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As cheias de 1967 na região de Lisboa, e que pairam ainda na memoria de muitos, foram causadas por fortes chuvas na madrugada de 25 para 26 de novembro. Causaram cerca de 700 mortes e a destruição de 20 mil casas, sendo a pior catástrofe na região desde o terramoto de 1755.
Nos últimos 150 anos, houve 115 eventos de chuva com cheias que causaram danos no distrito de Lisboa. Estatísticas que fazem assim cair por terra a culpabilização que toda a esquerda quer atribuir exclusivamente às alterações climáticas.
A pouca atenção que tem sido dada ao ordenamento do território em Portugal, tem-se vindo a pagar caro, não poucas vezes com vidas humanos, com os incêndios no verão e com as cheias no inverno. No verão hectares e hectares ardidos, danos materiais, humanos e animais irreparáveis e no inverno cenário idêntico, mas provocado pelas chuvas intensas …
A expansão desordenada das áreas metropolitanas e de outras áreas urbanas, que crescem sobre cursos de água, e que consequentemente dão origem às cheias, põem a nú o “des”ordenamento do território e o pouco investimento que tem sido feito em Portugal nesta área.
Na noite de 7 para 8 de dezembro, estava a Assembleia Municipal reunida quando foi interrompida assim que o executivo e os presidentes de junta começaram a ser chamados pela proteção civil. Depois de com bastante dificuldade e por milagre ter conseguido inverter a marcha, antes de ficar atolada na EN 115 em Santo Antão do Tojal, consegui chegar a casa. O cenário que amanheceu caótico piorou uma semana depois e na noite de 13 de dezembro o que tinha ficado a salvo, tombou …
Em Loures, os prejuízos, estão contabilizados em 32 milhões de euros, por danos causados pelos deslizamentos de terras, quedas de muros, de árvores e habitações completamente danificadas pela violência das águas que entraram sem aviso e afetaram muitas famílias. Não será tão cedo que os lourenses conseguirão esquecer estes dias.
É fácil perceber que, os problemas que derivam das cheias não estão relacionados com o fenómeno em si, mas sim com o facto de ocuparmos o espaço em que elas correm naturalmente, não podemos ignorar toda a construção em leito de cheia.
É urgente olhar para Loures e pensar no futuro, para evitar cometer os erros do passado.
Já agora, alguém sabe se as quotas de implantação da linha e as quotas de cheia foram tidas em conta no desenho do traçado do metro? Fica a pergunta.
Patrícia Almeida
Deputada Municipal
Líder de bancada partido Chega na AM Lrs
gab_dep_chega@cm-loures.pt