Augusto Santos Silva
Na semana passada a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que pertence ao Partido Nacionalista de Malta que integra o Grupo Parlamentar Europeu do PPE (Partido Popular Europeu), esteve em visita oficial a Portugal.
Nada contra esta visita oficial que é legítima e até construtiva no aspeto de mobilizar os portugueses para as eleições do Parlamento Europeu que se realizarão, em toda a União Europeia, entre os dias 6 e 9 de junho do próximo ano.
O que já não compreendemos é que Roberta Metsola no debate na Assembleia da República em que participou (foi a primeira vez que um Presidente do Parlamento Europeu o fez), tenha respondido ao discurso de André Ventura, em forma de insulto pessoal. Saliente-se que não está em causa o legítimo direito de resposta de Roberta Metsola, mas sim os termos em que o fez.
O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que tanto gosta de malhar na direita e disso faz alarde, decidiu recentemente excluir o CHEGA das comitivas oficiais do Parlamento em viagens ao estrangeiro, mas não ousou vedar a participação daquele partido no debate com Roberta Metsola, mas também não foi capaz, em clara subserviência política, de alertar civilizadamente a Presidente do Parlamento Europeu para a necessidade de respeitar, sem acrimónia, a opinião livre e democrática de um Deputado português, na circunstância, André Ventura.
O Presidente da Assembleia da República não pode permitir que, personalidades estrangeiras e suas comitivas, seja a Presidente do Parlamento Europeu ou seguranças do Presidente do Brasil, se deem ao desplante de, em território português e na casa da democracia, desconsiderarem ou ameaçarem Deputados de Portugal, sejam eles de direita ou de esquerda.
O que fica demonstrado é que o Presidente da Assembleia da República é condescendente com os poderosos, neste caso com a Presidente do Parlamento Europeu, permitindo uma desconsideração ao líder do CHEGA perpetrada por uma representante política europeia, mas isso não trava o inexorável caminho que André Ventura, por vontade dos portugueses comuns, está a fazer, no sentido de, num futuro próximo, ser essencial a uma solução governativa para Portugal.
As continuadas atitudes de autoritarismo de Augusto Santos Silva, contra André Ventura e o CHEGA, são próprias de quem se julga um dos donos disto tudo e simbolizam na perfeição a atual e medíocre classe política portuguesa, recheada de galambinhas e jotinhas, que há muito tempo tomaram de assalto o aparelho de Estado português.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa
De facto, o Estado português está a ser tomado de assalto, não só nos lugares superiores da Administração Pública, maioritariamente ocupados por detentores do milagroso cartão do PS, muitos deles sem preparação técnica para o efeito, mas também no uso arbitrário das suas instituições e recursos, sendo os exemplos mais recentes a chamada do SIS, fora do seu âmbito de atuação, bem como a utilização dos aviões Falcon da Força Aérea Portuguesa.
Foi recentemente do conhecimento público que o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, outro dos donos disto tudo, a convite do Presidente da EUFA, assistiu em Budapeste à final da Liga Europa, tendo-se sentado ao lado do Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orbán.
Absolutamente normal o facto de António Costa ter assistido à final da Liga Europa ao lado de Viktor Orbán, aliás, muito boa companhia, mas o que não consideramos adequado é o facto de o Primeiro-Ministro português, como se diz na gíria popular, ter juntado o útil ao agradável e aproveitado uma viagem oficial à Moldávia, para fazer um desvio à Hungria, utilizando um Falcon da Força Aérea Portuguesa para uma viagem de lazer desportivo.
Dizemos viagem de lazer desportivo, porque de facto não existem razões de Estado substantivas para essa deslocação à Hungria aproveitando a boleia de um avião Falcon da Força Aérea pago pelo erário público. O hipotético apoio a José Mourinho, treinador de uma das equipas de futebol que se defrontaram na final da Liga Europa, não pode configurar uma razão de Estado, porque, felizmente, o nosso país não é uma obscura República das bananas.
Situação toda ela mal explicada e com a conivência do Presidente da República, mais um dos donos disto tudo, que também utiliza, a seu bel-prazer, os aviões da Força Aérea Portuguesa para deslocações ao estrangeiro, muitas vezes, aliás, vezes de mais, por razões que grande parte da opinião pública considera fúteis, como por exemplo, assistir a jogos da seleção portuguesa de futebol.
Obviamente que o Chefe de Estado e o Primeiro-Ministro de Portugal podem e devem utilizar a frota da Força Aérea nas suas viagens oficiais, mas devem-no fazer sem omitir esse facto das suas agendas públicas, ou seja, deve imperar o princípio da transparência democrática perante os portugueses.
Não temos uma visão miserabilista do Estado e dos seus representantes que devem ter a dignidade própria de um país independente e soberano da Europa, mas Portugal não pode, por culpa dos seus próprios agentes políticos, cair no ridículo de amiudadamente estalarem polémicas internas sobre a utilização dos aviões Falcon da Força Aérea para as deslocações oficias das altas individualidades portuguesas.
Fernando Pedroso
Deputado Municipal do CHEGA na AMO