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Celebra-se este ano os 49 anos do 25 de abril, data histórica para Portugal, mas cujos desígnios só seriam finalmente cumpridos a 25 de novembro de 1975, data que a esquerda teima em esconder e que vergonhosamente não é contada nos manuais escolares às nossas crianças.
O papel da mulher relegado para segundo plano durante o Estado Novo, a obediência ao marido, a proibição de trabalhar sem autorização, o veto no acesso a determinadas profissões como a magistratura, a diplomacia ou a política são apenas alguns dos exemplos proibidos.
A Constituição da República Portuguesa estabelece que todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei, assim como o facto de ninguém poder ser “privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”. Ou seja, homens e mulheres são iguais perante a lei.
Contudo, 49 anos depois do 25 de abril os factos e os dados estatísticos confirmam que em Portugal as desigualdades continuam a existir e a persistir no tempo.
Abomino os discursos feministas do bem contra o mal, do homem agressor, do homem mau que subjuga a mulher. Não sou fundamentalista, defendo a igualdade de direitos e de deveres e principalmente a meritocracia. Abomino os discursos de “boca cheia” e “lábios pintados” sobre a paridade nos atos eleitorais por exemplo, é das leis mais discriminatórias que podem existir. Jamais a mulher deve ser um número, deverá assumir sim responsabilidades por meritocracia, por se ter distinguido pelo seu trabalho e esforço intelectual, nunca e só por ser mulher.
As mulheres são mães, profissionais, filhas e principalmente são mulheres! Escolher um destes papéis em detrimento de outro leva, sem dúvida, a desigualdades. O julgamento negativo feito a uma mulher porque passa mais tempo no trabalho do que em casa ou vice-versa, ou o julgamento feito a uma mulher que não quer ter filhos, por exemplo, é, 49 anos depois do 25 de abril, relegar o papel da mulher para um plano inferior, exatamente igual àquele que existia durante o Estado Novo.
Escolher uma mulher por quotas, perguntar se pensa em ter filhos durante uma entrevista de emprego, pagar um salário inferior, penalizar o absentismo por assistência à família, afirmar que as mulheres têm mais ou menos aptidão para determinada profissão, continuam a ser formas de opressão.
49 anos depois do 25 de abril serão as mulheres verdadeiramente livres?
Fica a pergunta.
Patrícia Almeida
Deputada Municipal
Líder de bancada partido Chega na AM Lrs
gab_dep_chega@cm-loures.pt