Campanha “Todos a Bordo!” lança petição pelo direito à mobilidade, pelo planeta e pelo emprego
Um pouco por toda a Europa, a necessidade de melhorar as condições de vida da larga maioria dos cidadãos ao mesmo tempo que respondemos â crise climática tem gerado medidas que reduzem a emissão de gases com efeito de estufa no sector dos transportes, como é o caso do passe nacional alemão, cujo valor mensal é de 49 Euros.
A campanha “Todos a Bordo!” defende que uma mobilidade sustentável deve ser acessível a todos, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica. A transição para um modelo de mobilidade limpo deve ser acompanhada por um investimento robusto em infraestruturas e em pessoas, criando milhares de empregos qualificados e promovendo um futuro mais justo e sustentável. As medidas propostas pela campanha visam assegurar que ninguém seja deixado para trás na transição para uma economia livre de combustíveis fósseis.
Na véspera da Semana Europeia da Mobilidade que se inicia amanhã, 16 de setembro, várias organizações da sociedade civil portuguesa, reunidas na campanha “Todos a Bordo!”, lançam uma petição que exige ao Governo e à Assembleia da República medidas imediatas, ambiciosas, mas fundamentadas e suportadas por mecanismos de financiamento sólidos, de modo a garantir o direito à mobilidade sustentável, promover a justiça climática e assegurar empregos dignos.
A petição, intitulada Todos a Bordo! – Medidas imediatas pelo direito à mobilidade, pelo planeta e pelo emprego e disponível a partir de hoje no sítio internet de petições públicas (https://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=PT122255), propõe quatro eixos de intervenção essenciais:
- Um verdadeiro Passe Nacional Multimodal sustentável assente em investimento público na ferrovia. Este deve incluir a ferrovia em articulação com as redes locais e regionais de transportes públicos (ferrovia, metropolitanos, rodoviários, bicicletas partilhadas públicas e afins). O seu valor deve acrescer apenas 5 Euros aos atuais passes metropolitanos, tendo assim um valor final de 45 Euros. Deve ser acompanhado do investimento em material circulante, infraestruturas e na contratação de trabalhadores com carreiras e condições laborais dignas e atrativas. A sustentabilidade financeira das empresas de transporte não pode ser colocada em causa, antes assegurada para viabilizar estas medidas. Só assim um Passe Nacional pode significar um avanço justo no direito à mobilidade limpa para todos.
- Melhor oferta para que o direito à mobilidade não obrigue a ter automóvel. Garantir a acessibilidade à rede de transportes públicos regulares (ferroviário, rodoviário) e a pedido para toda a população no conjunto do território, assegurando tempos de viagem para os principais pontos de residência, trabalho, serviços e lazer comparáveis com os do transporte individual. Para tal, são necessárias, entre outras ações, carreiras com horários frequentes, regulares e fiáveis e redes de vias dedicadas para transporte público rodoviário em zonas congestionadas.
- Mobilidade elétrica ao serviço de uma transição justa. Investir num plano de eletrificação de transportes a partir de fontes limpas. Eletrificar todas as linhas ferroviárias, o transporte terrestre de mercadorias e substituir as frotas rodoviárias por outras não poluentes. Para os empregos criados por este plano, garantir a contratação de trabalhadores provenientes das indústrias fósseis que é necessário encerrar faseadamente, sem perda de salário e direitos laborais, envolvendo as organizações representativas dos trabalhadores nesta transição.
- Segurança e conforto para os modos ativos. Priorizar a segurança e conforto de quem se desloca a pé e/ou de bicicleta em torno de interfaces de transportes públicos. Transformar os espaços públicos de acesso às grandes interfaces de Transporte Público de forma a torná-los confortáveis e seguros para caminhar e usar a bicicleta (pelo menos os acessos até 700 metros das estações ferroviárias e de metro e até 300 metros das interfaces rodoviárias) e disponibilizar estacionamento para bicicletas e pontos de bicicletas partilhadas nestas interfaces.
Subscritores:
- Campanha Empregos para o Clima
- ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável
- MUBI – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta
- Movimento Vida Justa
- Movimento Cívico pela Estação Nova (Coimbra)
- Movimento SOS Terras do Cávado
- STFPSN – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte
- Climáximo
- Frente Grisalha pelo Clima