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Jogos Olímpicos de Paris – Cenas aberrantes na cerimónia de abertura

Jogos Olímpicos de Paris - Os grandes eventos internacionais, desportivos ou culturais, não podem começar a ser capturados pela cultura woke, sob pena de, num futuro próximo, ocorrerem boicotes de países não aderentes a essas ideologias, com o risco de se perder a verdadeira essência desses acontecimentos internacionais de que os Jogos Olímpicos são um perfeito exemplo.

Jogos Olímpicos de Paris

Os grandes eventos desportivos internacionais estão associados às tradicionais cerimónias de abertura e de encerramento, com a finalidade de prestigiar e honrar essas competições e os países organizadores.

As cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos costumam primar pela espetacularidade, introduzindo uma pressão criativa sobre os futuros organizadores que na próxima oportunidade quererão fazer mais e melhor. Metaforicamente a criatividade até poderia passar a ser medalhada, mas esse simbolismo não é possível pela influência negativa da cultura woke, agora também na organização dos Jogos Olímpicos.

A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris era aguardada internacionalmente com grande expetativa, tendo sido transmitida, em direto, para todo o mundo, que assim pôde assistir aos sinais da degradação cultural e social que começa a grassar em França, aliás, à semelhança do que acontece em muitos outros países europeus.

Nesta cerimónia de abertura há aspetos muitos positivos a reter, em que a criatividade artística triunfou, por exemplo, no desfile das comitivas dos diferentes países pelo rio Sena, tendo sempre presente o esplendor da Torre Eiffel, na pirotecnia com as cores da França sobre uma das pontes de Paris, no espetáculo alusivo ao Moulin Rouge, na extraordinária atuação de Celine Dion, o que motivou a massiva adesão popular apesar da chuva intensa que se verificava.

Contudo, a criatividade já elogiada, foi substituída, em muitos casos, por uma vulgaridade obscena e ofensiva, o que foi deliberadamente pensado e executado pelo diretor artístico da cerimónia dos Jogos Olímpicos de Paris, Thomas Jolly, cuja orientação sexual não deveria ter influenciado os espetáculos apresentados. A orientação sexual de Thomas Jolly, que respeitamos, deveria ter ficado confinada à esfera da sua vida íntima e pessoal e não transportada para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Em suma, a cultura woke, como não podia deixar de ser, marcou forte presença, com episódios de troça e escárnio ao cristianismo, à própria História de França, não tendo faltado espetáculos de ativistas LGBT que, sendo legítimos noutras circunstâncias, não eram adequados para uma cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Em França, o Presidente, Emmanuel Macron, bem como o ainda Primeiro-Ministro, Gabriel Attal, integram o partido político Renascimento (Renaissance), que se considera progressista, unindo a direita e a esquerda, que aceita a globalização e que quer modernizar e moralizar a política francesa. Ora aí está a razão para a cultura woke se ter infiltrado na organização deste Jogos Olímpicos, tendo encontrado terreno fértil para expandir a sua ideologia de ódio e provocação.

Os grandes eventos internacionais, desportivos ou culturais, não podem começar a ser capturados pela cultura woke, sob pena de, num futuro próximo, ocorrerem boicotes de países não aderentes a essas ideologias, com o risco de se perder a verdadeira essência desses acontecimentos internacionais de que os Jogos Olímpicos são um perfeito exemplo.

A surreal explicação dada por Thomas Jolly sobre a lamentável cena evocativa da Última Ceia, de Leonardo da Vinci, é de uma profunda estultícia, porque segundo disse, queria enviar uma mensagem de inclusão e não de divisão, com o objetivo de celebrar a diversidade e prestar homenagem à festa e à gastronomia francesa. É uma desculpa sem nexo, quando se tornou evidente que a verdadeira intenção de Thomas Jolly era atingir subliminarmente objetivos de subversão e choque culturais, gozando com imagens icónicas do cristianismo, ofendendo milhões de pessoas em todo o mundo.

Não se percebe a relevância de na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos se exibir um grupo de drag queens recriando a Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Lamentável a todos os títulos, mas os objetivos provocatórios foram perfeitamente alcançados. Agora aparecem as desculpas de ocasião, afirmando-se que se tratava da evocação do quadro Banquete dos Deuses, de Jan Bijlert, recriando uma cena pagã da mitologia grega.

Muito provavelmente um destes dias, a título de uma pretensa modernidade cultural, aparecerão recriações satíricas da Última Ceia, de Leonardo da Vinci, com o objetivo de vulgarizar o quadro original e de o relegar para o baú do esquecimento, mas a cultura woke, apesar da força que parece ter, não triunfará, porque, felizmente, já há inúmeras associações que, por toda a Europa, estão a dar luta aos movimentos que atuam subversivamente contra a cultura judaico-cristã do Ocidente.

Também não se percebe a relevância das cenas com a cabeça decapitada de Maria Antonieta, o que parece ser demasiado sórdido, especialmente num país que, em 1981, durante a presidência de François Mitterrand, aboliu, e bem, a pena de morte. A França tem uma longa tradição de pena de morte pela guilhotina, fazendo parte do seu acervo histórico enquanto nação, mas recordar e até enaltecer essa situação numa cerimónia de abertura dos jogos olímpicos parece ter, mais uma vez, evidentes e obscuros objetivos subliminares dos cultores do wokismo que deveriam revisitar a vida do revolucionário francês Robespierre, não vá o diabo tecê-las.

Os Jogos Olímpicos da era moderna, iniciaram-se em 1896, na Grécia, sob o impulso do pedagogo e historiador francês, Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin, sendo sob o seu impulso que foi fundado, em 1894, o Comité Olímpico Internacional (COI), de que foi Secretário-Geral entre 1896 e 1925.

O irónico de toda a situação subjacente à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, é que aconteça em Paris, cidade natal do Barão de Coubertin, que nunca deve ter sonhado que um seu compatriota, Thomas Jolly, 128 anos depois dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, pusesse tão levianamente em causa, o legado que deixou a toda a Humanidade.

Os Jogos Olímpicos de Paris terminarão no próximo dia 11 de agosto, ainda havendo tempo suficiente para dar a dignidade merecida à sua cerimónia de encerramento, eliminando eventuais ações provocatórias e assim honrar o legado do Barão de Coubertin e a centenária cultura francesa que, apesar de todas as vicissitudes, vai subsistindo, mesmo quando é atacada pelo wokismo, com a complacência negligente das atuais autoridades francesas.

– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA

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Publicado no Semanário NoticiasLx:

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