Enquanto o sol brilha e as praias vão ficando cheias de pessoas em busca de descanso e diversão, a política também entra numa espécie de pausa… a chamada silly season. É a época em que os políticos, assim como todos os outros cidadãos, aproveitam as suas férias merecidas. No entanto, mesmo durante esse período de descanso, a realidade política continua a funcionar.
Para os políticos, as férias são um momento de pausa na rotina frenética do trabalho. Fica para trás o corre-corre dos plenários, gabinetes, as reuniões intermináveis e as discussões acaloradas.
A verdade é que enquanto os políticos estão de férias, a realidade política não tira férias, e em Portugal adivinha-se um “verão quente”.
O relatório da CPI da TAP e o debate sobre o estado da Nação prometem aquecer os ânimos ainda antes de agosto, e as exonerações no Governo prometem continuar a animar a comunicação social. Contudo, o pós-férias não se adivinha menos animado uma vez que regressarão os debates quinzenais com o Governo.
Se há coisa de que não nos podemos queixar é de monotonia política em Portugal, infelizmente não pelos melhores motivos.
Vamos de férias a saber que a maternidade do maior Hospital da capital irá estar fechada e que 1 milhão e 700 mil portugueses continuam sem médico de família. Os professores prometem novas greves para o início do próximo ano letivo e os polícias avançam para a manifestação durante a visita do Papa, e ao jeito de revista cor-de-rosa que Ana Gomes ainda não cumpriu o estipulado pela Câmara Municipal de Sintra, relativamente às construções ilegais na sua propriedade, e que em vez de demolir a piscina a encheu de terra … e assim vamos vivendo na República Democrática da Bananas.
Os incêndios estão a dar tréguas, pelo menos até à data, mas também não temos certezas quanto aos meios para os apagar, vamos rezando para que os pirómanos que continuam à solta se mantenham entretidos com os bailaricos das festas populares.
Vamos também de férias já livres de material de guerra que andava a empachar por cá … os quatro tanques Leopard 2 foram abatidos e os Kamov obsoletos que foram oferecidos à Ucrânia vão continuar sossegados, sem servir para nada.
Continuamos sem penas pesadas para crimes como o da bebé Jéssica e a Índia garante que o grupo terrorista Khalistani tem base em Lisboa. A imigração ilegal e as redes de trafico humano continuam a aumentar em Portugal e a insegurança especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e Distrito de Beja têm aumentado diariamente.
Mas é garantido que podemos ir de férias descansados. Cautela se houver caravelas-portuguesas e cuidado com o peixe-aranha, de resto é aproveitar.
E as taxas de juro sabem se também tiram férias? Fica a pergunta.
Patrícia Almeida
Deputada Municipal, Líder de bancada partido Chega na AM Lrs
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