No passado fim de semana foi conhecida uma sondagem sobre o retrato social e económico de Portugal e os resultados são absolutamente catastróficos sobre o que os portugueses pensam das políticas públicas do nosso país e por maioria de razão das suas elites partidárias.
A sondagem referida tem o grande mérito de deixar claro o que cada vez mais portugueses vão dizendo em surdina sobre o fracasso das políticas públicas do nosso país, sendo os piores resultados, por ordem decrescente, para as áreas seguintes: impostos; distribuição de riqueza; habitação; corrupção; qualidade de vida; criminalidade; mobilidade social; saúde; educação; minorias étnicas e número de imigrantes.
De facto, por todo o país, nas mesas de café, nos empregos e no seio das famílias, os portugueses falam dos seus problemas concretos do dia a dia, mas lamentavelmente a bolha partidária dos partidos do sistema não consegue ver e sentir a realidade, social e económica, em que muitas pessoas se encontram atualmente, como, aliás, a sondagem deixa implícito.
Apesar do esforço de proximidade praticado por Marcelo Rebelo de Sousa, de acordo com a sondagem, os portugueses sentem mais confiança no seu Presidente de Junta do que no seu Presidente da República e isso dever-se-á provavelmente ao facto desses autarcas, apesar dos seus limitados poderes, estarem mais vocacionados para a resolução dos problemas das pessoas e menos para a intriga política.
Enquanto Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa se entretêm nos seus estéreis jogos florais, Portugal fica adiado por mais algum tempo, mas atenção que os fundos europeus, num futuro já próximo, deixarão de ser a salvação habitual para as continuadas aselhices dos políticos que têm governado o país nos últimos anos.
É público e notório que o CHEGA, na sua ação diária, tem denunciado à exaustão a falência das atuais políticas públicas do país, nomeadamente, as mencionadas na sondagem referida, bastando, para o constatar, consultar a comunicação social, escrita e falada, que a contragosto lá vai passando a mensagem deste partido.
Face às críticas do CHEGA, os partidos do sistema, desde a direita à esquerda, dizem em uníssimo que se trata de oportunismo político e populismo, sem substrato social e propostas alternativas, mas na realidade do que se trata é de compreender e dar voz ao que a esmagadora maioria dos portugueses sentem na sua difícil vida quotidiana. Isso não é populismo, é conhecimento da realidade social e económica do país.
É sintomático que as forças políticas que têm governado Portugal nos últimos 49 anos, bem como os novos partidos já acomodados ao atual sistema, acusem recorrentemente o CHEGA de populismo, apimentando essa acusação com os estafados chavões de xenofobismo e racismo, numa tentativa gorada de desviar as atenções dos portugueses para o atual falhanço das políticas públicas.
Essas acusações de populismo têm o intuito de ostracizar o CHEGA, intoxicando a opinião pública de que a democracia está em perigo, numa estratégia de menorizar um partido político que está a ser uma ameaça ao atual e medíocre “status quo” da política portuguesa.
O PS partido que tem governado o país nos últimos 8 anos, está a liderar a saga em curso contra o CHEGA e a motivação para o fazer é de autêntico instinto de sobrevivência, face à sua incapacidade de inverter as atuais tendências das políticas públicas tão do desagrado dos portugueses que, mais dia, menos dia, penalizarão os atuais partidos do sistema.
O PS e as suas elites recorrem à mais básica demagogia no sentido de disfarçar as suas incapacidades para inverter o atual rumo da governação em Portugal e criaram, com elevada mestria e artimanha, um inimigo interno a abater, na circunstância o CHEGA, tendo conseguido, até agora, obter a cumplicidade da generalidade dos outros partidos políticos para essa estratégia.
Claro está que há sempre cada vez mais pessoas que não se deixam intoxicar com os falsos epítetos de populismo, racismo e xenofobia, acreditando num partido político que denuncia e se revolta contra a atual situação económica e social do país, daí o sustentado crescimento do CHEGA nas sucessivas sondagens que têm sido publicadas.
Os partidos que querem calar quem critica, assertiva e contundentemente, as atuais políticas do país, acabam eles próprios por cair num populismo básico com receio de perderem o poder que detêm há décadas.
Veremos, provavelmente muito em breve, se os partidos políticos passíveis de integrar uma alternativa política ao PS, se mantêm fiéis à atual estratégia, quando sentirem que o CHEGA, pelo seu crescimento eleitoral, pode liderar um futuro Governo ou ser essencial à sua formação.
Portugal necessita que as forças partidárias que têm governado o país nos últimos 49 anos, aceitem que não são donos da democracia e abandonem a política de baixo nível de instigar o ódio e o medo ao CHEGA, partido democrático, do arco constitucional, com um discurso afirmativo na defesa dos portugueses comuns.
Já é tempo das elites políticas que têm governado Portugal compreenderem que o pluralismo partidário é um dos fundamentos essenciais e fundadores da democracia portuguesa, o que se deve sobrepor a qualquer estratégia de manutenção do poder a todo o custo, em todas as instâncias do aparelho de Estado e nas autarquias locais.
Fernando Pedroso
Deputado do CHEGA na AMO