No seguimento do retrato da população com 65 e mais anos que divulgou a 11 de julho[1], e a propósito das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) que brevemente começam em Lisboa, a Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, faz agora um retrato dos jovens em Portugal. A análise procura responder a questões como: Quão qualificados são os jovens no nosso país? Como é o seu acesso à habitação e ao emprego? Que tipo de vínculo laboral têm, que salários auferem? Quais os seus hábitos de saúde? Que uso fazem da tecnologia?
Em 2022, os jovens entre os 15 e os 24 anos correspondiam a 10% do total da população – eram 1.086.544, o que representa uma diminuição de 6 pontos percentuais desde 1961, refletindo a redução das taxas de natalidade e o aumento da esperança média de vida. 95% dos jovens vivem com os pais, o quarto valor mais alto na União Europeia.
Por outro lado, são cada vez mais qualificados – 9 em cada 10 jovens entre os 20 e os 24 anos têm, no mínimo, o ensino secundário, e Portugal é o 7º país da UE com maior proporção de jovens com ensino superior. Apesar disso, preocupações com o acesso à habitação e ao emprego continuam a afetar os jovens: 6 em cada 10 empregados têm vínculos de trabalho precários, e Portugal é o 7º país da UE com maior taxa de desemprego jovem, afetando 1 em cada 5 jovens no mercado de trabalho.
É possível perceber ainda que os jovens têm competências digitais acima da média europeia, e estão em 5º lugar entre os que mais utilizam as redes sociais e leem notícias online; ou que os hábitos de saúde deste grupo etário parecem estar a melhorar – diminuiu a percentagem de jovens que afirma nunca praticar desporto (um em cada 3) ou que fuma diariamente (9%).