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Hoje escrevo, a título individual, sobre o Chega, sendo público e notório que sou militante ativo deste partido político e autarca eleito.
Ser militante de qualquer partido político, legalmente constituído, com ou sem assento parlamentar, é um direito de cidadania do qual não abdico, não me deixando intimidar por todos aqueles que acusam o Chega de ser xenófobo, racista ou fascista.
Já antes do 25 de Abril de 1974, ainda muito jovem, não me deixava intimidar pela polícia política do Estado Novo, nem tão-pouco durante o processo revolucionário em curso, o famoso PREC, me deixei intimidar por aqueles que queriam pôr em causa a democracia e a liberdade recém-adquiridas, pelo que não será agora, numa idade mais madura, que me vou deixar intimidar, pelo assédio moral, protagonizado por agentes antidemocráticos, de que muitos militantes do Chega são alvo.
Em Portugal está atualmente cada vez mais na moda um feroz combate ao Chega, por parte de todos os outros partidos políticos, desde os mais antigos, aos mais recentes, da direita à esquerda, mas o Chega tem sabido resistir e continuará a resistir a essa perseguição antidemocrática de que é alvo.
Apesar deste ambiente hostil, o Chega consegue ter na Assembleia da República um grupo parlamentar de doze deputados e umas centenas de autarcas eleitos por todo o país, bem como um crescimento contínuo e sustentado em todas as sondagens das mais credíveis às mais manipuladas.
Os restantes partidos políticos, ao invés de combaterem o Chega, deveriam era combater o pântano em que Portugal se encontra atualmente, com elevados níveis de corrupção, de nepotismo, de compadrio e de crescimento económico anémico que levam ao empobrecimento generalizado dos portugueses.
Estou certo de que o Chega também não se deixará intimidar com as linhas vermelhas de todos os outros partidos e que continuará a manter o seu caminho com o intuito de conquistar sustentadamente a credibilidade e a confiança política de cada vez mais portugueses para, assim, ganhar eleições a nível local, regional e nacional.
O Presidente da República ao invés de estar a obrigar o Partido Socialista a efetuar uma rápida e efetiva mudança do rumo do país, o que deveria ser a sua principal e permanente preocupação, lembrou-se agora, num intervalo das suas estafadas e parolas selfies e das suas desnecessárias e múltiplas viagens ao estrangeiro, de instigar o PSD a aderir às linhas vermelhas contra o Chega, esquecendo-se que é ele o árbitro e o garante do normal funcionamento do nosso sistema político, devendo estar acima do jogo partidário e da luta pelo poder.
Marcelo Rebelo de Sousa ao entrar agora de forma tão parcial no jogo partidário, certamente que não o fará por ter saudades do tempo em que era líder do PSD, aliás, um mau líder que até foi obrigado a demitir-se, mas fá-lo-á, não só pelo seu perfil de supremo mestre da intriga política, mas essencialmente para garantir que o atual sistema político continua inamovível.
Marcelo Rebelo de Sousa não quer mudanças no sistema político que nos está a conduzir a uma gravíssima crise económica e social e entretém-se, com a ajuda do inefável Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, a instigar um combate ao Chega, partido que pretende legitimamente fazer mudanças significativas no atual sistema político português, preservando o regime democrático que deverá continuar de forma perene.
Não deixa de ser um sintoma preocupante da qualidade medíocre da democracia em Portugal que as duas principais figuras do Estado português, estejam em conluio no combate ao Chega, partido político legalmente constituído, de acordo com os princípios constitucionais vigentes.
Os Presidentes da República e da Assembleia da República devem representar todos os portugueses, independentemente de serem de direita ou de esquerda, mas ambos optaram por um caminho, pouco ético, errático e até antidemocrático de hostilizar e tentar ostracizar um partido político, na circunstância, o Chega, que já representa cerca de 14% dos eleitores portugueses, de acordo com as últimas sondagens conhecidas.
A entrada de Marcelo Rebelo de Sousa na luta partidária, em auxílio de Augusto Santos Silva, o tal que gosta de malhar na direita, é uma cartada de desespero jogada pelo atual sistema político no sentido de evitar que o Chega suba nas sondagens e que seja considerado pelos portugueses como um partido credível para integrar o arco da governação ou até governar Portugal.
Mas o atual estado da política em Portugal não mudará, estou convicto disso, se teimarmos com as receitas do costume, de mais do mesmo, que nos levaram à atual crise na área da saúde em que os hospitais trabalham em regime de part-time e não há médicos de família; na área da educação com a revolta dos professores; na área da justiça onde os processos contra os antigos donos disto tudo, nomeadamente, José Sócrates e Ricardo Espírito Santo, andam a passo de caracol; na área da segurança onde os polícias são mal pagos e em número reduzido e na área fiscal com o esbulho a que os portugueses são sujeitos diariamente, enquanto o Estado engorda, nomeadamente, com as receitas do IVA.
O Chega deverá continuar o seu caminho, sem hesitações, rumo à chefia do Governo de Portugal para finalmente se concretizarem, em democracia, as mudanças políticas, sociais e económicas de que o nosso país tanto necessita e que o atual sistema político, liderado pelas duas principais figuras do Estado português, tanto receia.
- Fernando Pedroso
Deputado Municipal do CHEGA na AMO