Tal Portugal; tal Espanha: dia 2 de maio, no Mercadona de Chafiras, em Tenerife, demos de frente com 3 baixas de preço em produtos de padaria que deviam envergonhar os promotores.
As imagens não deixam dúvidas do miserabilismo dos descontos: 2,6%, 4,4% e 5,2%.
À cadeia de distribuição Mercadona pede-se mais sensatez. Fica-se com a impressão que o decisor destas baixas de preços – grotescas a todos os títulos – não encerra lucidez por um lado relativamente à relação de confiança entre a empresa e os seus clientes, bem como a preservação do bom nome e marca “Mercadona”.
Para o cidadão comum mais desperto para as questões sociais e económicas em mais um período difícil, particularmente para a classe média – para os mais vulneráveis é o prolongar da agonia e o chamamento à criatividade para dar mais “voltas à vida” – do Ocidente europeu, trata-se de impudência, ou seja da defesa de um acto que se sabe de antemão ser dolosa.
Em 14 de março, a comunicação social espanhola noticiava que Mercadona facturou em 2022 31.041 milhões de euros, 11% mais que em 2021. Contudo, Juan Roig, presidente da empresa, anunciou margem e rentabilidade mais baixa, essencialmente por causa da inflacção que disparou após o início do conflito russo-ucraniano. O presidente Juan Roig garante que o impacto do incremento dos preços de custo reduziu a margem da companhia em 0,6 pontos percentuais, ainda que a maioria dos produtores reclamem a pressão da Distribuição sobre os preços que se mantém sem aumentos apreciáveis. A distribuidora sustenta que a rentabilidade ses situou num das mais baixas de sempre: um benefício de 0,025€ por euro vendido, frente aos 0,027€ obtidos em 2021.
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)