O velhinho Land Cruiser ‘BJ’ – actualmente sob a chancela J70 e rejuvenecido – continua a construir-se para uma legião de fãs dos mais exigentes, árabes, australianos, africanos e Sul-americanos. Nas Canárias conhecem-se dois exemplares: são pick-up’s, com motor V6 a gasolina e encontram-se em Tenerife. Fabricam-se no Japão e em Portugal, neste último caso na Toyota Caetano em Arada, Ovar, onde em 2015 se tiveram de investir 10 milhões de euros. Tudo para manter um modelo 4 x 4 capaz de atravessar as estradas e terras mais hostis do planeta, com condutores especiais.
Land Cruiser encerra uma espécie de assinatura que marca a relação da Toyota com o fora-de-estrada, ou seja, com o recurso à tracção às quatro rodas – os tais veículos vulgarmente conhecidos por 4 x 4 – independentemente da tecnologia utilizada para manterá motricidade aos dois eixos, ou melhor ás quatro rodas num desempenho mais ou menos variável e independente com as condições dos terrenos. Land Cruiser nasceu em 1951 – imagine-se – com timbre de veículo utilitário. Porventura mal antevia o construtor japonês que o modelo se eternizaria por 72 anos e se tornaria também num automóvel “TT” para todas as condições, mesmo com versões de luxo. O conceito do actual J70 foi batizado em 1984: constitui uma verdadeira ilusão.
Afinal, a marca – que fará 86 anos, no próximo dia 28 de agosto – começou por colocar a chancela de BJ à primeira versão inicialmente desenvolvida exclusivamente para uso militar e que, então – na primeira metade da década de 50’ do século passado – era a única viatura capaz de subir aos 2.500 metros, sexta estação, do Monte Fuji.
Mas o BJ foi um sucesso absoluto: em apenas 3 anos venderam-se 5.000.000 de exemplares e em meio Mundo. O acontecimento mudou-lhe a designação: Land Cruiser foi o nome escolhido. Realmente, estamos perante um “Cruzeiro Terrestre”, fora do seu tempo que atravessou gerações. E promete manter-se.
Surpreendente é a sua versão inicial persistir com 10 milhões de unidades vendidas. Obviamente modernizado no que se refere aos chassis, suspensões, motorizações e ao conteúdo luxuoso do interior, onde não falta GPS e o sistema multimédia com conectividade Apple CarPlay y Android Auto, seja na versão Pick-up, ou na variante de 5 lugares. Uma exigência de árabes do Qatar, Kuwait, Emiratos Árabes, Bahrein, Arábia Saudita que os consideram como diligentes de luxo, australianos, Sul-africanos e namibianos que apreciam o que é duradouro e que lhes serve em todas as condições, mesmo nas mais extremas hostis á maioria dos veículos desta era. Precisam de robustez e fiabilidade. Só os que pisaram África ou os países do Golfo têm esta percepção: ninguém garante assistência em viagem no deserto, nas picadas africanas, nas praias meio submergidos na água salgada, ou no outback australiano, tudo o que está para trás do interior, longe das cidades. Para os árabes o J70 é quase impoluto e adorados como os dromedários.
Os mercados do J70 exigem conteúdo luxuoso do interior, onde não falta GPS e o sistema multimédia com conectividade Apple CarPlay y Android Auto. Também estofos em pele e a opção de detalhes de madeira no volante. Junta-se a electrificação de todas as funções e câmara de estacionamento
Qualidade, a quanto obrigas
Japão e Portugal são os eleitos num contexto de fabricação e assemblagem de qualidade.
Portugal produz versões diesel quase em exclusivo para o mercado Sul-africano.
Da construção elegi o tratamento potenciado anti corrosão do chassis e das longarinas matizado manualmente. Ainda assim, mesmo somando à tecnologia de produção as motorizações que se incluem no modelo, os preços na Arábia Saudita oscilam entre os 34.000 e os 40.000 euros.
Disponível em pick-up, cabine simples ou cabine dupla, e passageiros 5 lugares, o Land Cruiser J70 é produzido em seis versões, e com três motores: um a gasolina VVT-I de 6 cilindros em V de 4,0 litros que debita 228 cavalos; e outros 2 diesel turbo alimentados, o V8 de 4,5 litros e a nova incorporação de 4 cilindros em linha, com uma cilindrada de 2,8 litros que desenvolve 220 cv para substituir o motor de 6 cilindros 4.200 c.c., com 123 cv. A lógica diz-nos que com a metade dos cilindros, tanto o peso do bloco (e do conjunto) como o consumo de combustível vão baixar consideravelmente, pese embora se consiga manter um rendimento semelhante ao bloco de 6 cilindros. Denominador comum, a caixa manual de 5 velocidades com caixa de transferência. De qualquer modo a Toyota anuncia a incorporação de uma caixa automática.
Em resumo, as motorizações são:
▪ 4.5L V8 Diesel com 202 cv e 430 Nm de binário;
▪ 2,8 L 4 cilindros com 220 cv e 550 Nm de bin+ario;
▪ 4l V6 a gasolina VVT-I com 228 cv e 370 Nm de binário.
De acordo com a informação Toyota, o depósito de 130 litros é comum a todas as versões.
Estes 4 x 4 emblemáticos não se vendem nos países das União Europeia por causa da crença das indesejáveis emissões de CO2. Contudo, a sua importação não está proibida em Espanha: a versão pick-up com motor V6 a gasolina foi recentemente homologa em virtude de uma compra particular de duas unidades com destino a Tenerife no arquipélago das Canárias.
– por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)