O próximo afastamento de António Costa das funções de Primeiro-Ministro, cessando, por ora, a sua nefasta gestão pública, retirar-me-á um dos alvos preferenciais dos meus artigos semanais, mas será uma grande oportunidade para os portugueses escolherem um melhor caminho para a governação de Portugal.
Espero que no próximo mês de março o ambiente político em Portugal se torne mais respirável e democrático, iniciando-se a despartidarização do aparelho de Estado, o que a acontecer, será dramático para milhares de “boys” socialistas que terão de procurar outro modo de vida.
O legado da governação de António Costa, nestes últimos oito anos, com ou sem a participação dos parceiros da geringonça, está atualmente bem patente nos exemplos seguintes: implosão das áreas da Saúde, da Educação, da Justiça, das Forças Militares e de Segurança, da imigração descontrolada e desregulada, da inexistência de políticas sustentáveis de habitação e do absoluto e total controlo do aparelho de Estado e das entidades reguladoras e de fiscalização pelos apparatchiks socialistas.
Convém não esquecer que a atual implosão dos mais importantes serviços públicos portugueses, teve a cumplicidade ativa dos parceiros da geringonça, ou seja, do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, que foram os idiotas úteis de serviço, suportando o Governo, enquanto António Costa, quis e necessitou, mas que depois descartou.
Ainda estão por explicar as razões do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda silenciarem as cativações de António Costa e Mário Centeno, fazendo tábua rasa dos Orçamentos de Estado aprovados.
A reiterada aprovação de Orçamentos de Estado que depois seriam alvo de sucessivas cativações, inviabilizando o seu total cumprimento, sempre teve o silêncio cúmplice dos parceiros menores da geringonça, por razões ainda não devidamente explicadas, embora se possa conjeturar o seguinte: a) da parte do Bloco de Esquerda alguma da sua nomenclatura aspirava a lugares ministeriáveis, concessão a que António Costa sempre conseguiu resistir; b) da parte do Partido Comunista a persistência em apoiar o Governo talvez se tenha ficado a dever a alguma ingenuidade de que os socialistas viessem a apoiar políticas económicas mais estatizantes, o que também foi recusado pelo Primeiro-Ministro.
António Costa é o grande responsável pela atual situação de caos no país, porque privilegiou aquilo a que chamou contas certas à custa de um constante aumento da carga fiscal, sem investimentos nos serviços públicos, que por essa razão estão atualmente à beira da implosão, sendo que aqui também teve a cumplicidade do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que entretido na parolice das suas selfies e nas viagens ao estrangeiro, se esqueceu que havia necessidade de corrigir a trajetória irritante e errante do Primeiro-Ministro.
António Costa tem a consciência que, para a sua própria sobrevivência política, necessita que o Partido Socialista se mantenha no poder por mais alguns anos, pelo que se está a envolver ativamente na atual pré-campanha eleitoral, o que coloca Pedro Nuno Santos num papel mais secundário, dando-lhe tempo para completar o estágio de aprendizagem para ser candidato a Primeiro-Ministro.
António Costa percebe muito bem que a área da Saúde é fundamental para um eventual sucesso do Partido Socialista nas próximas eleições, e por aí começaram as promessas eleitorais, a saber: a) anúncio por todo o país da criação de Unidades de Saúde Familiar (USF), modelo B, possibilitando a atribuição de médicos de família a 250/300 mil portugueses; b) criação em 2024 de 39 Unidades Locais de Saúde (ULS) que integram Hospitais e Centros de Saúde sob a mesma gestão, acabando com as Administrações Regionais de Saúde (ARS); c) criação de Centros de Responsabilidade Integrados (CRI) que funcionam dentro dos Hospitais por proposta dos profissionais e com autonomia funcional.
As soluções apresentadas para a área da Saúde são autêntica banha da cobra, nada resolvendo, sendo manobras de controlo de danos e de gestão de expetativas, na esperança de que os portugueses acreditem, mais uma vez, nas patranhas eleitorais de António Costa.
Na área da Habitação, António Costa para disfarçar a sua total incompetência advertiu o próximo Governo que “gostem ou não gostem, vão ter de construir 32 mil fogos nos próximos três anos”, porque essa situação está contratualizada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Aliás, este número de fogos só irá ser construído por força de apoios financeiros comunitários, tendo havido uma completa inação do Governo nesta matéria que o Primeiro-Ministro tenta agora branquear e disfarçar.
Veremos nos próximos meses se, como parece, António Costa, continuará a tutelar o seu Partido, ou se pelo contrário, o seu aprendiz, Pedro Nuno Santos, terá capacidade para se autonomizar e exercer de facto o cargo de Secretário-Geral Socialista para que foi recentemente eleito.
António Costa, há oito longos anos e exercer as funções de Primeiro-Ministro, mesmo depois de se ter demitido, por suspeitas de corrupção e tráfico de influências, continua a fazer alarde do seu irritante otimismo, anunciando, tipo vendedor de banha da cobra, uma série de medidas que sabe que não cumprirá, tentando, mais uma vez, em benefício do PS, enganar o eleitorado português.
– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO