A 10 de junho celebra-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Neste dia, os portugueses homenageiam a sua língua, a sua cultura e a sua História, relembrando os grandes feitos do passado e celebrando as conquistas atuais.
Ponto importante do feriado do 10 de junho é a celebração das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo. Os laços entre Portugal e os seus emigrantes são lembrados através de iniciativas que promovem a partilha de experiências e a valorização do património cultural português nas comunidades de acolhimento, destacando-se a presença de portugueses que mantêm vivas as tradições e a língua de Portugal, por todo o mundo.
Mas temos realmente feito tudo para cumprir Portugal?
Apesar dos sucessivos fundos e programas europeus que têm financiado inúmeros projetos do País nas últimas décadas, o crescimento económico em Portugal não tem ido além dos 2%. No índice de desenvolvimento humano ocupamos hoje a 38ª posição no ranking mundial.
Quanto à corrupção ou índice da perceção da corrupção, Portugal aparece em 33º lugar no ranking mundial, e poderemos estimar que infelizmente, por via dos sucessivos escândalos governativos com que diariamente somos confrontados, possamos ainda baixar mais no índice de perceção da corrupção.
Na educação, saúde, defesa nacional e segurança pública, as carências são cada vez maiores. Assistimos todos a uma total revolta e desmotivação, sendo notórias e visíveis as dificuldades do País para manter estes sectores a funcionar. Na educação e saúde, setores fundamentais ao desenvolvimento e crescimento de um país, temos professores em greve mês após mês, e na saúde o êxodo do SNS, por falta de condições de trabalho, levou ao caos e à débil assistência.
Portugal tem hoje uma das capitais europeias mais caras para se arrendar ou comprar casa. Os portugueses em Portugal, lidam diariamente com a dificuldade de pagar combustíveis e bens alimentares de primeira necessidade que subiram desde o ano passado mais de 50%, em alguns casos, isto num país cujo salário mínimo nacional é de 760€.
Quanto à dívida pública e ao impacto desta na gestão das finanças públicas, Portugal está num absurdo registo de 114,7% do PIB, absolutamente insustentável, que condiciona o investimento para as gerações futuras e é revelador da faceta mais sinistra dos gastos e desperdício dos sucessivos governos.
Felizmente, e apesar de toda a conjuntura, mantem-se o orgulho de ser português. Somos talvez o país em que em tão pouco espaço físico, cabem tantas formas de vida e paisagens tão diversas, sem nunca esquecer os que estão na diáspora. Carregamos connosco séculos de uma História gloriosa que orgulhosamente contamos e apesar de tudo “marcharemos sempre contra os canhões” que nos queiram derrubar. Cantamos bem alto o hino que sentimos com emoção e gritamos ao mundo: sou português!
O 10 de junho é a ocasião para celebrar a identidade portuguesa e promover a diversidade cultural que define Portugal.
Ontem o Presidente da República anunciou que somos “o maior e o melhor país do mundo” e declarou que os emigrantes estão a “criar todos os dias Portugal” … mas com a crise cada vez maior que se vive em Portugal, estarão também os portugueses que vivem em Portugal a conseguir “criar” todos os dias Portugal?
Fica a pergunta.
Patrícia Almeida
Deputada Municipal
Líder de bancada partido Chega na AM Lrs
gab_dep_chega@cm-loures.pt