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A capital portuguesa é hoje uma das capitais europeias mais caras para se arrendar ou comprar casa e as taxas de juro do crédito à habitação sufocam os portugueses. Muitas famílias têm de escolher entre pagar a renda da casa ou ir ao supermercado. O preço dos combustíveis está no top 10 dos 27 países da união europeia e temos também a tarifa de internet mais cara do que a média europeia. Os bens alimentares de primeira necessidade subiram desde o ano passado mais de 50%, em alguns casos. Isto num país cujo salário mínimo nacional é de 760€.
“Muito mês para pouco salário” é uma realidade cada vez mais presente na vida dos portugueses. A sensação de que o salário não é suficiente para cobrir todas as despesas mensais é uma fonte constante de stress e preocupação para cada vez mais pessoas.
O aumento das taxas de juro e o aumento geral dos bens de primeira necessidade e matérias-primas, atiraram as famílias portuguesas para uma situação de fragilidade e limiar de pobreza cada vez mais preocupante.
As despesas básicas, como o pagamento da prestação da casa, alimentação, transporte e cuidados de saúde, consomem a maior parte do salário da maioria das pessoas. Além disso, as despesas extras, como lazer, educação, cultura e viagens, passaram para segundo plano em nome da sobrevivência financeira.
Para as famílias com filhos ou dependentes, a situação é ainda mais difícil, pois as despesas com educação, saúde e cuidados infantis rapidamente se acumulam e consumem uma grande parte do orçamento mensal.
Embora muitos portugueses tentem ainda poupar algum dinheiro e viver com um orçamento apertado, a realidade é que nem sempre é possível economizar o suficiente para emergências, por exemplo, e face ao aumento do valor das prestações das casas muitos são os que utilizam as suas poupanças para amortizar o crédito à habitação.
Em muitos casos, a única opção tem sido encontrar um segundo emprego ou fonte de rendimento para complementar o salário mensal e evitar o incumprimento.
Infelizmente, a realidade de “muito mês para pouco salário” parece estar longe de desaparecer e o aumento do custo de vida, parece que veio mesmo para ficar. Enquanto os preços dos produtos e serviços essenciais sobem constantemente, os salários não acompanham esse crescimento de forma proporcional. Além disso, a falta de valorização profissional (vivida e sentida por muitos funcionários públicos, por exemplo) e a escassez de oportunidades de trabalho bem remunerado também desempenham um papel significativo neste problema.
Muitas pessoas recorrem a empréstimos e cartões de crédito para suprir as suas necessidades básicas, porém, as altas taxas de juros e a falta de educação financeira podem levar a uma bola de neve de dívidas, agravando ainda mais a situação.
As consequências desta realidade são diversas. Para muitos, a incapacidade de pagar as contas em dia leva ao corte de serviços essenciais, como água e energia elétrica, além de prejudicar o acesso a alimentos adequados e à saúde básica. O stress financeiro também afeta os relacionamentos, aumentando os conflitos familiares e a pressão sobre os indivíduos, que se veem constantemente numa luta interna para equilibrar as despesas e as necessidades básicas.
Até quando irão os portugueses aguentar?
Fica a pergunta.
Patrícia Almeida
Deputada Municipal
Líder de bancada partido Chega na AM Lrs
gab_dep_chega@cm-loures.pt