As Forças de Segurança, em Portugal e em qualquer outro país, têm um papel fundamental na manutenção da ordem pública, na defesa dos cidadãos e na prevenção e combate ao crime.
As diferentes Polícias existentes em Portugal são fundamentais para manter a coesão social e a tranquilidade de todos os cidadãos, numa época de crescentes ameaças, derivadas do terrorismo, da cibercriminalidade, das redes criminais multinacionais e até de gangues locais que se constituem em estruturas hierarquizadas de crime organizado.
Não é difícil de imaginar a situação que se teria vivido em Portugal, na passada semana, se o país não tivesse Polícias e Bombeiros disponíveis para defender os cidadãos e o seu património de gangues criminosos que espalharam o terror e a insegurança na Área Metropolitana de Lisboa. Teria sido um autêntico faroeste de consequências imprevisíveis.
Os acontecimentos que levaram à morte de Odair Moniz estão a ser investigados nas instâncias judiciais competentes, não sendo justificação para a selvajaria dos crimes de incêndio de viaturas, de autocarros e de património coletivo que se verificaram. Vivemos num Estado de Direito e as milícias de malfeitores e de criminosos não se podem substituir aos Tribunais e fazer justiça popular.
Os crimes perpetrados na semana passada por gangues encapuzados tiveram uma trágica consequência para o Tiago, motorista da Carris Metropolitana, que continua em estado grave, na sequência das queimaduras sofridas após o autocarro que conduzia ter sido barbaramente atacado com “cocktails molotov”, em Santo António dos Cavaleiros.
Face à mudança do paradigma social que se vive atualmente em Portugal com as crescentes ameaças de crime, de terrorismo e de gangues organizados, é imperioso que as Forças de Segurança sejam dotadas de bodycams, para proteção dos próprios agentes policiais, que se expanda a rede de câmaras de videovigilância, nas zonas mais problemáticas, mas também que se revisitem os regulamentos de uso da força e de recurso a armas de fogo e, se tal for necessário, que sejam alterados e adequados aos tempos atuais.
A atual Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, na passada terça-feira reafirmou, numa cerimónia pública, que a PSP e a GNR não são racistas ou xenófobas, mas isso agora até parece um pedido de desculpas para o facto de, no início do seu mandato, ter passado para a opinião pública a ideia de que esses comportamentos aconteciam nas Forças de Segurança. Lamentável que a Ministra da Administração Interna tenha tido necessidade de se justificar, após ter passado a falsa ideia de comportamentos racistas e xenófobos nas Polícias, quando na realidade isso não acontece, como finalmente, e ainda bem, reconheceu. Mais vale tarde do que nunca.
Os partidos da extrema-esquerda, onde pontificam o Bloco de Esquerda e o Livre, têm intensificado, nos últimos anos, um discurso político contra as Forças de Segurança, com a intenção subliminar de criar um clima de ódio contra tudo e todos que estejam ligados aos setores policiais.
São conhecidas ligações ao Bloco de Esquerda de determinadas organizações, por exemplo, SOS Racismo e Vida Justa, que à boleia de pretensas políticas antirracistas e anticapitalistas, tentam disseminar e polarizar nas redes sociais uma retórica contra a Polícia, tentando criar a perceção de que é uma força opressiva e desproporcional. Talvez mudem de opinião quando necessitarem de proteção policial que não será regateada, com toda a certeza.
Muitas vezes em política, o que parece é, não havendo muitas dúvidas que a extrema-esquerda e os movimentos que lhe estão associados, pretendem enfraquecer a confiabilidade nas Polícias, com vista a promover a revolta e a insegurança das populações, abrindo-se caminho para as agendas radicais para provocar o caos social e atacar a ordem institucional, nomeadamente, os valores culturais dominantes no Mundo Ocidental. Seria o triunfo do wokismo e o caminho para o estabelecimento de uma Guarda Revolucionária a lembrar os tempos de Otelo Saraiva de Carvalho com os mandados de captura assinados em branco.
O facto da Ministra, Margarida Blasco, ter sido, entre 2012 e 2019, Inspetora-Geral da Administração Interna, deve originar naturais antipatias nas Forças de Segurança, o que não lhe facilitará o trabalho de prestigiar e dignificar as Polícias, objetivo fundamental no atual contexto dos ataques de que a PSP e a GNR são alvo.
É absolutamente necessário que Margarida Blasco, no seu atual cargo ministerial, vá para além das funções de auditoria, inspeção e fiscalização, que lhe competiam enquanto Inspetora-Geral da Administração Interna, cabendo-lhe agora promover as ações necessárias para dignificar as Polícias que tutela, atribuindo-lhes a formação, o equipamento, os efetivos, os normativos e as remunerações adequadas para o desempenho das funções que lhes estão atribuídas.
As Polícias são odiadas pelos partidos políticos da extrema-esquerda, tardam as ações governativas que as dignifiquem e melhorem o seu exercício de funções, pelo que não é de estranhar que o CHEGA promova manifestações na defesa intransigente das Forças de Segurança. Habituem-se.
– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA
Publicado na Revista NoticiasLx: