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Céline Díon apagou a maldade da última ceia contemporânea que enxovalha o cristianismo e o ideário de Pierre de Coubertin 

Histórias d’África

A trigésima terceira Olimpíada da Era Moderna também não será agregadora dos jovens que identificam os povos nem símbolo universal, porque há atletas que foram impedidos de competir com as bandeiras dos seus países de naturalidade por causa da guerra. Os atletas russos e bielorrussos apenas podem participar com a “camisola” de individual, por decisão do Comité Olímpico Internacional tomada em fevereiro de 2022. Infelizmente, os Jogos de Paris entram na história como mais um acto de um teatro político. Demonstram quanto o Mundo se encontra dividido.

Lorenzo Ramírez no ‘X’ (ex-twitter) ‘tuitou” 4 linhas sobre a cerimónia inaugural das Olimpíadas de Paris que é uma pequena gota sobre o que tantas vezes escondem eventos dirigidos por lideranças políticas que, a cada ano que passa, são mais oportunistas, intelectualmente desleais e inscientes ou em isso se gostam de tornar. Através de acontecimentos mais ou menos espectaculares, aproveitam a história para a converterem em seus próprios ideários como se tratasse de uma nova ideologia. Isso ocorre amiúde entre os países Ocidentais governados por narcisistas, carenciados de escrúpulos e que se servem do poder em absoluto e, acima de tudo, para enriquecerem e conseguirem ombrear com os mais afortunados desta vida em quem se fixarem como se fossem seus ídolos para a vida.

Lorenzo Ramírez escreveu: “Para todos aqueles que não entendem o conteúdo da cerimônia de abertura dos JJOO de Paris: é muito simples, trata-se de ocultismo/satanismo. Embora muitos de vocês não creiam nas forças do mal, muitas das elites não só acreditam nelas, mas as adoram”.

As imagens fazem o enquadramento para os mais distraídos: A cerimónia inaugural mostrou-nos uma encenação da última ceia de Jesus numa visão contemporânea, introduzindo-lhe o emblema da moda como uma das virtudes industriais francesas de sempre. Mas, muito, ou pouco condizente com as ‘obras’, o espírito e o talento dos grandes estilistas daquele país. Naturalmente, que o director artístico do evento não tem outra saída que não negar a sátira à cena bíblica na cerimónia de abertura da XXXIII Olimpíada da Era Moderna ou da Era Coubertin. Quer se queira ou não, tratou-se de uma interpretação com inequívoca alusão à A Última Ceia de Leonardo da Vinci. A menos que consideremos de ignorantes os milhões de cidadãos que se referem ao acto nas múltiplas redes sociais, à escala global –
Imagem da Última Ceia publicada pelo antigo convento dominicano, ao lado da Igreja de Santa Maria delle Grazie, onde se encontra exposta. Fotografia da cerimónia de abertura dos Jogos de Paris, captada da emissão internacional, neste caso da RTVe

Sobre a cerimónia de sexta-feira, dia 26 de julho, não são susceptíveis considerações sobre a sua espectacularidade – gostos e paixões não tem grande sentido debater -, mas é certo que foi relativamente singular e porventura menos vistosa face às expectativas geradas. Obviamente atrás da majestosidade dos Jogos de Tóquio de 2020 – adiados por causa da pandemia de SARS-Cov-2 e acabaram por se disputar entre os dias 23 de julho e 8 de agosto de 2021 – ou os de Pequim de 2008.

Da ciscalhada de Barbara Butch à ‘deusa’ Céline Díon

Seja como for peguemos no ‘post’ de Lorenzo Ramírez e façamos o enquadramento para os mais distraídos: A cerimónia inaugural mostrou-nos uma encenação da última ceia de Jesus numa visão contemporânea, introduzindo-lhe o emblema da moda como uma das virtudes industriais francesas de sempre. Mas, diga-se muito, ou pouco condizente com as ‘obras’, o espírito e o talento dos grandes estilistas daquele país. Naturalmente, que Thomas Jolly, director artístico e criativo do evento, não tem outra saída que não negar a sátira à cena bíblica na cerimónia de abertura dos Jogos, a XXXIII Olimpíada da Era Moderna ou da Era Coubertin. Mas sabia-se que aconteceria porque a sequência foi pré-ensaiada. Tratou-se de uma interpretação com inequívoca alusão à A Última Ceia de Leonardo da Vinci, a pintura que retrata o momento em que Jesus afirmou que um dos apóstolos se preparava para o trair. A menos que consideremos de ignorantes os milhões de cidadãos que se referem ao acto nas múltiplas redes sociais. 

E mais excêntrico: A organização das Olimpíadas considerou-se honrar o mundo LGBTQ+: O teatro contou com a presença da DJ Barbara Butch — um ícone LGBTI ou LGBTQ+ — rodeada por artistas drag, que em 2003, foram definidos como homens que se trasvestem, mas sem o intuito de se vestir de mulher, mesmo que de forma caricata, uma espécie de mensageiros de estereótipos.

Assistimos a uma passadeira de modas extremas focadas na homossexualidade, no transgénero e na última novidade, os não-binários ou híbridos… No essencial, vimos o reflexo da minoria do mundo LGBTI imposto à maioria dos apaixonados pela coisa do desporto e numa encenação que enxovalhou e ridicularizou – (¿¡) propositadamente (?!) – o cristianismo ou não fosse a necessidade de os franceses insistirem na sua condição paternalista sobre os ideários republicanos e de um Estado laico. Foi também a iniciativa desesperada, mas perdida, dos defensores dos transgéneros homens que pretendiam competir entre as categorias femininas. Era só o que faltava: competir com a consequente desigualdade no âmbito da capacidade de desempenho físico de origem genética…

França não é símbolo de liberdade seguramente; antes de uma libertinagem crescente, num país meio desgovernado que sente uma necessidade de re-afirmação social, cultural e económica.

A honra de Pierre de Coubertin foi salva por Céline Dion que varreu literalmente, para debaixo do tapete, ou se preferirem para o caixote do lixo, todo o cisqueiro e, por minutos, fez esquecer a chuva intensa que “inundou” uma cerimónia cinzenta, longe de universal como as Olimpíadas impõem. A história de superação da cançonetista, compositora e actriz canadense é, em si mesmo, digna do evento desta dimensão. Céline Díon espantou meio Mundo com a interpretação do clássico de Edith Piaf, “Hymne à l’Amour”, sob a primeira plataforma da Torre Eiffel. Cantou ‘amor’, ‘amor eterno’ e a própria vida, no seu francês perfeito e qui çã no idioma que mais emociona os seus fãs, onde me encontro. Recordemos que a cantora não subia a um palco há 4 anos quando foi constrangida a cancelar todos os concertos por sofrer da síndrome da pessoa rígida, enfermidade rara que causa espasmos e impedem os hábitos da vida quotidiana. Seja como for, Céline Díon ofereceu aos parisinos um chapéu de chuva confortável com uma sonoridade e uma voz elegantes e de enorme espiritualidade.

Também os atletas embarcaram na festa do salvamento da cerimónia. Eles que, afinal, são a razão de ser deste maior evento desportivo global, símbolo da aproximação dos povos e da Vida em si mesmo. Eles são o máximo orgulho de milhões de crianças, jovens, adultos, pais, avós… Que se esforçam sempre, em ciclos de 3 ou 4 anos para jogarem um título, uma medalha, a sua alegria e, porque não, o seu próprio regozijo. ¡Tudo, nuns curtos 17 dias!

Céline Díon e os milhares de atletas e as comitivas e suas famílias fizeram valer um dia longo, vivido com amor e tudo que nele se circunscreve como nossas emoções e sentimentos para nossos próprios e outros concidadãos. Terão conseguido associar a fraternidade e o senso comum da moral, a respeitabilidade e a honestidade, isto é, a observância rigorosa dos deveres da moral, da justiça e da educação, embora se joguem títulos individuais e colectivos.  Foram os protagonistas de um estágio cada vez mais diminuto da cultura (ou falta dela) particularmente no Mundo ocidental e entre os judaico-cristãos.

