As eleições da passada terça-feira ocorridas nos Estados Unidos da América (USA) foram vencidas de forma clara por Donald Trump, que tomará posse, no próximo dia 20 de janeiro, como o 47.º Presidente daquele país.
Donald Trump, de acordo com o sistema de votação em vigor nos USA, ao conseguir no Colégio Eleitoral, no somatório de todos os Estados, mais de 270 delegados, foi declarado vencedor destas eleições, mas ao contrário do que aconteceu em 2016, agora também obteve a maioria dos votos entrados nas urnas em todo o país, o que lhe confere uma legitimidade reforçada pela vontade livre e democrática do povo americano.
Quem votou nas eleições presidenciais nos USA foi o povo americano, soberano na escolha que fez, imune às campanhas, orquestradas interna e externamente, para descredibilizar Donald Trump. Admirável a coragem e a resiliência que demonstrou para enfrentar vitoriosamente todo um poderoso sistema político, adverso e hostil.
Esta vitória de Donald Trump, como já aconteceu no Brasil, com Jair Bolsonaro, na Argentina, com Javier Milei, na Hungria, com Victor Orbán, na Itália, com Giorgia Meloni e nos Países Baixos, com Geert Wilders, deverá ser exemplo para todos os políticos que queiram lutar, democraticamente, contra os sistemas instalados que não melhoram a vida dos seus povos. As elites alapadas ao Poder, por esse mundo fora, começam a temer que uma nova geração de políticos, inspirados nos exemplos anteriores, os ponha em causa em eleições livres.
Donald Trump será, pela segunda vez, Presidente de um país liderante no Mundo Ocidental, com um sistema democrático de quase 250 anos, onde vigora um sistema de freios e contrapesos (checks and balances) que consiste no controlo do poder pelo próprio poder, não havendo qualquer possibilidade de derivas totalitárias. Isso não está na génese do sistema político americano, existindo nos USA uma longa tradição democrática que se manterá por vontade popular.
Não é só em Portugal que são agitados os perigos do fascismo, do racismo e da misoginia, truques desleais utilizados pela esquerda para desacreditar a direita e os seus candidatos, estando essas técnicas de baixa política, cada vez mais, a não surtirem o feito desejado, como se viu agora nas eleições nos USA. O povo é quem mais ordena nas sociedades democráticas.
Por ser o povo quem mais ordena nas sociedades democráticas, a esquerda e os seus apaniguados da comunicação social, com medo do voto popular, estão agora a ensaiar um novo modelo de contestação aos líderes da direita, que consiste na tentativa de os tornarem inelegíveis, o que falhou redondamente no caso de Donald Trump, mas que estão desesperadamente a tentar para Jair Bolsonaro. Veremos se a esquerda brasileira conseguirá cancelar Jair Bolsonaro.
Espera-se que estas tentativas de cancelamento dos líderes da direita não tenha a conivência do poder judicial que se deverá manter independente e não contribuir para a judicialização da política.
Em Portugal na noite eleitoral e nos dias seguintes foi notória a má-disposição de jornalistas e comentadores, principalmente nos canais dedicados à informação, muito aziados e surpreendidos com a inequívoca vitória de Donald Trump, tendo alguns o desplante de invocarem que, em 1933, Hitler subiu ao poder na Alemanha, após ter ganho eleições.
Esta absurda e malévola comparação entre Donald Trump e Hitler, feita nas televisões portuguesas, por alguns políticos, comentadores e jornalistas, é ofensiva da vontade democrática do povo americano. Os autores destes inqualificáveis dislates, ao invés de vociferarem impropérios nas televisões, deveriam ir à farmácia e comprar as famosas pastilhas “Rennie”, excelente remédio para a azia e a indigestão. Haja decoro cívico e democrático.
Outros políticos e comentadores cá do burgo, utilizam formas mais subtis de manipular a opinião pública, afirmando que a vitória de Donald Trump é a consagração do populismo, o novo anátema contra a direita disruptiva, acrescentando que está em causa a NATO e a defesa da Europa, tentando de forma subliminar ligar esses perigos ao CHEGA e a André Ventura.
Pelo contrário, a vitória de Donald Trump, pode ser uma grande vantagem para a defesa da Europa, já que os países que beneficiam da proteção da NATO, com toda a certeza, serão obrigados a contribuir para essa Organização com o mínimo de 2% dos respetivos Orçamentos de Estado, o que reforçará a Aliança Atlântica, como os USA pretendem e é imperativo numa época de risco de uma terceira guerra mundial.
O que já se sabe é que Donald Trump não pactuará, e bem, com a chico-espertice de alguns países europeus, incluindo Portugal, quererem ter o chapéu da defesa da NATO, sem contribuírem com a totalidade do financiamento a que estão obrigados.
Uma das consequências positivas da eleição de Donald Trump, é saber se a União Europeia, sem colocar em causa a NATO, quer finalmente ser autónoma na sua defesa militar, ou seja, se pretende ter um exército europeu, que diminua ou elimine a dependência dos USA, para assegurar a sua própria segurança coletiva.
Espera-se que a escolha eleitoral e democrática do povo americano seja respeitada na Europa, incluindo em Portugal, porque seria de uma enorme ironia e grande hipocrisia, continuar a apelidar pejorativamente, Donald Trump, de populista, sendo o Presidente de um país decisivo para a defesa militar europeia. Não nos esqueçamos da dependência que a Europa teve dos USA, durante a segunda guerra mundial.
– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA