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A saída de cena de Luís Montenegro e não, Não vamos eleger o PM

Surpresa para alguns e mais complicado para Luís Montenegro, é a última sondagem que dá ao CHEGA 21% e, se contarmos que quando foi efetuada ainda não era notícia o escândalo da Madeira, estamos à beira de uma hecatombe das antigas.

Há um ano atrás as melhores hipóteses de Luís Montenegro (LM) continuar à frente do PSD depois das eleições europeias de 2024 eram muito reduzidas. No tabuleiro em que se jogava o futuro dos homens que mandam nisto tudo, era assumido que o PSD teria de encontrar um líder o mais tardar no inicio do último trimestre de 2024 tendo em conta as Autárquicas de 2025.

Com a demissão de António Costa e a decisão de Marcelo de dissolver a Assembleia da República, LM viu-lhe ser oferecida de bandeja uma oportunidade de brilhar mas não foi o melhor para o PSD e os factos posteriores viriam a comprová-lo.

Na verdade, neste momento a realidade política não podia ser mais complexa e difícil para LM confrontado com um conjunto de cenários em que veio à tona que não tinha o perfil para a missão que lhe fora confiada. Hesitações, contradições e mal entendidos seus e dos seus pares levaram a que para os eleitores, a aposta na sigla AD personificada em LM não fosse uma aposta motivadora.

Depois, querer usar a marca AD sem os homens que lhe deram corpo tipo “cover band” só deixa um rasto de desespero de alguém que tenta agarrar-se a uma boia que não flutua.

Caso o PSD ganhe ou perca as Legislativas de 10 de Março, Luís Montenegro deverá sair pela direita baixa, preso que está às suas afirmações e, vamos acreditar, que não dê o dito pelo não dito…

Em caso de vitória da AD, é cada vez mais evidente que o CHEGA será fundamental para o PSD governar e aí LM não poderá contar com o apoio do CHEGA sem Ministros em troca… E voilá LM terá de dar o lugar a outro que no PSD aceite o CHEGA como parceiro.

Caso o PSD perca e o PS não tenha apoio parlamentar para governar, LM deverá sair pela esquerda baixa por dois motivos: Em primeiro lugar porque se comprometeu que só governaria se ganhasse as eleições e, em segundo lugar, porque mesmo que a direita tenha maioria na AR com os deputados do CHEGA, LM está preso ao compromisso de que jamais governaria com o CHEGA.

Resumindo, Luís Montenegro vai abdicar, rapidamente, depois de 10 de Março.

Com as eleições este domingo nos Açores, ficará já evidente como todos os partidos vão posicionar-se no tabuleiro insular e a grande questão é, até que ponto, o PSD vai precisar do CHEGA para governar e se fará ou não parte do governo regional com pastas atribuídas. Na verdade, para o PSD nacional, uma vitória do PS nos Açores descansaria por algum tempo a cabeça de Luís Montenegro.

Do que se passa na Madeira, como sempre, é matéria insondável. Quando a demissão de LA é aceite mas é afirmado que não está demitido…

Surpresa para alguns e mais complicado para Luís Montenegro, é a última sondagem que dá ao CHEGA 21% e, se contarmos que quando foi efetuada ainda não era notícia o escândalo da Madeira, estamos à beira de uma hecatombe das antigas.

De qualquer modo dia 10 de Março não vamos votar para escolher um primeiro ministro como erradamente muitos tentam passar. Dia 10 de Março vamos escolher os representantes no Parlamento e, em principio, o partido mais votado apresentará a Marcelo um nome para formar um governo de Portugal e acredito que, no caso de uma maioria à direita, Luís Montenegro sairá de cena rapidamente e será proposto para PM outro nome do PSD.

António Guedes Tavares, diretor
EDITORIAL

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