Um novo traçado da Linha do Oeste a partir de Torres Vedras até Lisboa, atravessando Loures, está previsto no novo Plano Ferroviário Nacional (PFN), lançado em abril de 2021.
O PFN tem previsto um novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa, atravessando Loures, para permitir não só reduzir os tempos de viagem em cerca de 20 a 30 minutos, como também servir Loures, que vai passar a beneficiar de um acesso mais rápido à capital.
A nova linha, que, depois de Torres Vedras, vai ter estações na Venda do Pinheiro (Mafra), Loures e Senhor Roubado (Odivelas), vai atravessar toda a cidade de Lisboa, com estações no Campo Grande, Sete Rios, Campolide e Alvito. Há também a possibilidade de ser ligada à Ponte 25 de Abril, atravessando o rio Tejo até Setúbal, criando o eixo Torres Vedras – Setúbal e favorecendo as ligações ao novo aeroporto de Lisboa, se este vier a ser construído na margem sul. Pelo menos é o que está previsto acontecer …
A construção de um novo acesso a Lisboa a partir da Linha do Oeste é uma oportunidade
de servir a cidade de Loures com um serviço ferroviário que permita um acesso rápido ao centro de Lisboa.
Existem, numa primeira análise, duas alternativas para a construção desta linha: a inserção na Linha do Norte perto de Sacavém em direção à Gare do Oriente e à Linha de Cintura ou a criação de um acesso novo ao centro de Lisboa, em túnel, com um novo terminal e eventual inserção nas outras linhas existentes.
Ambas as soluções apresentam desafios técnicos consideráveis, mas a segunda é aquela
que apresenta o maior benefício potencial para o sistema ferroviário da AML.
Aquilo que se propõe no PNF é que a cidade de Lisboa seja atravessada por uma linha maioritariamente em túnel que se ligue à Linha do Sul em direção à Ponte 25 de Abril.
Esta linha teria algumas estações na cidade de Lisboa, em pontos onde se cruzasse com a Linha de Cintura e com o Metro.
Desta forma, criar-se-á um eixo diametral da cidade de Lisboa na direção Norte-Sul, em complemento ao eixo Este-Oeste já existente. Assim criar-se-á na AML, um novo eixo Setúbal – Torres Vedras, fundamental para a coesão territorial que na zona mais densamente povoada de Portugal não existe.
Fundamental também para a coesão territorial e mobilidade é a definitiva construção da linha de metro. A Linha Violeta está/estava prevista para o final de 2025 e irá ligar, à superfície, os concelhos de Loures e Odivelas. Esta linha promoverá uma ligação rápida e estruturante entre os importantes polos dos dois municípios, estendendo-se num corredor em “C”, ligando o Hospital Beatriz Ângelo ao Infantado, com transbordo e interface para Lisboa na estação de Metro de Odivelas, ou seja, servirá o concelho de Loures com 11 estações nas freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas numa extensão de cerca de 7,4 km. Este rápido acesso ao Metro de Odivelas, permitirá um melhor e mais rápido acesso ao centro de Lisboa, até agora só possível de carro.
Mas serão estas mais umas “obras de Santa Engrácia”?
Fica a pergunta.
Patrícia Almeida
Deputada Municipal, Líder de bancada partido Chega na AM Lrs
gab_dep_chega@cm-loures.pt