Os JJOO Paris 2024 não serão símbolo da concórdia e muito menos corresponderão à ideia de Pierre de Frédy – memorizado como Barão de Coubertin e também Pierre de Coubertin – que, em 1892, iniciou o Movimento de Restauração dos Jogos Olímpicos. Tal como os sábios gregos, o pedagogo francês acreditava firmemente que a educação e o ensino também passavam pelo desenvolvimento do corpo e que, por isso, o desporto deveria ser um direito da sociedade na sua globalidade. Também admitia que o fenómeno seria agregador enquanto fenómeno para a manutenção da paz entre os povos.

Devemos associar a fraternidade e o senso comum da moral, a respeitabilidade e a honestidade, isto é, a observância rigorosa dos deveres da moral, da justiça e da educação. Para tudo isso, que a festa seja vivida com saúde e o dia fique gravado na história de seus pais, embora eu já tenha feito parte, infelizmente, do estádio da singularidade da cultura (ou falta dela) do mundo ocidental e entre a cristandade.

Em Paris ocorrem pelo menos 4.500 actos de vandalismo por dia; 112,73 crimes por cada 1.000 habitantes, entre os quais quase 16 delitos de extrema violência

Indicadores do crime e da insegurança relativo às 11 maiores cidades francesas. Os indicadores médios já actualizados no princípio do mês de julho a duas semanas do início das Olimpíadas revela: Indicador de Crime de 55,40; Indicador de Segurança de 44,60 (fonte Numbeo)

Jogam-se Olimpíadas numa cidade insegura, capital de um país onde a taxa de criminalidade cresceu 72,45% nos últimos três anos e onde se desaconselha sair à noite em metade dos seus bairros que perdeu o seu glamour do passado. Paris é a quarta cidade francesa com maior indicador de crime, de acordo com o site da ‘pt.numbeo.com’ já com registos actualizados no início de julho de 2024.

Já a Worldmetrics detalha estatísticas sobre a criminologia na área metropolitana de Paris: na cidade, ocorrem pelo menos 4.500 actos de vandalismo por dia; 112,73 crimes por cada 1.000 habitantes, entre os quais quase 16 delitos de extrema violência. Já a taxa de roubos é de 31,29 por cada milhar de habitantes, cifra que se reduz para 5 furtos de automóveis por cada mil habitantes. A capital francesa tem 2,5 milhões de residentes e ocupa o lugar 101º no ranking mundial das cidades mais seguras.

Mas para se fazer uma ideia da realidade inquestionável sobre a insegurança em Paris – precisamente em sentido contrário ao que a organização dos Jogos tenta vender – há operadoras turísticas que indicam com precisão onde ninguém se deve hospedar: precisamente em 7 dos 20 arrondissements (uma espécie de bairros) da cidade como Gare du Nord; Stalingrad e toda a região de Barbès; Goutte D’Or; Port de Clignancourt; Saint Denis; Saint Ouen e Aubervillier.

Mas como a modéstia não pode ser símbolo de um evento que, em boa verdade, encerra esse ideário – de Pierre de Coubertin ao iniciar em 1892 o Movimento de Restauração dos Jogos Olímpicos –, a cerimónia de abertura dos Jogos trouxe a surpresa (?) do feminismo, como não podia deixar de ser, num momento em que, na maioria dos países do Ocidente europeu, se tenta colar o feminismo ao movimento LGBT, no conceito da igualdade de género como um dos maiores conflitos sociais, conjuntamente com a luta contra o CO2 como maior e único responsável das alterações climáticas, um ultimo absurdo do lobbie dos ignorantes que se passeia pelos corredores de Bruxelas.

A organização de Emmanuel Macron mostrou 10 estátuas de mulheres francesas, cuja maioria nem sequer precisaram de fomentar nenhum movimento feminista para defender e fazer valer os direitos das mulheres também como parte e construtoras da sociedade.  Menos mal é que as figuras ficam definitivamente expostas nas margens do rio Sena.  Salva-se o recordatório de figuras que fazem parte de pequenos capítulos da história de França.

– Texto por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)

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