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    A direita, mais à direita – direita patriótica

    A comunicação social e os comentadores de serviço, numa aparente moderação para continuar a manipular a opinião pública, por vezes, quando se referem ao CHEGA e aos seus congéneres europeus, abandonam a expressão, extrema-direita, optando por direita radical ou populista, mas continuam a fazê-lo em sentido pejorativo, razão pela qual o correto é adotar, direita patriótica, como a designação adequada. Assim não há qualquer dúvida semântica.

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    No rescaldo das recentes eleições europeias, a generalidade da comunicação social portuguesa, incluindo os canais televisivos, desde os generalistas, aos noticiosos, vem intoxicando a opinião pública com os alegados perigos para a Europa com as vitórias e as votações de partidos apelidados de extrema-direita.

    De facto, há assinalar as vitórias obtidas por Marine Le Pen (Rassemblement National), em França, por Giorgia Meloni (Fratelli d´Italia), em Itália, por Viktor Orbán (Fidesz), na Hungria, por Herbert Kickl (FPO), na Áustria e por Tom Van Grieken (VB), na Bélgica.

    Em Portugal o resultado do CHEGA, embora inferior às expetativas, permitiu que o partido tenha representantes eleitos em todos os fóruns possíveis, sejam eles internacionais, nacionais ou regionais, o que é assinalável porque tudo foi conseguido em apenas cinco anos, apesar da guerrilha antidemocrática de que foi e continua a ser alvo por parte de toda a classe política e pela maioria da comunicação social.

    A generalidade dos partidos políticos tradicionais, por essa Europa fora, incluindo Portugal, tem um objetivo bem definido que é evitar que os novos e emergentes partidos políticos da direita, mais à direita, se consolidem como alternativa credível de governação dos países onde vão crescendo eleitoralmente pela adesão livre, esclarecida e democrática dos cidadãos.

    A comunicação social e respetivos agentes vão-se referindo à direita, mais à direita, como extrema-direita, tentando, maliciosamente, associar esses partidos políticos às doutrinas autoritárias e totalitárias, que rejeitam os valores democráticos, de que foram exemplos alguns líderes políticos, como Mussolini, Hitler, Franco, Salazar, Perón e Pinochet.

    O que é correto do ponto de vista académico é chamar, em sinonímia, aos partidos mais à direita, a direita radical, populista ou patriótica, que apoia a democracia liberal, o pluralismo político, as eleições livres e democráticas, a economia de mercado, o bem-estar social, os valores da família e do trabalho, a meritocracia, a soberania dos Estados, a regulação da imigração e o não à islamização da Europa.

    A direita que defende estes valores, é combatida de forma desleal e antidemocrática pelos partidos tradicionais que se unem para partilhar e dividir o poder sempre que se encontram ameaçados ou então para se perpetuarem nos centros de decisão, nacionais ou internacionais.

    A comunicação social e os comentadores de serviço, numa aparente moderação para continuar a manipular a opinião pública, por vezes, quando se referem ao CHEGA e aos seus congéneres europeus, abandonam a expressão, extrema-direita, optando por direita radical ou populista, mas continuam a fazê-lo em sentido pejorativo, razão pela qual o correto é adotar, direita patriótica, como a designação adequada. Assim não há qualquer dúvida semântica.

    Nas recentes comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado no passado dia 10 de junho, houve uma prova insofismável da incapacidade de os partidos tradicionais operarem significativas reformas estruturais, o que foi claramente evidenciado, pelo corajoso discurso do bombeiro, Rui Rosinha, dos Voluntários de Castanheira de Pera, que ficou ferido num acidente, quando combatia o trágico incêndio florestal de Pedrógão Grande, que provocou 66 vítimas mortais, incluindo um colega seu.

    O bombeiro, Rui Rosinha, na sua cadeira de rodas, foi certeiro, quando afirmou para todo o país, que “pouco chegou ao território” e que a “burocracia é pesada e demorada”, apontando os problemas estruturantes para quem vive ou investe na região de Pedrógão Grande, nomeadamente, a falta de médicos, a pouca oferta de transportes públicos, a falha nas telecomunicações, tendo também dito que a via rodoviária é “extremamente perigosa”.

    Tudo o que o bombeiro, Rui Rosinha, afirmou no seu discurso do passado dia 10 de junho, na presença das elites políticas portuguesas, deveria envergonhar os anteriores governos de António Costa, que não conseguiram, em sete anos, cumprir as expetativas criadas às pessoas da região de Pedrógão Grande, após os trágicos incêndios de junho de 2017.

    Essa incapacidade de cumprir as expetativas criadas de melhoria da vida dos portugueses é o legado deixado pelos últimos governos socialistas, restando agora saber se o atual governo, apoiado por uma frágil minoria social-democrata, tem condições e força suficientes para cumprir as suas promessas eleitorais e eleitoralistas. O povo português não perdoará se tal não acontecer.

    Desde o passado domingo, no rescaldo das eleições europeias, temos mais uma prova de que os partidos tradicionais, na circunstância o PS e o PSD, quando se trata de partilhar o poder, entre si, estão em plena sintonia, sendo inexplicável que Luís Montenegro esteja a dar apoio e suporte político a António Costa na sua candidatura para Presidente do Conselho Europeu.

    Os portugueses comuns terão dificuldade em perceber que o PSD dê apoio a António Costa para Presidente do Conselho Europeu, depois de como Primeiro-Ministro de Portugal ter implodido os serviços públicos, nas áreas da saúde, da segurança, da educação e da justiça, ao que acresce ainda não existirem conclusões da investigação judicial de que é alvo.

    Às vezes o que parece é. Não há diferença entre o PS e o PSD.

    – Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA

    Publicado no Semanário NoticiasLx:

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