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Há uma primeira questão que roça o analfabetismo funcional que varre os concelhos em que trabalhamos, a informação nuns casos não é partilhada e noutros embora centralizada não é disponibilizada. Vem isto a propósito, por exemplo, de Clubes e Juntas de Freguesia que não partilham as suas realizações para além do que fazem dentro do seu círculo fechado e por outro lado dos gabinetes de informação que se habituaram a cultivar os seus blogues nas redes poucas vezes falando do “vai acontecer” mas, quase sempre, falando do “aconteceu”. Com as exceções que se contam nos dedos de uma mão, como por exemplo, o “Taekwondo Clube de Santo António dos Cavaleiros”, quem realiza o que chamaríamos de trabalho de campo não tem qualquer preocupação em divulgar o seu trabalho e apenas se preocupa com o seu grupo de influência próximo e com a presença do presidente da Junta e/ou da Câmara, talvez porque sem o reconhecimento do seu trabalho não haverão apoios…
Na verdade esta cultura dos quintais, na tal sociedade da informação em que vivemos, tem pouco sentido e revela alguma falta de “pensar global e agir local” mas, se por um lado os agentes no terreno, como os Clubes, podem tentar justificar alguma incapacidade por falta de meios, quando o que está em causa é apenas um E-Mail enviado a N Meios de Informação, já a nível do Poder Local a única justificação se refugia no “sempre foi assim”… e ninguém pára para pensar mesmo depois de alertados para os factos.
Há vários mitos nos circuitos de informação e a Lusa é um deles. Ao que parece muitos desconhecem que qualquer informação que é passada à Lusa é usada pelos OCS mas, apenas quem paga à Lusa uma assinatura, que não é barata mesmo para os Meios Regionais, tem acesso à informação vinculada pela Agência de Notícias de Portugal…
A tudo isto acresce a cultura do “não temos tempo e quem quiser que consulte o nosso Facebook…”. Ora bem, eu não sei se os “brilhantes” autores deste pensamento narcisista, fazem a mínima ideia de quantos blogues existem das mais diversas entidades desportivas, culturais, sociais, etc. Em determinados casos, que os há, a possível presença de um OCS poderia por em causa uma determinada imagem que se quer passar…
Um semanário, para além dos artigos dos Colunistas que são únicos, mantém uma atualidade que, no nosso caso, secundada pelo site Online, garante a atualidade que de outro modo não é possível. Sendo certo que o “NoticiasLx” tem atingido os objetivos a que nos tínhamos proposto nesta fase, causa alguma estranheza que esta questão da Atualidade passe ao lado de muita gente que tinha obrigação, até pela formação na área, de ter outra visão da Informação e ser consequente no seu dia a dia. Obviamente que o facto do “NoticiasLx” ser digital provoca alguma urticária em determinados meios e o tal analfabetismo funcional que os impede de fazer uma interpretação à realidade que os rodeia e dificulta a sua mudança de paradigma, continua lamentavelmente a ser a sua marca.
António Tavares, diretor
EDITORIAL