A segunda derrota do XXIV Governo em votações importantes na Assembleia da República, veio trazer à memória dos menos atentos as declarações de Pedro Nuno Santos quando, ainda faltando apurar os votos da Europa e Resto do Mundo, declarou que seria oposição, posição que viria a manter mesmo depois do PS ter elegido o mesmo número de deputados que o PSD – 78. Na verdade, um governo minoritário e sem capacidade de negociação, não terá muitas hipóteses de se manter para além do Orçamento de Estado e é nisto que parece que aposta Luís Montenegro, PM do XXIV Governo Constitucional.
Depois da derrota aquando do IRS, esta nova derrota com as SCUTS, demonstra que das duas uma, ou há uma incapacidade de diálogo e negociação ou há uma atitude deliberada de afrontar tudo e todos passando a ideia que o Governo não consegue governar porque um conjunto de partidos que não apoiam o programa eleitoral do PSD persistem em querer votar de acordo com os seus programas eleitorais apoiando-se na regra negativa da Maioria em Democracia. Qualquer uma destas hipóteses anteriores conduzirá inevitavelmente à queda do Governo e será apenas uma questão de tempo e oportunidade.
Tudo se encaminha para que as próximas Eleições Europeias sejam a segunda parte das Legislativas. Apesar dos comentários habituais que são eleições muito diferentes e que não são comparáveis, no fundo, todos sabem que os resultados das Europeias serão fundamentais para se perceber até quando o XXIV Governo vai sobreviver.
A juntar ao mau desempenho do Governo na Assembleia da República, a forma como têm decorrido as negociações com as forças de segurança, os professores e os profissionais de saúde, vêm confirmar o que escrevemos neste mesmo espaço anteriormente – Estamos a atravessar um período de grande instabilidade política e social e tal já era previsível pela postura de Luís Montenegro que tendo um suporte parlamentar mínimo se comporta como um PM com maioria absoluta.
Uma nota final para as declarações descuidadas do atual ministro das finanças sobre as contas, com a descredibilização do País perante a Europa e o Mundo, pondo em causa o interesse nacional e isto não é nada de novo porque todos se lembrarão da campanha de Paulo Rangel no Parlamento Europeu com declarações contra o envio de fundos Europeus para Portugal.
Eleições Legislativas no início de 2025 é quase certo e a única dúvida é como o País estará nessa altura.
– António Guedes Tavares, diretor
Editorial
Publicado no Semanário NoticiasLx: