeadamente na Audição Parlamentar de carácter popular ocorrida em Odivelas em 20/03/2020 teve oportunidade de expressar que desonesto seria gastar dinheiro da Europa só porque vem da Europa e assim pudesse ser desperdiçado em maus projectos, sendo ainda que nessa altura foi realçado o que sempre surge nas empreitadas em Portugal, esta como todas as outras iria sofrer agravamentos que se esperava e espera que cheguem pelo menos ao dobro do orçamentado no inicio (210 milhões de euros).
É conhecido desde o final de 2022 que dos 210 milhões de euros que o Governo quis desperdiçar nesta obra, o desperdício já vai em 331 milhões de euros.
As obras de construção da Linha Circular e de corte da Linha Amarela, começaram por ser orçadas em € 210.200.000,00. Antes ainda de começarem as obras, o orçamento já ia em €240.200.000,00. Todavia, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 144/2022, de 29 de Dezembro, o orçamento para estas obras da Linha Circular subiu para €331.429.066,00, mais IVA à taxa em vigor. Quer isto dizer que desde 2018 até agora estas obras já encareceram €121.229.066,00, i.e., cerca de 58% do valor inicialmente orçamentado. Não falta muito para que cheguem ao valor preconizado em 2020.
Confirma-se que tal como foi afirmado em 2020, estas obras exigem um esforço financeiro nacional substancial, pois os Fundos Comunitários representam menos de 1/3 (31% * 103 milhões) do investimento global.
Recordamos que o Ministro que nos plantou este projecto já cá não consta, contudo, as más valias dele continuam e cada vez são mais caras, sendo que quem pagará financeiramente e com o mau serviço que aí vem, seremos todos nós, os contribuintes e os utilizadores do Metropolitano de Lisboa.
Não obstante este desperdício de dinheiro de todos nós, verificamos que ao invés da Linha Amarela ligar, como inicialmente projectado, Alcântara a Loures, permitindo que a Linha Vermelha se pudesse expandir para a zona ocidental de Lisboa até Algés, os paliativos com que tentaram compensar este malfadado projecto, juntos já orçam cerca de 1.000 milhões de euros. Aqui inclui-se a extensão da Linha Vermelha a Alcântara-Terra, bem como a construção da Linha Violeta, que ligará Odivelas a Loures através de um sistema de Metro Ligeiro de Superfície, cujos custos orçamentados somam 250 milhões de euros financiados pelo PRR, a que acrescem 80 milhões de euros vindos do Município de Loures e mais 70 milhões de euros do orçamento municipal de Odivelas. Tudo num total orçamentado de 400 milhões de euros, sendo que neste caso ainda não constam os tradicionais agravamentos com custos orçamentados face aos custos reais.
E agora, que já sabíamos quem foi irresponsável em avançar com este malfadado projecto impõe-se a pergunta: Afinal de contas quem foi irresponsável e desonesto quando não soube desistir destas despesas todas, feitas com os nossos impostos?
Percebe-se que quem governa tem de ser continuamente auditado e pelos cidadãos, sendo que o exercício da cidadania se impõe cada vez mais como 5.º Poder.
Sobre a Linha de Metro Ligeiro de Superfície – Infantado (Loures) <-> Hospital Beatriz Ângelo (via Odivelas), impõe-se esclarecer que: