“Sobre uma inovação que permite criar gelado (sorvete) instantaneamente, sem necessidade de equipamentos de refrigeração, à custa de CO₂ supercrítico”, é o titulo de um artigo interessante publicado na última edição do Blogue Engenharia Química de 28 de fevereiro.
A produção instantânea de gelado onde o dióxido de carbono pressurizado faz todo o trabalho foi patenteado pelo U.S. Patent and Trademark Office. O autor deste método foi Syed Rizvi, professor de ciências alimentares da Universidade Cornell.
Com o novo processo qualquer pessoa pode preparar um gelado (sorvete) a qualquer momento.
É claro, adianta o professor Rizvi, “que todos nós precisaremos da mistura de sorvete líquido, ainda que a mistura pode ser feita comercialmente, localmente ou em casa”. E explica: “É muito simples, esta máquina converte a mistura numa bola de gelado em cerca de três segundos“.
De recordar que no método tradicional de fazer gelado, a mistura à base de leite flui através de um permutador de calor, onde os cristais de gelo se formam e são raspados pelas lâminas.

Já no método do eng. Syed Rizvi – de acordo com o artigo publicado no Blogue da Engenharia Química -, o dióxido de carbono altamente pressurizado passa por um bocal (nozzle) que, por sua vez, cria um vácuo para aspirar o sorvete líquido. Quando o dióxido de carbono passa de uma pressão alta para uma pressão mais baixa, ele arrefece a mistura a cerca de -70 ° C – congelando a mistura na forma de gelado, que sai de outro bocal para uma tigela, pronto para comer.
O gelado instantâneo produzido por este método, pode ser servido em qualquer local, sem os desafios das “cadeias de frio” do transporte comercial, onde o produto deve ser congelado e mantido a -20 º C. Junta-se outro ideal: poupança energética na cadeia de frio e no ciclo de transporte.
O mesmo artigo recorda-nos que para se proteger os gelados contra falhas na cadeia de transporte de temperatura fria, os fabricantes de gelados comerciais adicionam estabilizadores e emulsificantes, ingredientes indesejáveis. Segundo o inventor deste novo processo, “os consumidores querem um produto limpo“.

O artigo adianta que este processo é adequado para aplicativos sob pedido e no ponto de utilização, como máquinas de venda automática, salas de estar e uso doméstico.
O inventor Syed Rizvi é Ph.D. pela Ohio State University, um M. Eng. da Universidade de Toronto e um B. Tech. da Universidade Panjab, na Índia. Ele ministra cursos relacionados aos aspectos de engenharia e processamento da ciência de alimentos e papel do processamento de alimentos. O artigo tem como fonte a “India West”.
– por José Maria Pignatelli (texto não foi escrito “ao abrigo do Acordo Ortográfico”)