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    Temos Governo para Um Ano… Num Sistema Presidencialista

    Numa altura em que ainda faltam apurar os resultados do Estrangeiro (4 mandatos), a única certeza é que os próximos tempos serão de instabilidade.

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    Como escrevi por aqui, nos editoriais de 9 de Dezembro e anteriores, “O instável reino da Lusitânia brevemente num Parlamento perto de si”, embora nesta data ainda faltem apurar 4 mandatos para a Assembleia da República (AR), tudo aponta que a continuar a aposta do PSD em Luís Montenegro e a sua recusa em negociar com o CHEGA a par da recusa do IL em assumir um acordo com o PSD que antes todos tinham como certo, os próximos meses até Outubro sejam de indefinições e instabilidade governamental. 

    Um Sistema Político cada vez mais presidencialista

    Marcelo, desde a demissão de António Costa, que tem acentuado a sua ambição de transformar o Parlamento num conjunto de meninos do coro subordinados à sua vontade, aos seus quereres e às suas interpretações da vontade popular, colocando-se como presidente com uma legitimidade superior à dos representantes da Nação. No estado atual da arte, Marcelo, chegou ao ponto de se permitir influenciar ou de fazer constar a sua preocupação com o voto popular. Passado o tempo em que o seu veto era inconsequente, Marcelo prepara-se para nos deixar memórias inesquecíveis, e não pelos melhores motivos, do seu último mandato…. Felizmente não se poderá recandidatar. 

    Até Onde vai Montenegro e Até Onde Cederá André Ventura

    Tendo em conta a irrelevância do IL para as contas de uma possível maioria à direita numa situação em que o CHEGA se abstenha, e toda a esquerda somada vale mais que PSD+CDS+IL, a grande questão para os tempos atuais até ao novo Orçamento para 2025, passa por uma negociação mais ou menos assumida publicamente entre o PSD e o CHEGA.

    Bastarão alguns lugares na AR e no Conselho de Estado para acalmar André Ventura?

    Com Luís Montenegro o PSD dispõe de uma margem de negociação muito estreita, mas a haver a entrada de Passos Coelho como PM e o entendimento com o CHEGA, ela não poderia ser em melhor altura do que neste primeiro governo saído das Legislativas de 10 de março até porque Marcelo estará impossibilitado de convocar novas eleições e, além do mais, não tem o mesmo ascendente perante um ex-PM nem a mesma veleidade de colocar “preocupações”.

    O CHEGA está refém de três situações:

    1. Não pode dar aval a um governo em matérias, muitas, em que tem soluções diferentes e, no limite, terá de dar apoios “peça a peça”.  
    2. Precisa de dar ao seu eleitorado uma mensagem de responsabilidade.
    3. Tem de apresentar resultados e demonstrar que está à altura para resolver os grandes problemas do País e isto só será possível tendo ministros ou então arrisca-se a ser suicidado pelo PSD.

    Um CHEGA Sem Ministros ou Definha ou Colabora na Queda do Governo

    A história recente da famosa “geringonça”, tem demonstrado que os partidos nos patamares inferiores da “cadeia alimentar” perderam representatividade parlamentar em favor do PS.

    A direção do CHEGA sabe, tão bem como nós, que o apoio continuado a um governo PSD, sem ministros do CHEGA, se traduzirá numa transferência de uma fatia dos seus eleitores para o partido do governo até porque os eleitores sabendo que os seus votos serão usados desse modo não hesitará, em próximas eleições, votar diretamente no PSD.

    Com as forças de bloqueio de Marcelo e dos barões do PSD que veem no crescimento do CHEGA sérias ameaças aos status municipais, dificilmente poderemos fugir a um cenário em que nos esperam eleições Legislativas em 2025 consequência do voto de toda a esquerda e a abstenção do CHEGA.

    António Guedes Tavares, diretor

    Editorial

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