Quinta-feira, Outubro 10, 2024
19.4 C
Loures

Mafra | Festival do Pão, de 7 a 16 de Julho

Começa este próximo dia 7, pelas 19H00, a 11ª edição do Festival do Pão que se desenrola ao longo de 10 dias ininterruptos, até ao dia 16 de julho.

Interrompendo os meus escritos de opinião, sobre assuntos diversos da política nacional relevo, hoje, uma iniciativa no Município onde represento o Partido Socialista em nome de todos quantos votaram PS nas últimas eleições autárquicas de 2021.

Esta nova edição do “Festival do Pão” pretende continuar a dar a maior visibilidade à componente tradicional, sobretudo aos saberes e costumes associados a este produto gastronómico de excelência que é o Pão Português e, neste particular, de entre muitos bons pães produzidos pelas padarias tradicionais e regionais, o Pão de Mafra, marca registada desde 2012. Essa é uma das principais razões porque o certame continua a apostar num vasto programa atividades, focadas neste produto endógeno demonstrado através de sessões de showcooking e degustações.

Não será apenas o Pão, principal “artista” do Festival, que estará presente. Outros standes, bancas e tasquinhas estarão disponíveis com a apresentação do que ao nível do artesanato, produtos regionais, gastronomia e doçaria Mafra tem para oferecer.

Presença sempre acompanhada pela animação para os mais pequenos, ranchos folclóricos locais e um vasto reportório musical para todos. Neste último painel destaque para os seguintes dias em que estes artistas irão desfilar. Assim temos;
No dia 08 a cantora Sara Correia, no dia 09 o Grupo musical “Os AZEITONAS”, no dia 10 a banda de “Tributo à Banda SANTANA”, no dia 11 a banda local “4REVIVAL”, no dia 12 a cantora CAROLINA de DEUS, no dia 13 o cantor JORGE VADIO, no dia 14 a cantora ANA LINS, no dia 15 a cantora ANA BACALHAU e, no fecho, no dia 16 a Orquestra Ligeira do Exército. Momentos musicais que poderão ser acompanhados em écrans gigantes, quer no interior do recinto, quer no exterior.

Mas, de onde vem esta origem do chamado e como era feito o “Pão de Mafra”?

Era feito com a farinha de trigo vinda diretamente do moleiro. As fornadas eram feitas uma vez por semana com um alqueire bem medido o que dava perto de uma arroba de farinha  (“arroba”; uma designação de tempos mais antigos que representava e representa os nossos mais conhecidos 15 kilos). 

A farinha era primeiramente peneirada com a peneira do milho para se lhe retirar o farelo. A seguir peneirava-se com a peneira do trigo para retirar as sêmeas. A seguir peneirava-se com a peneira fina para obter então a farinha com a finura ideal para amassar o pão. 

Antes de amassar colocava-se sempre o “acrescento”, ou seja, o “abençoado” fermento que era feito de restos de massa que ficava agarrada ao alguidar da amassadura da semana anterior, á qual se juntava um pouco de farinha enxuta e ficava até á próxima semana guardada numa tigela com um pouco de sal por cima para não criar bolor. 
No dia em que se fazia o pão utilizava-se o “acrescento” para fazer levedar a massa que, de seguida, era amassada num grande alguidar de barro.

Bons braços eram e são precisos. Perto de 15 kg de farinha a ser amassada a punho cerrado, durante cerca de uma hora, a “dar-lhe” forte e feio, tem que se lhe diga. 

Uma tarefa que, mais antigamente, estava quase exclusivamente destinada às mulheres porquanto os homens só intervinham para ajudar a estender (pu a “tender” como se usava dizer) a massa e preparar o forno para enfornar o Pão. Depois de bem amassada, a massa era benzida ao mesmo tempo que se desenhava-se com toques de mão, em forma de cutelo, uma cruz na massa, a todo o comprimento e largura do alguidar.

A massa ficava a levedar cerca de 3 horas no alguidar bem tapado com um cobertor ou uma manta de lã e por cima da massa lavava uns salpicos de farelos. Assim que os farelos se abriam provocados pela levedura do acrescento, a massa estava pronta para ser estendida (tender o Pão) e ir ao forno quente a cozer durante cerca de uma hora

O Pão de Mafra porque é uma marca registada, deve cumprir alguns requisitos de fabrico e estes que atrás refiro, segundo os costumes locais, são alguns desses.

Certo é que o Pão de Mafra depois de desenfornado, barrado com manteiga, marmelada, acompanhado de chouriço ou de uma suculenta sardinha, é um regalo ou, como alguns dizem; “uma bênção divina”!

Em quente, este pão, nunca era cortado à faca, pão quente era obrigatoriamente partido á mão.

Este ano haverá, ainda, uma participação é que é convidada especial a Região Autónoma dos Açores, com a exposição “Viagem pelo Arquipélago dos Açores”, onde o público ficará a conhecer o papel do pão nas festas e romarias populares açorianas.

A entrada gratuita, sujeita à lotação do recinto.

José Manuel Graça, Vereador na Câmara Municipal de Mafra, Membro da Comissão Nacional do PS.

TOP da Semana

Festa do Vinho e das Vindimas em Bucelas – Loures

A vila de Bucelas volta a ser palco este...

COMBOIO (TREM)

COMBOIO (TREM) A notícia, dentro da notícia da semana, o...

A completa inoperância da Organização das Nações Unidas (ONU)

Completa Inoperância da ONU Escrevo novamente acerca da ONU e...

NoticiasLX de 05 de Outubro de 2024

NoticiasLX de 05 de Outubro de 2024 - Loures,...

Artigos Relacionados