Orçamento do Estado 2025 – O Instrumento
O Orçamento do Estado (OE) é um importante instrumento de gestão política, porque é através dele que qualquer Governo, seja de direita ou de esquerda, gere as finanças do país, nomeadamente, projetando a previsão de receitas para fazer face às despesas correntes ou de investimento.
Ter um OE aprovado é absolutamente essencial para assegurar a estabilidade económica e política, com vista à implementação das reformas necessárias para o desenvolvimento do país.
O PSD está a fomentar autênticos jogos florais à volta do OE para 2025, passando para a opinião pública uma falsa ideia de querer negociar com o CHEGA, mas a intenção secreta de Luís Montenegro, é obter um acordo com o PS, explorando a divisão que grassa entre os socialistas em matéria de Orçamento.
A nomenclatura do PS, especialmente a que manda no Largo do Rato, tem receio que, num cenário de chumbo do OE, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolva pela terceira vez o Parlamento e provoque eleições antecipadas, poder que mantém intacto até ao final do primeiro semestre de 2025.
Todas as manobras de bastidores protagonizadas pelo PSD, na tentativa de obter apoios para a aprovação do OE para 2025, são atos de desespero que podem levar à completa subversão do programa de Governo apresentado na Assembleia da República, porque Luís Montenegro para sobreviver como Primeiro-Ministro poderá ser tentado a aceitar as propostas do PS. Desta forma o PS continuará a impor as suas políticas ao país, embora tenha perdido as eleições. Irónico e deplorável.
Orçamento do Estado 2025 – A confortável maioria absoluta à direita
Não se compreendem as razões do PSD continuar teimosamente a abastardar a confortável maioria absoluta à direita, obtida nas últimas eleições legislativas, continuando enredado na armadilha ardilosamente montada pelo PS, no sentido de manter as linhas vermelhas ao CHEGA.
O PSD ingenuamente pensou que, afastando o CHEGA de parceiro privilegiado nas negociações do OE para 2025, obteria as boas graças do PS e dos seus satélites de esquerda, mas isso é um puro engano, que poderá originar novas eleições legislativas, atrasando o cumprimento do PRR e as reformas estruturais que o país tanto necessita.
Num cenário de novas eleições legislativas antecipadas com certeza que os portugueses que preferem uma governação à direita, saberão votar sabiamente em quem não defraudará o seu voto, após oito anos de governação socialista, acrescidos do desperdício governativo social-democrata.
A eventual opção do PSD em negociar o OE para 2025 com o PS, para além de defraudar as expetativas de muitas pessoas que votaram à direita nas últimas eleições legislativas, terá sempre consequências negativas para o país, quer nos cenários de chumbo ou de aprovação.
Orçamento do Estado 2025 – Ter ou Não Ter Orçamento
Sem Orçamento e até à realização de novas eleições legislativas antecipadas, o Governo limitar-se-á a nomear boys para o aparelho de Estado, governando em duodécimos, sem capacidade para financiar investimentos públicos e definir novas medidas de apoio social, por exemplo, as necessárias para mitigar os prejuízos verificados com os incêndios desta semana e indemnizar as famílias dos valorosos bombeiros que perderam a vida ao serviço da comunidade.
O eventual chumbo do OE para 2025, trará incerteza política ao país, diminuindo a confiança no tecido empresarial, prejudicando o desenvolvimento da economia portuguesa, principalmente numa época em que há absoluta necessidade de se cumprirem os programas e os prazos do PRR, o que a não acontecer originará irremediavelmente a perda desses fundos europeus, no montante de vários milhares de milhões de euros. Coisa pouca para quem se habituou a andar de mão estendida pela União Europeia.
O chumbo do OE para 2025 terá também como consequência a continuação da falência progressiva dos serviços públicos, quer na Saúde, na Educação e na Justiça, mas também nas áreas da Segurança e da Defesa, recordando-se a fuga de criminosos da prisão de Vale de Judeus e os roubos de computadores do Ministério da Administração Interna e de armas de guerra no paiol de Tancos.
Uma eventual aprovação do OE para 2025, com o apoio do PS, também não trará nada de bom para o país, porque continuará a instabilidade política e a ausência de reformas estruturais, nomeadamente, as do IRS jovem e do IRC, mantendo-se em alta a imigração ilegal e descontrolada, tudo situações que são do agrado de todos os partidos da esquerda portuguesa.
Orçamento do Estado 2025 – Os barões e a nova geração de políticos do PSD
Os barões que dominam o aparelho partidário do PSD, apesar das deslealdades e tropelias do PS, continuam imbuídos do espírito do bloco central dos interesses que, após a morte prematura de Francisco Sá carneiro, tem vigorado ininterruptamente na política portuguesa.
Espera-se que rapidamente surja uma nova geração de políticos do PSD que compreenda a vantagem de haver entendimento na direita portuguesa, com as suas diferentes idiossincrasias, mas unida no supremo interesse dos portugueses, com vista a que haja um governo que consiga realizar as reformas estruturais de que o país tanto carece.
O PSD ao não corresponder ao pulsar do povo de direita corre o risco de se tornar um partido insignificante na democracia portuguesa, embora haja esperança para quem não queira uma governação à esquerda.
Essa esperança está à vista de todos, daí as linhas vermelhas ao CHEGA impostas pelos velhos partidos do sistema.
– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA
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Parlamento – Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública
Publicado no Semanário NoticiasLx: