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Todos sabemos da crise que há muito afeta os OCS Locais – apoios do Estado através da CCDRs exigentes e não abrangendo os empresários em nome individual que são muitos dos proprietários, editores e jornalistas deste País; Autarquias Locais que à exceção da Madeira estão impedidas de apoiar a imprensa local tal como apoiam o movimento associativo; Empresários que não reconhecem a importância da Comunicação Social Local, olhando-a por vezes até com desconfiança.
As dificuldades que atravessam os grandes meios de comunicação que contam com o apoio de grupos económicos (grande nau grande tormenta), são a prova que o problema nem sequer é uma questão de escala, o Cidadão Português não cultiva os valores do quarto poder e apenas pontualmente procura aceder aos OCS, é obviamente uma questão cultural mas, curiosamente, esses mesmos Cidadãos são os primeiros a exigir a intervenção dos OCS, por exemplo, em reportagens, quando as situações lhes tocam de perto. Se a nível nacional os grandes temas ocupam os grandes meios, a nível local, os eventos ao nível da Freguesia ou mesmo do Concelho ficam fora da agenda dos grandes media e aqui seria a vez dos OCS Locais darem a cobertura jornalística presencial mas, aqui, a “boca morde no rabo da pescadinha” e, sem o apoio em publicidade da Autarquia, não há recursos para a deslocação de uma equipa de reportagem. Não seria lógico que, por exemplo, a Autarquia fizesse um anúncio de página do evento e deste modo garantisse a exposição de um conjunto de pessoas envolvidas e, com a reportagem do OCS Local, potenciasse a sua promoção por toda a região?
A Opção Digital
Os Jornais e Tvs digitais que de há largos anos circulam Online, são talvez a resposta para duas questões – redução de custos e informação disponível nas TVs e nos smartphones, através do Youtube e redes sociais, mais rápida e mais acessível para o Cidadão.
Mas, aqui chegados, deparamo-nos com duas questões – O Poder Local e os Empresários, apesar dos constantes alarmes do Governo Nacional realçando a necessidade da “Revolução Digital”, continuam presos à cultura de Gutenberg, do papel impresso, desvalorizando o digital que aliás é o único que é auditado por terceiros em termos de leituras…
“Curioso” é o desinteresse dos quadros do Poder Local em apoiar uma TV Regional… vamos aguardar até às próximas Eleições Autárquicas, para voltarmos a ouvir os lamentos dos políticos locais, queixando-se que as TVs nacionais não dão a devida cobertura aos debates das questões Regionais mas, é estranha a admiração, porque os grandes meios de informação, a não ser por más razões, têm essas opções ao longo do ano.
António Tavares, diretor
Editorial