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A democracia está numa crise profunda, a necessitar de ser reanimada

A democracia está numa crise profunda - O voto popular expresso em eleições livres, anda a ser falseado pelos democratas há décadas instalados no sistema político europeu.


A democracia está numa crise profunda, a necessitar de ser reanimada

O voto popular expresso em eleições livres, anda a ser falseado pelos democratas há décadas instalados no sistema político europeu.

Os referidos democratas que maioritariamente têm dominado a cena política internacional, elegendo Presidentes e Governos, têm algo em comum, querem manter e repartir o poder entre si, independentemente de serem de direita (a instalada e que colabora com o sistema) ou de esquerda, porque o que verdadeiramente lhes interessa não é a resolução das dificuldades das pessoas, mas sim a manutenção da respetiva influência política.

Os atuais políticos detentores do poder, nos casos em que não ganham eleições com maiorias absolutas, têm dificuldade em aceitar com fair play os resultados obtidos, optando, muitas vezes, por jogos de bastidores em que a vontade popular, livremente expressa, é completamente distorcida, o que contraria a essência da democracia e do pluralismo político.

Os diferentes partidos do sistema enquanto exercem o poder e também durante as campanhas eleitorais vão tentando manipular a opinião pública, ora com decisões erráticas e populistas, ora com anúncios que nunca serão cumpridos, o que, infelizmente, se está a tornar vulgar em termos europeus.

Atualmente no mundo ocidental os partidos, os governos e os restantes órgãos de poder, são dominados por carreiristas, sem dimensão política e cultural, com uma preocupante ausência de estadistas, o que degrada a democracia e a concretização das aspirações das populações traduzidas em eleições livres.

Não raras vezes os resultados eleitorais não são respeitados, sendo completamente adulterados, pelos diretórios dos partidos do sistema que os interpretam enviesadamente e como bem entendem, desde que isso lhes possibilite o exercício do poder, o que muitas vezes, tem impossibilitado a governação de quem ganhou eleições.

Os partidos do sistema dão mais valor aos arranjos de ocasião, mesmo que ideologicamente sejam autênticas aberrações contranatura, desde que tenham a utilidade de afastar a direita, mesmo a não disruptiva, do arco da governação.

Já não há honra na maioria dos políticos que atualmente estão sentados nas cadeiras do poder, o que nostalgicamente nos faz lembrar antigos líderes como, por exemplo, Winston Churchill; Charles de Gaulle; Robert Shuman; Helmut Kohl e Jacques Delors. Não é possível fazer qualquer comparação qualitativa destes estadistas com a atual geração de políticos que estão no poder, à exceção de Volodymyr Zelensky que, nos seus 46 de idade, já se alcandorou à condição de um grande e carismático líder europeu, sendo a sua resiliência e argúcia políticas um exemplo a seguir.

Se houvesse honra nos atuais líderes políticos do mundo ocidental não teriam acontecido os episódios de falta de pluralismo democrático e de subversão dos resultados eleitorais, ocorridos, em 2015, em Portugal e mais recentemente em França.

Provavelmente a elevada abstenção que se verifica consistentemente em sucessivos atos eleitorais, um pouco por toda a Europa, não pode ser dissociada do facto das diferentes opiniões públicas já terem percecionado que os líderes partidários, quando podem, interpretam e utilizam o voto, da forma que mais lhes convém, muitas vezes à revelia do verdadeiro sentimento popular expresso nas urnas. Infelizmente estas situações são cada vez mais frequentes.

A democracia está numa crise profunda – Em Portugal

Em Portugal, em 2015, o Partido Socialista e António Costa perderam as eleições legislativas, mas à revelia da prática política que se tinha verificado até então, resolveram inaugurar uma nova época, afastando do poder, a vitoriosa coligação Portugal à Frente, constituída pelo PSD e CDS, formando, em alternativa, um Governo com o apoio parlamentar do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, a chamada geringonça.

Foi, assim, inaugurado em Portugal um procedimento que, não sendo antidemocrático, subverteu a vontade dos eleitores, pelo que, já não será com surpresa, se idêntica prática ocorrer num futuro próximo, seja com coligações de esquerda ou de direita.

O Partido Socialista nas eleições de 2019 também inaugurou em Portugal uma nova prática política, essa profundamente antidemocrática, que foi a de ostracizar, com as chamadas linhas vermelhas, um partido emergente, o Chega, que na última legislatura, já com 12 deputados, foi impossibilitado de eleger um Vice-Presidente para a Assembleia da República.

A democracia está numa crise profunda – O CHEGA

Contudo, nas últimas eleições legislativas, o Chega elegeu 50 deputados, passando a ser fundamental e essencial para a constituição de maiorias na Assembleia da República, pelo que os partidos do sistema, em vez das linhas vermelhas antidemocráticas, têm agora de procurar o seu apoio se pretenderem a aprovação de iniciativas governamentais ou parlamentares. Habituem-se.

O Chega conseguiu, ao fim de cinco anos, normalizar a sua atividade política, pelo apoio de 1,1 milhões de portugueses, não tendo os partidos do sistema força para evitar que finalmente elegesse na Assembleia da República, um Vice-Presidente, Presidentes de Comissões Parlamentares e um Conselheiro de Estado. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. É a força do voto popular que mais ordena.

A democracia está numa crise profunda – Em França

Em França, o Rassemblement National, de Marine Le Pen, apesar de individualmente ser o partido político com mais deputados eleitos, não conseguiu eleger o Presidente ou qualquer Vice-Presidente da Assembleia Nacional, nem tão pouco uma única Presidência de uma qualquer Comissão da Câmara Baixa francesa.

Em França, as linhas vermelhas impostas ao Rassemblement National, que é o maior partido político com assento na Assembleia Nacional, demonstra bem a fraca qualidade da democracia naquele país, em que o centro e a esquerda, em desespero, perdem a vergonha de desconsiderar uma parte significativa do eleitorado que votou à direita.

Vivemos tempos tenebrosos em que uma determinada casta partidária, por qualquer efeito divino, passa a ter o direito a definir quais os políticos que merecem ter assento na democracia e seus órgãos e os que não merecem tal prebenda, desrespeitando a vontade popular de quem votou livremente.

Está em curso na Europa uma tentativa de subversão dos princípios democráticos, com vista a isolar os partidos disruptivos de direita, mas o eleitorado não se deixará manipular.

A democracia está numa crise profunda

– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA

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Publicado no Semanário NoticiasLx:

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