Na passada semana, no dia 9 de junho, a Agência Europeia do Ambiente revelou os números definitivos da qualidade das águas balneares na União Europeia, Albânia e Suíça. Em 2021, Portugal considerou para efeitos da legislação da qualidade da água, 643 águas balneares (praias), tendo 577 apresentado excelente qualidade (89,7%) e duas má qualidade (0,3%). Em 2022, informação agora divulgada, de um total de 666 águas balneares, 565 apresentaram excelente qualidade (84,8%) – um decréscimo de cinco por cento, ficando assim abaixo da média europeia – e oito apresentaram má qualidade da água (1,2%) – um valor quatro vezes superior, mesmo considerando que se trata de um número diminuto de praias. Esta tendência contrária e particularmente marcada no que respeita à redução das praias com excelente qualidade, merece uma avaliação por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e das Direções Regionais do Ambiente no caso dos Açores e Madeira, pelas responsabilidades que têm na gestão dos recursos hídricos. Se a seca pode ter reduzido caudais nas águas balneares interiores e agravado a contaminação persente, tal deverá fortalecer a necessidade de uma maior fiscalização, sendo que, por exemplo, a maioria das praias classificadas como “más” até são praias costeiras.
Portugal tem 658 águas balneares em funcionamento das quais seis são novas
De acordo com as Portarias respetivas de cada ano, o total de águas balneares em funcionamento é de 658 em 2023. A 15 e a 17 de junho abrem a época balnear 245 praias. Há um conjunto de seis novas praias na listagem, três interiores no Continente e três costeiras nas Regiões Autónomas.
Novas águas balneares
Das oito águas balneares que tiveram classificação “má” em 2022, as três praias interiores não abrem em 2023, mas as cinco costeiras estarão a funcionar
Oito águas balneares que estiveram em funcionamento em 2022 receberam a classificação “má” relativamente à qualidade da água. Três das oito praias, todas interiores, não estarão em funcionamento nesta época balnear de 2023 – Cascata da Cabreia em Sever do Vouga, Melres em Gondomar e Quinta do Alamal (Albufeira de Belver) em Gavião. A Praia do Areínho em Arouca também deixou de ser uma água balnear em 2023.
Oito águas balneares classificadas com qualidade “má”
Problemas identificados até ao momento e recomendações da ZERO
A ZERO consultou ontem, dia 13 de junho, os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (https://snirh.apambiente.pt/index.php?idMain=1&idItem=2.1), tendo verificado que:
- Há muitas análises por reportar no Sistema de Informação;
- Dez praias já tiveram até agora uma análise que levou ao desaconselhamento ou proibição de banhos;
- Quatro praias já tiveram até agora duas análises que levaram ao desaconselhamento ou proibição de banhos (Poças do Gomes – Doca dos Cavacas no Funchal, Inatel e Pescadores em Albufeira e Amoreira-Rio em Aljezur) sendo que neste último caso tal se verificou imediatamente antes ainda da abertura da época balnear;
- Quatro praias encontravam-se interditadas pelo Delegado Regional de Saúde; outras três praias foram interditadas por um curto período face aos resultados elevados das análises.
A ZERO aconselha os utentes das praias a verificarem a qualidade da água cujas últimas análises deverão estar disponibilizadas no local e pede à Agência Portuguesa do Ambiente para melhor publicitar e justificar os desaconselhamentos e interdições que se forem verificando ao longo da época balnear.
Fonte: ZERO – associação sistema terrestre sustentável