ERROS HISTÓRICOS, PRODUZEM GUERRAS!

“A NATO, criada como organização defensiva, no início da guerra fria, está a tornar-se, por pressão dos neo-conservadores americanos, uma ameaça à paz. Cuidado União Europeia!”, Mário Soares, Visão, 2008.

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As relações internacionais, desde tempos imemoriais, assenta no difícil equilíbrio, entre os interesses de cada País, sejam relacionados com condições de segurança, seja de domínio económico, seja de domínio de recurso energéticos, seja outro qualquer motivo, e só depois, ao contrário do que a generalidade julga, vem o Direito Internacional … seja lá o que isso for.

A primeira guerra mundial deflagrou, devido a um caldo de rivalidades e conflitualidades latentes, entre países e impérios (austro-húngaro, otomano, etc), onde a partilha territorial de África, pontuava, e Portugal bem marcado ficou por essa questão, por causa do ultimato Inglês, ao nosso “mapa-cor-de-rosa”, cujo objectivo era ligar Angola a Moçambique, numa faixa de território considerável.

O assassinato do herdeiro do império austro-húngaro, Arquiduque Francisco Fernando, na capital da Sérvia, Serajevo, por um estudante sérvio, espoletou a Primeira Grande Guerra, mas foi apenas o bode expiatório, vindo a colocar a Rússia, a França e a Inglaterra, do lado da Sérvia, objecto de um ultimato, ofensivo da sua soberania, por parte do império austro-húngaro, o qual contava com a Alemanha, Itália e império otomano.

O epílogo foi devastador, para a europa, mas em particular para a Alemanha, humilhada em Versailles, pelos vencedores. Esta humilhação foi um terrível erro histórico, pois viria a medrar um tirano, Adolfo Hitler, um excepcional manipulador de massas, tendo-lhe bastado explorar o forte sentimento de humilhação instalado no povo alemão. Foi como colocar gasolina na fogueira.

A américa, sugeriu a constituição de uma entidade internacional, a “Sociedade Das Nações”, como fórum onde as nações dialogassem, prevenindo guerras, contra-balançando interesses próprios de cada um, mas acabou por ficar de fora, e a SDN borregou.

Para Hitler a ideia de “espaço vital” para a grande Alemanha, levou-o a olhar para a Polónia com um apetite voraz. Essa “necessidade” foi criada por Versaillles, pois que já não bastava a terra alemã, para garantir a sua defesa, mas também o crescimento da indústria de guerra, e de resto tinha um inimigo para conter, a Rússia, a qual completaria o objectivo do “espaço vital”. Pelo meio a Polónia era vitima da sua posição geográfica.

A Segunda Guerra Mundial, escorada naquele terrível erro histórico, cozinhado em Versailles, haveria de ser ainda mais dramática, já não apenas para a Europa, alargando-se a 2 continentes e países insulares, como o caso do império do Japão, e das Filipinas.

Pela segunda vez a Alemanha perde, com estrondo, e Nuremberga, o cadafalso dos vencedores, encarrega-se de enforcar os chefes militares alemães, aproveitando os cientistas e técnicos, alemães,  que tornaram possível a infernal máquina de guerra alemã, tecnologicamente muito avançada, com confortáveis empregos na NASA, e afins. Mas desta vez os vencedores, conhecidos como “Aliados” (EUA, GB, França e URSS), quiseram ir mais longe, pois os interesses de cada País vencedor, exigia garantias futuras de que não se voltaria a repetir a tragédia de uma guerra, com embrião na Alemanha.

Assim Berlim foi dividida duas vezes. A primeira divisão, com o célebre “Muro de Berlim” foi entre as duas grandes visões de sociedade, da época, a saber – o ocidente e a URSS. Depois a parte ocidental foi espartilhada, qual soldo de guerra, em zonas de influência de Inglaterra, França e Estados Unidos da América.

Para além do controlo territorial, os Estados Unidos da América, confiscaram todo o ouro nazi, incluindo o que os alemães tinham roubado aos países conquistados, tendo actualmente o fort Konw, na américa á sua guarda 80% das reservas de ouro da Alemanha. Percebe-se de onde veio o dinheiro para o famoso “Plano Marshall”.

Por último, a Alemanha só ficou autorizada a ter um exército residual, tendo sido fixados fortes constrangimentos para a sua indústria de guerra.

Para completar a sua condição de protectorado, do ocidente, a Alemanha “teve” de integrar a NATO, uma aliança militar, de defesa, constituída para fazer frente á toda poderosa URSS, um “amigo” de quem o ocidente não punha as mãos no fogo.

Mas, tudo isto não bastava, era necessário criar uma “nova” SDN, desta feita não só com a participação dos Estados Unidos da América, como ter a sua sede em território americano.

