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Nota de Imprensa da AML
A recolha e tratamento de dados apurados em 2022 pelas 18 estações meteorológicas de monitorização meteorológica em contexto urbano da AML, e a comparação com dados de anos anteriores do IPMA, permitiu-nos fazer o retrato climático de 2022 na área metropolitana de Lisboa.
Do ponto de vista da climatologia, o ano de 2022 foi um ano extremamente quente, o mais quente desde que há registos, com uma seca persistente, que já provinha de um dos anos mais secos de sempre, como foi 2021, e que se prolongou até ao final do 3º trimestre do ano passado.
O último trimestre de 2022, em particular o mês de dezembro, permitiu contrair a situação de seca da área metropolitana de Lisboa e do país, com índices de precipitação muito elevados, persistentes e intensos com fenómenos extremos, nomeadamente nos dias 7 e 13 de dezembro, provocando cheias e inundações, que provocaram avultados danos e prejuízos em muitos municípios da área metropolitana de Lisboa.
Precipitação
Em 2022 choveu no território da área metropolitana de Lisboa 681, 69 mm (valor médio acumulado) em 100 dias (265 dias não registaram qualquer precipitação).
O município com maior precipitação média anual acumulada foi Odivelas (900 mm). O município do Seixal, por sua vez, registou o maior valor médio acumulado diário, com 109,60mm, no dia 13 de dezembro, que correspondeu a 15% do total da precipitação do ano de 2022 naquele município.
Em apenas dois dias de dezembro (dia 7, entre as 20horas e a meia-noite, e dia 13, entre a meia-noite e as 6 horas) choveu 15% do total de precipitação anual na área metropolitana de Lisboa. No mês de dezembro, a precipitação média acumulada correspondeu a 42% do total do ano de 2022.
O mês de dezembro de 2022, na área metropolitana de Lisboa, classificou-se, do ponto de vista climatológico, como um mês muito chuvoso, mais 100% relativamente à média de 30 anos (1971-2000).
Ainda assim, ao compararmos os dados da precipitação acumulada média anual para 2022 das 18 estações meteorológicas do projeto CLIMA.AML com a média de 30 anos, para a área metropolitana de Lisboa (segundo dados do Portal do Clima), o ano de 2022 teve menos 18% de precipitação do que a média de 30 anos (1971-2000).
Por sua vez, ao confrontar os dados de 2022 do CLIMA.AML, com os dados do IPMA referentes a 2021, pode concluir-se que a precipitação, em 2022, foi cerca de 55% superior face a 2021 (um dos anos mais secos desde que há registos meteorológicos).
Temperatura
Do ponto de vista da temperatura do ar, e com base em dados preliminares do IPMA, divulgados recentemente, o ano de 2022 foi o mais quente em Portugal, desde 1931, ano que se iniciaram os registos meteorológicos do IPMA.
A temperatura média anual na área metropolitana de Lisboa em 2022, segundo os dados das 18 estações meteorológicas do projeto CLIMA.AML, foi de 17,56ºC, mais 1ºC acima do valor médio nacional em 2022 (16,6ºC).
A temperatura máxima registada, em 2022, na área metropolitana de Lisboa,
foi em Alcochete, com 43,33ºC, no dia 13 de julho. A temperatura média anual mais elevada registou-se no município do Barreiro, com 18,13ºC. Ao invés, o município com temperatura média anual acumulada mais baixa, foi registado em Sintra, com 16,32ºC.
Projeto Clima.AML
Desde o início de 2022 que a Área Metropolitana de Lisboa dispõe de uma rede integrada de monitorização meteorológica em contexto urbano, materializada em 18 estações meteorológicas, uma por cada um dos seus 18 municípios.
Este projeto, designado por ‘CLIMA.AML – Rede de Monitorização e de Alerta Meteorológico Metropolitano’, permite conhecer os padrões associados às alterações climáticas e os impactes nas comunidades locais, mediante uma plataforma online (aqui) que supervisiona, avalia e compatibiliza os dados meteorológicos recolhidos, em complementaridade com a rede do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O projeto dá continuidade ao Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana de Lisboa, e está inserido no programa Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono, operado pela Secretaria-Geral do Ambiente e da Ação Climática, e é financiado pelos EEA Grants 2014-2021.
Lisboa, 17 de janeiro de 2023