Na passada segunda-feira o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na última conferência dos Diálogos da Sustentabilidade, proferiu declarações do tipo a que nos tem habituado, repletas de azedume antidemocrático, em que diz que melhorar “… as nossas instituições” implica que os “populistas não têm sorte”.
O facto inusual de uma personalidade quezilenta e autoritária como Augusto Santos Silva, que mantém o seu hobby preferido de malhar na direita, ascender à posição de Presidente da Assembleia da República demonstra bem a vulgaridade, a mediocridade e o baixo nível das individualidades do Partido Socialista que ocupam os altos cargos do Estado português.
Augusto Santos Silva é um exemplo paradigmático da amostra da qualidade dos altos quadros do aparelho de Estado que tem sido paulatinamente ocupado pelos “boys” do Partido Socialista, com a cumplicidade dos outros partidos que estão alapados ao sistema que vão tendo uma ou outra sobra de lugares de nomeação para gáudio das respetivas clientelas políticas que assim se vão calando na esperança de que lhes calhe também a fortuna de qualquer lugarzito de ocasião.
Para Augusto Santos Silva, bem como para as elites do Partido Socialista, o assunto mais importante atualmente em pauta não é a resolução da grave crise política, social e económica do nosso país, mas sim afastar do arco do poder qualquer partido da direita que possa dar esperança aos portugueses no sentido de uma melhor governação, isenta de corrupção e incompetência no aparelho de Estado, para onde deveriam ser nomeados os melhores, escolhidos pelo critério do mérito e não pela atual bagunçada de clientela política, muitos deles sem qualquer preparação técnica ou profissional.
No atual ambiente político vivido em Portugal os valores próprios de uma democracia pluralista, estão claramente postos em causa, pela tentativa em curso de afastar o CHEGA que se está a revelar como um forte obstáculo à perpetuação da governação do Partido Socialista, que para se manter no poder, recorre à ajuda, sempre pronta, dos seus satélites, o Partido Comunista ou o Bloco de Esquerda.
Regressando às declarações de Augusto Santos Silva proferidas, na passada segunda-feira, na conferência dos Diálogos da Sustentabilidade, não se sabe a que instituições é que se referia quando disse que a sua melhoria implicaria que os “populistas não têm sorte”, mas o que teria sido oportuno dizer, é que a melhoria das instituições portuguesas, nomeadamente, da Presidência da República, da Assembleia da República e do Governo, seria uma excelente oportunidade para beneficiar a vida dos portugueses.
O foco de Augusto Santos Silva, bem como de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, não deveria ser o combate ao que apelidam de populistas, mas sim o combate à corrupção, ao tráfico de influências, à inflação, ao preço especulativo da compra e arrendamento de habitações, à degradação acentuada do Serviço Nacional de Saúde, à paralisação quase total da Justiça, onde os processos contra José Sócrates correm o risco de prescrição, à guerra civil entre Governo e professores da Escola Pública, aos baixos salários de todos os níveis profissionais, à exceção dos administradores das grande e vetustas empresas que dependem do Estado para sobreviverem, às baixas pensões de reforma da maioria dos idosos, à seca generalizada que grassa no nosso território, ao descontrolo da imigração ilegal, etc., etc., etc..
Augusto Santos Silva, como segunda figura do Estado português, ao invés de atacar o CHEGA e andar prematuramente em campanha eleitoral para as próximas eleições de Presidente da República, prestaria um melhor serviço ao país se alertasse o Governo para a necessidade de começar a resolver de facto os graves problemas que assolam os portugueses, principalmente daqueles que não têm o porto de abrigo proporcionado pelo cartão de militante do Partido Socialista.
Mas alertar o Governo para os graves problemas que assolam a sociedade portuguesa é algo que Augusto Santos Silva intencionalmente não faz porque não quer perder a confiança dos seus camaradas do Partido Socialista que lhe farão falta para a caminhada que pretende encetar rumo ao Palácio de Belém.
Face aos atuais problemas existentes na sociedade portuguesa, impossíveis de serem escamoteados pelos principais atores políticos, Augusto Santos Silva vê-se obrigado a falar muito superficialmente e genericamente sobre o assunto, aproveitando a ponte para atacar o CHEGA como se este partido fosse responsável pelos males de que Portugal padece.
A responsabilidade pelo pântano em que Portugal se encontra é da inteira responsabilidade dos partidos do sistema, principalmente do Partido Socialista, mas também do Partido Social Democrata, do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda.
De nada valerá a Augusto Santos Silva continuar a malhar no CHEGA com os estafados e desatualizados chavões de fascismo, xenofobismo e racismo, porque os portugueses, cada vez em maior número, estão a perceber que o atual pântano vivido em Portugal se deve principalmente ao Partido Socialista e que há alternativas fora dos partidos do sistema que poderão constituir uma esperança para a futura governação de Portugal.
Assim queiram os portugueses.
Fernando Pedroso
Deputado Municipal do CHEGA na AMO