Como os vencedores podem tudo, são eles a ditar as regras, e a tentação de controlo, assumiu a forma de Conselho de Segurança, um órgão da ONU, o mais importante, onde os vencedores, para além de terem acento permanente, têm também o poder de veto.

O poder de veto, é o instrumento jurídico, no Direito Internacional, mais injusto de todos, porque ignora a igualdade entre Estados, entre Países, permitindo, a cada membro com esse poder, de defender os seus amigos. E até hoje, já todos o fizeram, justa ou injustamente.

Quando alguém propõe a eliminação desse poder, está a propor que por exemplo, Israel deixe de beneficiar da protecção americana, á conquista e usurpação de território alheio, como foi o caso dos montes golãn, acolhendo a atitude belicista e conquistadora de Israel desde a sua criação.

A Guerra Fria, foi pois o corolário do fim da segunda guerra mundial, dividia entre dois blocos poderosos: o ocidente por um lado, e por outro a URSS. Duas visões do mundo completamente opostas.

Que interesses pugnava cada um dos blocos?

A redução do outro, até á sua insignificância, preferencialmente eliminando-o.

O poder atómico, primeiro, e nuclear depois, era o instrumento pacificador. Todos tinham bem presentes as duas primeiras bombas atómicas americanas, lançadas no Japão, e os seus terríveis efeitos.

Com isso sucedeu ao Japão exactamente a mesma coisa que aos nazis, com a diferença, que no Japão, só os americanos ditaram as regras: Forca para as chefias militares, confisco do ouro todo, incluindo o roubado às Filipinas, poupou-se o imperador, para não afrontar o povo, proibição de possuírem um exército, a segurança militar seria, com foi, assegurada pela américa. Enfim o Japão, tal como a Alemanha, virou protectorado americano.

Assim e constroem impérios.

Em 1989, os ventos da história bafejam o ocidente, e uma primeira etapa acontece, indo ao encontro dos objectivos do ocidente: Cai o muro de Berlim. Uma Berlim unificada, “eliminou” completamente a influência soviética, por reforço da influência ocidental.

Uma grande machada nos interesses vitais do mundo soviético, que via com desconfiança o mundo ocidental, afinal foram eles os únicos a fazerem uso de bombas atómicas.

A seguir ao muro cai a própria União Soviética, logo seguida do Pacto de Varsóvia. De uma assentada, cai o império e o seu braço armado. O ocidente e a NATO exultam.

O enorme erro histórico seguinte, foi o apetite ocidental, que vendo-se agora sem rival, resolve “avançar” direito à Rússia. O descambar da federação russa seria a cereja no topo do bolo.

A NATO, que deixou de ser meramente uma aliança militar de defesa, quando atacou a Sérvia, e os balcãs, começou a absorver países oriundos da ex-URSS, expandido o seu território “defensivo” protegido pelo famoso Artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, deixando amargos de boca a Gorbachov, o antigo líder soviético que acreditou nas palavras americanas de nunca, a NATO, se alargar aos antigos estados soviéticos.

A Rússia, sentiu-se ameaçada, vendo o seu arqui-rival e inimigo, chegar ao seu quintal, e qualquer país que lhe calce os sapatos, sentiria o mesmo, não esquecer que Kennedy, em 1963, sentiu o mesmo, mas ao contrário, quando viu e impediu que a URSS instalasse misseis em Cuba, praticamente o quintal americano.

Em 2008, Mário Soares previu a reacção dos Russos face à cegueira do ocidente, e quem sofre é a Ucrânia, cujo presidente ignorou os receios de Putin, verbalizados olhos nos olhos perante os americanos num encontro sob os auspícios da NATO.

Quando a Ucrânia, após um golpe de estado que pôs em fuga um Presidente eleito, rompe com a Rússia, e escolhe a via europeia, todos os alarmes soaram na Federação Russa.

Quando a Ucrânia pede a adesão à NATO e se mostrou disponível para ter no seu território armas nucleares americanas, tal como já acontece com a Alemanha, Holanda, Itália e Turquia, despoletou algo que nunca mais vai controlar, e hipotecou o futuro do País.

O ocidente assistiu, e assite, a tudo isto, como se estivesse em Verssailles, bebericando espumante francês.

Só que desta vez, só haverá vencidos, caso se concretize a capitulação militar, numa guerra convencional, da Rússia.

Nisso o Presidente do Brasil tem razão. Lula da Silva, já percebeu que a capitulação ucraniana, deixará um País territorialmente diminuído. Não existe o risco de outras pretensões territoriais a outros países europeus porque têm lá a NATO e Putin não é parvo.

A capitulação da Rússia, levará ao uso do Nuclear, e aí não desaparece só a Rússia, como o ocidente deseja, mas desaparecemos todos.

Oliveira Dias

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