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A MotÓ 6.5. foi um motociclo diferente, talvez em excesso, muito chique e urbana, mas porventura também demasiado hibrida. Não era uma trail, nem uma Supermotard, um Naked ou uma multi-estrada. Esta indefinição de estilo resultou num fracasso. Mas como é habitual, as nossas cabeças dão muitas voltas: o que, numa dada altura, é desacreditado por frivolidades, acaba por se tornar entre os objectos mais aspiracionais décadas mais tarde. É precisamente o que acontece com a MotÓ 5.6: tornou-se numa peça exclusiva em virtude de se terem produzido muito poucas unidades, abaixo das 500 unidades anunciadas.
Olhando para o que nos oferecem hoje, é justo afirmar que foi lançada à frente do seu tempo. Detrás deste “roadster” de duas rodas está um arquitecto especializado em desenhar barcos e móveis e edifícios vanguardistas, o francês Philippe Starck e, talvez por isso, tivemos a sorte de usufruir de um motociclo incompreendido.
Pergunta-se: mas afinal quem foram os entusiastas da MotÓ 5.6?
Gente habitualmente pouco ligada ou distante do Mundo do motociclismo como ‘yuppies’ designers, arquitectos que viviam nas maiores metrópoles já com um tráfego quase caótico e com dificuldades de estacionamento. Foi adquirida por quem pretendia ter um veículo ágil e, simultaneamente, apta para rodar em estradas suburbanas mais sinuosas e, por isso, robusta, relativamente potente.
Esta Aprilia – lançada em 1995 – integrava um motor do construtor austríaco Rotax de 652 c.c. monocilíndrico, com 4 válvulas, com uma potência de 48 cavalos, tal como a Aprilia Pegaso 650 e a BMWF650.
A maior curiosidade, pese embora o anúncio de insucesso da MotÓ 6.5 – é que em 1997, por causa da expansão para o mercado Norte-americano – tanto a Aprilia Pegaso e a BMW, então F650St, passaram a dispor de uma evolução do motor austríaco, de 654 c.c. e 5 válvulas. E todas estas motocicletas foram assembladas na fábrica da Aprilia, do seu proprietário Piaggio, em Noale, Itália.
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)