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    Notas soltas em ambiente pré-estival

    A atual instabilidade governativa aconselharia que o Presidente da República, na próxima “silly season” exercesse uma ativa e eficaz magistratura de influência, no sentido de encaminhar o Primeiro-Ministro para uma via de estabilidade, que tem recusado, incentivando-o a aproveitar, em benefício do país, a ampla maioria absoluta de direita existente no Parlamento.

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    Estamos em plena época pré-estival em que muitas famílias se preparam para as suas férias anuais com os habituais movimentos pendulares para as zonas balneares, mais próximas ou mais distantes, ou para as suas regiões de origem e os que podem viajando para o estrangeiro.

    Apesar da aproximação do tempo de eleição para férias, com certeza que ainda persistem muitas preocupações nas famílias portuguesas, nomeadamente, no que diz respeito à época de exames dos seus filhos, depois de sucessivos anos escolares em que os professores e o Ministério da Educação viveram em permanente conflito laboral, com o inevitável prejuízo nas aprendizagens.

    Após a obtenção de um acordo laboral com a maioria dos sindicatos da área do Ensino, há que esperar pelo início do próximo ano escolar, para ver se os que ainda se mantêm em luta, nomeadamente, Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (FENPROP) e André Pestana, do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P), permitirão que as escolas públicas retomem o seu normal funcionamento, deixando de ser o palco de instabilidade política permanente, prejudicando alunos e famílias.

    Nesta época que antecede as férias, os portugueses, como eu, que gostam de futebol, podem usufruir, momentaneamente, do descanso das romarias aos estádios e das respetivas transmissões televisivas. A este propósito parabéns ao Sporting Clube de Portugal que foi um justo vencedor do campeonato nacional, o que me permitiu, ao contrário do ano passado, descansar de comemorações no Marquês de Pombal, sempre muito intensas e desgastantes. Neste capítulo aplico sempre a divisa: glória aos vencedores, honra aos vencidos.

    Não há jogos de futebol, mas a saga continua com as notícias de transferências e contratações de jogadores e treinadores, o que vai alimentando as paixões clubistas, independentemente de o país estar em plena campanha para as eleições europeias.

    As eleições europeias e as guerras da Ucrânia e da Faixa de Gaza, não retiraram destaque às polémicas envolvendo o futebol e seus protagonistas, sendo exemplo disso, o caso que envolveu, Sérgio Conceição, que se diz traído, pelo convite feito ao seu adjunto, Vítor Bruno, para o substituir como treinador principal do Futebol Clube do Porto.

    O estado de espírito de Sérgio Conceição, é uma situação do seu foro pessoal, a respeitar, sendo positivo ver um importante clube desportivo, o Futebol Clube do Porto, a valorizar um talento dos seus quadros, Vítor Bruno, proporcionando-lhe uma oportunidade de ascensão na carreira de treinador de futebol, o que deveria originar sentimentos de orgulho e não de traição, a quem contribuiu decisivamente para esse desenvolvimento profissional.

    Nas modernas relações de trabalho, as subordinações hierárquicas não se sobrepõem à liberdade e autonomia individual de quem queira assumir diferentes opções profissionais, embora seja de elementar justiça fazer uma justa homenagem às pessoas que contribuíram para o sucesso de quem pretenda passar a exercer a sua carreira de forma mais independente e autónoma.

    Ainda a propósito do Futebol Clube do Porto, as eleições recentemente verificadas para os seus órgãos sociais, demonstram à saciedade que o poder é efémero, não sendo vitalício, porque os valores democráticos sempre vencem, mesmo nos casos de lideranças longas e carismáticas.

    Pinto da Costa, perdeu a oportunidade de sair mais cedo da Presidência do Futebol Clube do Porto, tendo-se mantido no poder, até ao limite máximo, por razões que o futuro esclarecerá, acabando por cessar o seu cargo pelo voto democrático e largamente maioritário dos seus consócios que lhe reconhecem a obra, mas não as condições para continuar a liderar a Instituição.

    Mas o descanso do mundo da bola é de pouca duração, porque estamos a menos de uma semana de se iniciar o EURO 2024, sendo Portugal apontado como um dos potenciais favoritos, o que a confirmar-se consolidaria o nosso país como uma potência mundial do futebol, sendo o corolário de um trabalho de excelência iniciado há muitos anos por clubes, de maior ou menor dimensão.

    Após o Europeu de Futebol seria o tempo de finalmente entrarmos na “silly season”, mas é provável que tal não aconteça porque há assuntos bem quentes na agenda política, como por exemplo, a herança socialista do absoluto descontrolo da imigração e o colapso do Serviço Nacional de Saúde, ao que acresce os estados-maiores do Governo e da Oposição estarem a alinhar as suas estratégias para o próximo combate político que se travará à volta do Orçamento de Estado para 2025.

    A atual instabilidade governativa aconselharia que o Presidente da República, na próxima “silly season” exercesse uma ativa e eficaz magistratura de influência, no sentido de encaminhar o Primeiro-Ministro para uma via de estabilidade, que tem recusado, incentivando-o a aproveitar, em benefício do país, a ampla maioria absoluta de direita existente no Parlamento.

    Contudo, como habitualmente, será de esperar que na “silly season” reapareçam as habituais “façanhas” de Marcelo Rebelo de Sousa que, no verão, costuma ser entertainer de serviço nas praias portuguesas, distraindo-se das suas obrigações de Presidente da República.

    Aguardemos pela temperatura política da próxima época estival.

    – Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA

    Publicado no Semanário NoticiasLx:

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