O clube de Bilderberg é um grupo que pretende influenciar os agentes económicos e políticos do Ocidente. Foi criado porque o seu fundador ou proponente – Józef Retinger – não acreditava na capacidade da OTAN em sozinha fazer prevalecer os interesses e a defesa da “ordem” ocidental frente ao Pacto de Varsóvia e à União Soviética. São os ‘influencers’ mais antigos a Ocidente. Passamos a semana do seu sexagésimo nono aniversário e o clube e os seus convidados que quase não se repetem salvo algumas excepções, reúnem em Lisboa.
Contudo, os convidados não participam nas reuniões e jantares paralelos onde se tratam dos assuntos verdadeiramente importantes.
Ainda a maior curiosidade desta reunião de Lisboa é, pela primeira vez, incluir o tema Índia na agenda de trabalho. Isto é, porque a União Indiana, também pela primeira vez, deixa de ser aliada do Ocidente para se posicionar do lado da Federação Russa e da China com quem pacta assuntos económicos desde a fundação do BRICS que inclui também a República da África do Sul e o Brasil.
O clube de Bilderberg – fundado a 29 de maio de 1954 – também é conhecido Grupo Bilderberg, Conferência de Bilderberg ou Reuniões de Bilderberg que, no essencial é uma conferência anual privada estabelecida para um máximo de cerca de 150 especialistas em indústria, finanças, educação e meios de comunicação que fazem parte supostamente da elite política e econômica da Europa e da América anglo-saxônica que anseiam por persuadir quantos mandam no mundo Ocidental na estratégia global associada à sua visão de poder, algum egocentrismo e crença de que os poderes devem girar à volta do núcleo duro dos realmente membros do clube.
Presentemente, a sua influência genérica encontra-se diminuída pela crise social e económica a Ocidente acrescida de um risco de falta de valores generalizado, particularmente na maioria dos Estados Membros da União Europeia, onde a corrupção e os lobbies controlam os decisores e influem na independência dos países já muito relativizada com a viragem do século e a crença na globalização de deliberações da UE que colhem cada vez menos o entusiasmo da maioria dos países.
O nome desta organização está directamente relacionada com o facto da primeira conferência ter acontecido no Hotel de Bilderberg em Oosterbeek, nos Países Baixos. Decorreu de 29 a 31 maio de 1954 – político polonês exilado – foi o impulsionador desta primeira reunião pela sua preocupação com o crescimento do antiamericanismo na Europa Ocidental e, em certa medida, com a dinâmica de alguns partidos comunistas e trotskistas. A proposta era realizar uma conferência internacional que se junta líderes de países europeus e dos Estados Unidos com o objetivo de promover o atlantismo e a cooperação entre as culturas norte-americana e europeia em matéria de política, economia e questões de defesa.
Józef Retinger desconfiava da inabilidade da OTAN em conseguir este repto. O ideário alterou-se ligeiramente com o passar dos anos, porventura para um maior secretismo das reuniões paralelas de carácter bilateral e trilateral.
Mas para que se entenda o que é realmente esta agremiação de interesses e, obviamente, de ambiciosos pelo domínio de meio Mundo, deixo um link com o trecho do programa espanhol de investigação “Horizonte” da autoria de Iker Jiménez e que passa semanalmente no canal Cuatro, da Mediaset España:
https://www.cuatro.com/horizonte/20230518/manuel-garcia-margallo-bilderberg-reunion_18_09561441.html
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)